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Arlete Salles volta aos palcos contracenando com o filho e o neto

Comemorando 65 anos de carreira, a atriz Arlete Salles está de volta aos palcos com a comédia “Ninguém Dirá Que É Tarde Demais”, no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, na capital paulista. A peça estreou dia 2 de setembro e terá uma curta temporada.

Arlete Salles contracena pela primeira vez com o neto Pedro Medina, que também é o autor do texto de “Ninguém Dirá Que É Tarde Demais”, e com o filho Alexandre Barbalho, além do amigo de longa data Edwin Luisi.

O espetáculo é uma criação original dos produtores Rose Dalney, Túlio Rivadávia e Marcio Sam. A direção é de Amir Haddad, outro grande parceiro de Arlete. Os dois trabalharam há 35 anos na peça ‘Felisberto e o Café’.

“Estou navegando em sentimentos diversos e emoções fortes. Sinto muita felicidade e admiração em ver o meu neto se aproximando dessa profissão, crescendo de forma potente. Estamos aqui corajosamente, ainda na pandemia, ousadamente, com todos os protocolos sanitários, indo juntos para o palco. Não apresentaria meu neto como dramaturgo, se não tivesse confiança no talento dele”, conta Arlete.

“Gosto de fazer um teatro esclarecedor. O teatro tem a função de iluminar as pessoas. E digo para todos: ninguém dirá que é tarde demais para coisa alguma. Sempre é o momento de colocar em prática o desejo”, elucida, aos 84 anos, um dos diretores mais premiados e mais presentes na cena brasileira, Amir Haddad.

Amor na terceira idade

O título da comédia ‘Ninguém Dirá Que é Tarde Demais’, apresentada pelo Ministério do Turismo e Bradesco Seguros, foi inspirado na canção “Último Romance”, da banda Los Hermanos. Pedro Medina conta a história de Luiza (Arlete Salles) e de Felipe (Edwin Luisi).

Por causa da pandemia, Luiza recebe, em casa, o neto Márcio (Pedro Medina). Paralelo a esta trama, Felipe, por problemas financeiros, vai morar com o filho Mauro (Alexandre Barbalho). Luiza e Felipe são vizinhos de prédios diferentes, com paredes grudadas, e estão muito sensíveis às questões da Covid-19, financeiras e aos problemas domésticos. E começam a implicar um com o outro sem saber a identidade de cada um. Até que um dia os dois, com máscara e álcool gel, vão rapidamente à rua, se encontram sem saber que são vizinhos.

Com muita leveza, humor e dando a dimensão da solidão desses dois septuagenários, a comédia ratifica “Ninguém Dirá Que É Tarde Demais”.

A Covid-19 como pano de fundo

“Ainda não elaboramos todas as perdas que a pandemia provocou, mas entender o que já passou e o que ainda estamos vivendo, através da perspectiva do humor, da tolerância e do amor é a proposta da minha comédia”, detalha Medina.

“Eu e Arlete somos amigos há anos. Fizemos um trabalho há 35 anos e nunca mais nos separamos. Pedro e Alexandre trabalharam muito comigo no “Tá Na Rua”, revela Amir Haddad.

“Apesar de 50 anos de carreira, nunca trabalhei com o Amir, nem o conhecia pessoalmente, mas sempre o admirei. Estou há dois anos sem fazer teatro e decidi participar deste espetáculo porque senti que estou fazendo parte da história de uma família. Achei que era um bom momento para recomeçar”, conta Edwin.

Juntos, Amir, Arlete e Edwin somam mais de 160 anos de trajetória artística.

Trabalho em família

Outro parente participa da peça. Enteado de Arlete, irmão de Alexandre e tio de Pedro, Lucio Mauro Filho assina a direção musical do espetáculo, junto com Máximo Cutrim. “Fiquei feliz demais com meu sobrinho me dando emprego (risos) e me trazendo para esse lugar quente e amoroso, que é trabalhar em família. Pedro inseriu a pandemia na dramaturgia, como pano de fundo para o momento que estamos vivendo, foi um gol”, explica Lucio.

Completam a ficha criativa: José Dias no cenário, Aurélio de Simoni na luz e Carol Lobato nos figurinos, e Carol Lobato, figurinista da peça, que diz que as roupas são leves e divertidas. “Como a peça se passa durante a pandemia, pensei num figurino único para cada ator. Afinal, mesmo com a passagem de tempo, durante o período de quarentena, todos os dias pareciam iguais”. O iluminador é Aurélio de Simoni e José Dias assina a cenografia.

“Acho normal que o filho queira seguir a carreira dos pais. Sabíamos que um dia aconteceria o encontro, mas não sabíamos quando nem como. Acabou que não partiu de mim esse movimento. Foi meu neto, com uma completude maravilhosa, porque ele não veio só ficar comigo no palco como ator, ele veio também como autor, com o texto. Vou interpretar o texto do meu neto”, finaliza, orgulhosa, Arlete Salles.

Serviço

Local: Teatro das Artes – Shopping Eldorado

Endereço: Av. Rebouças, 3.970 – Store 409 – Pinheiros – São Paulo (SP)
Temporada: 2 de setembro a 6 de novembro, de sexta a domingo.
Horário: Sextas às 20h, sábados e domingos às 19h.
Ingressos: De R$ 25 a R$ 100. Através da Sympla (www.sympla.com.br) ou na bilheteria do teatro (terça a sexta, das 14h até o início do espetáculo; e sábado e domingo, das 13h até o início do último espetáculo).
Classificação:14 anos
Duração:100 minutos.

Fotos: Guga Melgar/divulgação

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