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ARTIGO: Aeroportos adotam câmeras térmicas no combate ao Covid-19

Por Adriano Oliveira*

Com a queda brusca de passageiros no mercado de aviação em função do isolamento social causado pela pandemia, o setor buscou rapidamente medidas para a retomada, tanto que no início de agosto de 2020 a aviação nacional (malha aérea) já alcançou 40% dos índices anteriores à pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e os estudos apontam que este fluxo deve crescer gradativamente e chegar a 80% dos níveis pré-pandemia até o final do ano. As câmeras térmicas são aliadas nos aeroportos brasileiros no combate ao coronavírus.

Como não temos conhecimento de quando sairemos da maior crise de saúde pública mundial de que se tem notícia, todas as medidas que puderem proteger os viajantes e profissionais do mercado de transporte aéreo são essenciais. E elas vieram para ficar. A tecnologia de câmeras térmicas é um exemplo, por ser capaz de “ler” a radiação infravermelha emitida pelos corpos e transformá-la em imagem, aferindo assim a temperatura dos passageiros.

As câmeras térmicas realizam a medição da temperatura das pessoas e consegue determinar se elas estão com febre (temperatura acima de 37,8°C) o que em muitos casos pode indicar infecção por Covid-19. Assim, uma pessoa potencialmente infectada toma conhecimento e pode investigar a questão e evitar novos contágios. Nesse caso, quando o passageiro está com a temperatura elevada, ele pode ser selecionado para uma triagem adicional e até mesmo, se for uma política do aeroporto, realizar diagnósticos específicos do novo coronavírus, seja por teste rápido ou o chamado PCR (proteína C-reativa).

A solução de câmeras térmicas utilizadas hoje é capaz de medir, de maneira simultânea e sem contato, a temperatura de muitas pessoas, a distância, mesmo com partes da face cobertas, seja pelo uso de máscara ou óculos de sol, por exemplo. Ao utilizar a inteligência artificial a solução permite mostrar a temperatura do usuário com precisão e agilidade. Desta forma, o passageiro não precisa ser interrompido para que a medição ocorra, garantindo o fluxo constante e evitando aglomerações nos portões de embarque dos aeroportos.

Entre as medidas e novas rotinas para aeroportos e as viagens de avião estão a intensificação da higiene dos locais, o uso do álcool em gel, as máscaras de proteção facial, indicação de intervalos de espaço na área de espera e ainda diversas orientações de distanciamento. Existem também alertas sobre sintomas do coronavírus em inúmeras formas de comunicação, seja visual ou sonora. A ANAC anunciou que deve realizar uma consulta pública para reforçar as medidas de combate ao coronavírus voltadas para o setor.

Do ponto de vista das aeronaves, há também um sistema de purificação de troca de ar dentro dos aviões, chamado HEPA em inglês a sigla para “ar particulado de alta eficiência”, que já é amplamente utilizado e é capaz de reter quase todos os microrganismos, vírus e bactérias presentes no ar da cabine.

Segundo estudos da Universidade de Purdue sobre a qualidade do ar em diferentes ambientes, o ar presente na cabine de um avião com a tecnologia HEPA é totalmente trocado em um período entre 2 e 3 minutos. Quando comparamos a um ar-condicionado convencional de um escritório ou casa podemos perceber a eficiência do sistema de purificação das aeronaves, pois o último realiza essa substituição de ar a taxas médias que variam de 10 a 12 minutos.

Proteger os passageiros e colaboradores inclui uma série de ações por parte das administradoras e a câmera térmica é um recurso que auxilia a avaliação de muitas pessoas e indica os indivíduos que devem realizar uma triagem adicional. A conscientização e o conhecimento são as maiores armas contra esse inimigo invisível e mortal, que ainda está, infelizmente, longe de ser derrotado.

*Adriano Oliveira é gerente de soluções da Dahua Technology no Brasil
Fotos: Divulgação
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