Por SinHoRes Osasco – Alphaville e Região
O universo de viagens representa uma dimensão econômica que compreende 26 tipos diferentes de turismo e é composto por 52 segmentos econômicos. Sendo a Hospedagem e a Alimentação os mais representativos. No total, o impacto do turismo gera uma participação de US$ 9 trilhões no PIB mundial, ou seja, 10% do PIB mundial, sendo 8% do PIB Nacional e 10% do PIB do Estado de São Paulo.
O setor é responsável por 320 milhões de empregos no mundo, tornando-se protagonista da abertura de um em cada 10 postos de trabalho. No Brasil, empregava 6,9 milhões de pessoas, antes da pandemia. Hoje, não existem dados precisos, mas calcula-se que, mais de 1 milhão de trabalhadores do setor sejam demitidos e 30% a 40% das empresas encerrarão suas atividades.
O mercado de viagens é talvez o mais afetado do mundo. Já que o Covid-19 impacta diretamente sua dinâmica econômica e as consequências disso são ainda mais danosas tendo em vista que, além de ser uma atividade fortemente geradora de emprego, também impacta dramaticamente na cadeia produtiva em que está inserido, como a indústria de alimentos, o agronegócio e logística de transportes.
Segundo a Organização Mundial do Turismo, 95% dos países anunciaram algum tipo de restrição às viagens. Ou seja, a maioria dos viajantes deverá aguardar algum tempo antes de retomá-las, especialmente para destinos mais distantes. Além do que, pesquisas mostram que haverá uma preferência por viagens nacionais. E, nesse sentido, o quesito “confiança” é fundamental. Assim sendo, cabe ao trade transmitir com clareza aos consumidores qual é o “novo normal” do setor. Ou seja, comunicar muito bem a todos quais protocolos sanitários, sociais e preventivos foram implantados na empresa.
O futuro do setor
O que temos feito até aqui é gerenciar a crise, lidando com o fechamento de hotéis e negociando com o governo. Além de encontrar formas de amenizar o impacto de desligamentos, suspensão de contratos, orientação à categoria etc. Agora, estamos nos preparando para retomada e, para isso, voltamos os olhos ao que está sendo feito na China e na Europa. E já sabemos que não haverá uma volta ao que era antes do Covid-19. Será estabelecido esse “novo normal”. Com necessidade de entrega de produtos e experiências diferentes, com Covid-free. Isso já é certo!
No entanto, o problema será como equilibrar a equação de novas despesas, com consumidores pouco dispostos a aceitar custos elevados, uma vez que tanto empresas como clientes estão com suas finanças comprometidas.
Em relação aos protocolos sanitários e sociais, o trade de turismo, através das principais entidades civis e sindicais, e o Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Turismo do Estado − Setur, lançará o “Plano São Paulo”. Trata-se de um guia dirigido a cada segmento específico. Ou seja, Bares e Restaurantes, Hotéis e Meios de Hospedagem −e Turismo e Viagens. Contendo novas práticas mínimas que passarão a ser obrigatórias a todas as empresas. Bem como outras medidas complementares, mais sofisticadas, que ficarão a critério de cada empresa. Enquanto que a fiscalização ficará por conta das vigilâncias sanitárias e das entidades setoriais, que farão uma autorregulamentação, certificando as empresas.
O novo consumidor
Já em relação ao mercado, apontamos algumas tendências que o “novo consumidor” prestará atenção e outras medidas que serão percebidas positivamente:
- Limpeza de ambientes, materiais e superfícies; redução ou eliminação de tecidos naturais e carpetes; substituição ou retirada de itens de decoração, tendo a governança papel fundamental nos novos protocolos de sanitização; uso correto de EPIs e treinamento do staff.
- Readequação dos espaços nos restaurantes, com maior distância entre mesas; uso de divisórias de acrílico; cardápio digital; modificação na forma de atendimento do self-service; ampliação e melhoria do delivery e take away.
- Opções de espaços ao ar livre para atividades físicas, lazer e refeições terão preferência.
- Recursos tecnológicos digitais para informações, check-in, check-out e tudo que possa evitar contato físico ou proximidade, como sistemas de pagamento por aproximação e totens, por exemplo.
- UHs hoteleiras com mais metragem, familiares ou conjugados, além de opcionais de cozinha com frigobar grande e micro-ondas para preparo de alimentos deverão ter mais demanda.