Com relação a este último item, de ser barrado, é porque vale lembrar que mesmo com a não exigência de vistos de turistas para países da União Europeia em períodos de até 90 dias, ainda assim é preciso estar com o passaporte válido por no mínimo seis meses, bem como passagem aérea da volta comprada e seguro viagem. Isso devido ao Tratado de Schengen que estabelece a obrigatoriedade da Assistência Viagem aos turistas. Já para viagens aos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, é preciso seguir a risca os tipos de vistos, para não correr risco da temida deportação.
1. Documentos em mão
Vá munido de todas as documentações que envolvem sua viagem como roteiro, comprovante de estadia (seja reserva de hotel ou carta-convite de amigos atestando que ficará na casa deles), seguro viagem, passagem de volta e, caso o destino faça a exigência, tenha também em mãos o Certificado Internacional de Vacinação. Por garantia leve também documentos que mostrem seu vínculo com o Brasil. Neste caso vale desde uma carta do seu chefe até mesmo um holerite. Outros itens que ajudam são declaração de imposto de renda e escritura de imóveis, por exemplo.
2. Tenha dinheiro na carteira
Por mais que hoje em dia a gente faça tudo com o cartão de crédito e/ou débito, ter dinheiro em espécie é importante, ainda mais que os agentes da imigração costumam perguntar quanto você está portando. Provar que você tem como se manter durante sua estadia no país em questão é fundamental. E quanto o cartão, lembre-se que ele precisa ter bandeira internacional!
3. Saber inglês ajuda
Não que seja algo obrigatório, mas saber o básico para se virar é válido, já que há agentes que acham estranho alguém querer entrar num país sem saber falar nada. Mas não é o fim do mundo se não souber, até mesmo porque em muitos aeroportos o setor de imigração conta com um intérprete da língua portuguesa ou ao menos espanhola. Caso não haja eles solicitam uma pessoa que fale o idioma.
4. Esteja apresentável
Estar bem vestido não quer dizer roupa de gala. Mas no mundo em que vivemos a aparência conta, e muito. A primeira impressão forma opiniões. Sendo assim, se você viaja a lazer como turista, seria estranho estar todo formal. E o contrário também se aplica. Caso seja uma viagem de negócios ir como quem está “turistando” não cairia bem. Por isso vista-se com discrição, sem exageros e de acordo com o clima no destino.
5. Tenha postura
O setor de alfândega costuma prezar pelo silêncio, e por pessoas que não gritem e respeitem as regras do ambiente, como o não uso do celular, por exemplo. Por isso, por mais que tenha acabado de religar o celular, depois de um longo voo, espere mais um pouco para usá-lo. Deixe uma boa impressão já da fila.
6. Fique atento
Preste atenção ao andamento da fila, para estar pronto quando chegar a sua vez. E quando o agente te chamar, vá sozinho. Exceto se estiver em família, já que neste caso as documentações de viagem, como voucher de hotel, tendem a ser compartilhados. Outra exceção é caso esteja acompanhado de menores de idade. Mas se estiver num grupo de amigos, vá cada um de uma vez.
7. Seja cordial e conciso
Quando chegar a sua vez de ir ao guichê mantenha o respeito e a objetividade nas respostas das perguntas feitas pelo agente. Caso ele seja amigável, retribua, mas sem exagero, para não parecer forçado. Independente da postura dele, lembre-se que você está sendo avaliado. Tudo é um “teste”. A começar pelo motivo da viagem, que é sempre a primeira das questões feitas por eles. Seja sucinto: turismo ou a trabalho. Simples!
8. Esteja preparado
Lembre-se que é preciso estar com tudo na ponta da língua. Por isso não fique nervoso e saiba de cor seu itinerário, o nome do hotel onde ficará, ou o endereço da residência em que ficará hospedado. Pode soar estranho se o agente te fizer perguntas sobre a viagem e você não souber responder ou tiver que ficar checando. Tome cuidado para não cair em contradição. Isso pode gerar desconfiança.
9. Passaportes antigos
Caso não seja marinheiro de primeira viagem, leve junto seus passaportes antigos, isso se eles tiverem carimbos. É válido chegar ao guichê tendo isso como carta na manga. Ainda mais se tiver visto para destinos como os Estados Unidos. Se for sua primeira viagem internacional, ressalte isso ao agente, mas tente manter a calma. Traspassar nervosismo não é uma boa, ainda mais frente ao fato que eles sempre olham desconfiado para passaporte zerado.
10 . A salinha não é o fim do mundo
Se por algum motivo desconfiarem de você eles podem convidá-lo a uma salinha. O que não implica necessariamente em deportação. E falo por experiência própria. Passei por isso no Canadá. No meu caso, na época, acharam que eu era muito nova e que queria entrar para ficar. Por isso manter a calma é crucial. Lembre-se que você não é um bandido e nem fez nada de errado. A salinha é para que as autoridades alfandegárias façam mais perguntas sem atrapalhar o fluxo do guichê. Ali, além de testarem suas expressões e respostas, é feita uma checagem mais minuciosa nos seus documentos e informações. Não se espante se forem feitas perguntas que parecem sem sentido. Por isso mantenha a compostura e responda tudo tranquilamente e com precisão.
E se eu for barrado?
Você irá aguardar no próprio aeroporto o primeiro voo com destino ao Brasil. Se não tiver na mesma companhia em que fez o trajeto, há o direcionamento para outra empresa. Todos os documentos devem ser devolvidos antes do embarque de volta. Enquanto espera, além de saber o real motivo da deportação, que é um direito do viajante, também pode-se telefonar (por sua conta) para o Consulado do Brasil no país em questão. Os números podem ser encontrados no site do Itamaraty:
http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/no-exterior/plantao-consular.
Sob a guarda da imigração estrangeira, o viajante tem direito a se alimentar, beber água, ir ao banheiro, meios de comunicação, serviço de assistência social e local seguro para guardar seus objetos pessoais. A permanência de retenção máxima no aeroporto é de até 48 horas. Vale ressaltar que o prejuízo será só seu, já que, tanto a companhia aérea, quanto os hotéis não são obrigados a nenhum tipo de reembolso. O que vale também para as agências de viagens que não se responsabilizam por deportações.
Por fim, lembre-se que, infelizmente, isso é algo que pode acontecer com qualquer um, ainda mais tendo em vista alguns fatores, como o perfil do viajante. Isso porque, em países europeus, por exemplo, mulheres viajando sozinha tende a sofrer preconceito quanto o motivo de sua entrada. Muitos agentes deduzem que elas estão a procura de trabalho em meio a prostituição. Jovens também costumam ser visados, já que é comum pensar que eles vão para tentar a vida fora do Brasil.
Segundo relatório da Agência Europeia de Controle de Fronteiras (Frontex), em 2016 foram recusados 3.734 brasileiros. Sendo que a maioria teve entrada negada nos aeroportos do Reino Unido, Portugal e Espanha. Os brasileiros representam cerca de 10% do número total de entradas recusadas. Dentre os motivos, o principal é o item E que engloba a falta de documentação apropriada que justifique o propósito e condições de estadia. Ou sejam deem o devido valor a nossa primeira dica, ela pode evitar uma grande frustração.
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Foto do destaque: Reed Saxon/ AP