Hoje, 11 de setembro, o mundo relembra os 20 anos dos trágicos atendados terroristas contra as “torres gêmeas” do World Trade Center (WTC), em Nova York. O antigo símbolo do capitalismo de Wall Street, na Big Apple, hoje é lembrado como o dia que alterou nossas vidas para sempre. O mundo mudou para pior e nunca mais voltará a ser como antes.
Em 1999, tive a oportunidade de conhecer uma das torres de 110 andares que iria ao chão pouco menos de três anos depois. Curtindo cada detalhe, entrei no elevador super rápido que me levou até o topo para apreciar o visual da cidade de Nova York do seu ponto mais alto.
Era início de janeiro, o frio congelava os poucos turistas que se aventuraram viver tal experiência. O vento fazia o prédio balançar, bastante! Depois fiquei sabendo que isso na engenharia e comum e necessário. Muitos pensamentos me acompanharam naquela jornada. Me sentia emocionado por estar ali e olhava para todas as direções. Fotografei, filmei e registrei na memória cada detalhe. Mas, nem por um segundo imaginei o destino trágico que aquele lindo prédio envidraçado teria não muito tempo depois.
Ainda bem que tive a inspiração de querer conhecer o mirante do WTC naquele dia em NYC. O que era apenas mais uma simples atração turística, hoje é uma das lembranças mais emocionantes da minha carreira de jornalista de turismo.
Memorial & Museu do 11 de Setembro
Voltei a Nova York várias vezes depois dos atentados, mas nunca tive vontade de ir até o Distrito Financeiro, em Lower Manhattan, no sul da ilha de Manhattan, onde estavam os prédios do World Trade Center. Sabia que seis novos arranha-céus e um monumento estavam sendo erguidos no local para homenagear as vítimas dos ataques ao WTC. Mas, em 2018, em um dia quente de verão, resolvi voltar à cena das “torres gêmeas”. O lugar em nada lembrava o que conheci 20 anos antes.
Foram erguidos os edifícios One World Trade Center (o mais alto do hemisfério ocidental, com 541 metros), World Trade Center 1, World Trade Center 3, World Trade Center 4, World Trade Center 7, o Memorial & Museu Nacional do 11 de Setembro e a Estação World Trade Center (PATH).
Claro, aproveitei para visitar o Memorial & Museu Nacional do 11 de Setembro. O Museu instalado no subsolo tem 30 mil m² e reúne mais de 20 mil fotos e pertences das cerca de 3 mil pessoas que perderam suas vidas no local. Todas elas tiveram seus nomes eternizados nas bordas das duas grandes piscinas negras construídas no lugar exato onde ficavam as “torres gêmeas”.
Os detalhes do fatídico dia 11 de setembro de 2001 estão nas cerca de 2 mil gravações de áudio e vídeo. Em uma imensa parede em tons de azul, chama a atenção a frase “Nenhum dia deve apagar você da memória do tempo” do poeta romano Virgílio.
Confesso que me senti tenso e angustiado durante a visita. O clima é bem pesado, mas recomendo. Aparelhos de áudio-guia, em português, estão disponíveis, mas têm custo. Uma dica para economizar é baixar no celular o aplicativo “9/11 Museum”, que apresenta um tour interativo em português. O Museu abre diariamente ao público das 7h30 às 21h. Às terças-feiras não há cobrança de ingresso e o funcionamento é das 17h às 20h.
Toda a região experimentou um renascimento impressionante com novos hotéis, lojas e restaurantes de chefs premiados. Lá estão o luxuoso hotel Four Seasons New York Downtown e o complexo comercial Westfield World Trade Center, que inclui a estação de metrô Oculus – projetada pelo arquiteto catalão Santiago Calatrava, o mesmo que criou o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro.