Como dá para notar pelo título desta matéria sobram adjetivos para descrever Berlim, e juro não é meu amor pela cidade falando mais alto, é a realidade de um destino que conquista com extrema facilidade. Isso porque se trata de um lugar tão cheio de vida e do que fazer, que não sobraria tempo para achar motivos para desgostar. E com o plus de ser perfeita para todos os gostos e bolsos!
Composta por 12 distritos abriga cerca de 180 nações diferentes, o que a torna uma cidade para lá de multicultural. Cheia de contrastes, onde em perfeita harmonia convive modernidade e história, Berlim é sim marcada por passado tão recente e não esconde isso com vergonha, pelo contrário. Outro ponto forte que não passa batido é sua gastronomia, que vai muito além das famosas wursts (salsichas). Muito forte na cozinha internacional, possui 20 restaurantes Michelin (somando 26 estrelas), porém também preserva com devoção suas raízes alemãs. Ou seja, um deleite aos mais variados paladares.
Berlim tem infinitas possibilidades de tão diversificada. São mais de 800 anos de história e inúmeras atrações turísticas. A escolha por esse destino tão vibrante como start do nosso especial pode parecer óbvia, já que se trata do principal portão de entrada da Alemanha e a cidade mais visitada do país, no entanto, fora isso, como falei antes (quem perdeu clica aqui), é uma paixão pessoal. Aliás, algo que nem sei por onde começar a explicar, então deixarei que os encantos falem por si só…
Mas, antes de tudo e qualquer coisa, aqui vai uma dica amiga, principalmente para quem quer economizar: adquira um Berlin WelcomeCard. A capital alemã já é uma das mais baratas da Europa, com este cartão fica ainda melhor. Ele inclui passe de viagem para o transporte público local, bem como descontos de até 50% para cerca de 200 atrações. São oito versões disponíveis para 48 ou 72 horas ou 5 dias e por duas zonas tarifárias. É válido para apenas uma pessoa, mas o tíquete ABC, no entanto, permite que três crianças com idades entre 6 e 14 anos possam viajar de graça desde que acompanhadas de um adulto. Além de adquirir online, dá para comprar em vários pontos, incluindo aeroportos, hotéis e em centros de visitantes. Tarifas a partir de € 19,50.
De uma platz (praça) a outra há sempre muito o que ver, fazer e comer. Comece então seu giro pela cidade através da Alexanderplatz, nela encontra-se o Weltzeituhr, relógio com o horário mundial onde os berlinenses costumam se encontrar. Um ótimo ponto de partida, já que nessa região está um ícone local: a Berliner Fernsehturm – a Torre de Televisão. Com um total de 368 metros proporciona uma vista incrível. Lá do alto, além da visão 360 graus, há o Panorama Bar e um restaurante giratório, o Sphere, que funciona inclusive para café da manhã. Ingressos para o observatório custam a partir de € 13 (€ 8,50 crianças entre 4 e 16 anos) e inclui acesso ao Bar 203 que tem drinques por € 9,50. Já o restaurante tem opções em conta, como por exemplo, uma tradicional currywurst por € 8,50, ou mesmo um prato de ravióli de beterraba recheado de queijo cottage por € 15,50.
Menos de 10 minutinhos de caminhada e se chega a Rotes Rathaus. Com sua fachada marcante a Prefeitura Vermelha é um dos cartões-postais da capital alemã. Tem este nome por conta dos tijolos rubros utilizados na sua construção. Na altura do 1º andar há um friso chamado de “crônica de pedra”, com 36 relevos em terracota que narram acontecimentos da história de Berlim e Brandenburgo do século 12 até 1871. Na área em frente encontra-se uma das fontes mais antigas da cidade, a Neptunbrunnen – Fonte Netuno.
A cerca de 500 metros de distância, às margens do Spree, está o DDR Museum, o museu é uma volta no tempo. Único do tipo mostra o estilo de vida comunista na Alemanha Oriental. O acervo foi montado com contribuições e doações. São muitos artigos e objetos como produtos típicos, roupas e brinquedos. É possível tocar e interagir com os itens expostos. Diariamente, das 10h às 20h (exceto aos sábados que fecha às 22h). Entrada: € 9,50 (online o ingresso sai por € 7,50).
Do outro lado do rio está a região conhecida como Ilha dos Museus composta por cinco prédios e que é visita obrigatória de quem visita a cidade. Porém antes de entrar em qualquer um deles não deixe de contemplar a Berliner Dom, a bela Catedral de Berlim. São monumentais 114 metros de comprimento e 116 metros de altura, se destacando na paisagem.
Patrimônio da Humanidade pela Unesco, já que abriga cinco instituições que, juntas, expõem obras e peças de 6 mil anos, o grande destaque, sem sombra de dúvidas, é o Pergamon – dividido em Coleção de Antiguidades Clássicas, Museu do Antigo Oriente Médio e Museu de Arte Islâmica. Diariamente, das 10h às 18h (exceto as quintas que fecha às 20h). Entrada: € 12.
Hora de saciar a fome que, convenhamos a essa altura do passeio deve estar batendo forte. Afinal de contas, caminhar não só cansa como abre e muito o apetite, e comer por si só já é um dos grandes prazeres da vida, na Alemanha então… Hummm! A beira do Rio Spree – que durante o verão se torna uma grande atração – há vários restaurantes descolados, mas se der conta de andar mais um pouco, até a Linienstrasse esquina com a Kleine Hamburger Strasse e experimentar as delícias do Lokal. Restaurante de comida regional orgânica, o cardápio muda sempre, de acordo com o que os proprietários encontram fresco no mercado.
Energia renovada já garante a sequência do giro por Berlim que é daqueles destinos repletos de ícones, mas eis o seu mais famoso cartão-postal: o imponente Portão de Brandemburgo. Símbolo da reunificação alemã é sem dúvida o principal ponto turístico da cidade. Lindo, seja dia ou noite, não tem como as fotos ficarem ruins, por isso arrase nos cliques.
Nessa região há outras várias atrações que marcaram a história da Alemanha e merecem ser visitadas. Como o Reichstag, o Parlamento Alemão que tem como grande atração a Cúpula de Vidro que só pode ser visitada com reserva prévia. Caminhando para o sul, em direção a Potsdamerplatz, você vai passar pelo Memorial do Holocausto. Dedicado aos 6 milhões de judeus mortos durante o regime nazista, está bem no coração da capital alemã. São 2.711 blocos de concreto cinza escuro distribuídos em fileiras paralelas sob uma superfície ondulada. São sóbrios, não contém nenhum texto, nome ou foto. É quase impossível não ser tomado por algum sentimento, no meu caso, foi uma profunda angustia e nó na garganta.
Ao caminhar por Berlim dá para notar com facilidade que se trata de um destino sustentável e muito verde. São muitos os parques espalhados pela cidade. Um deles está inclusive do outro lado do memorial, o Tiergarten, maior parque verde no centro da capital alemã. Aproveite a proximidade e dê uma passadinha no Panoramapunkt, o edifício possui o elevador mais rápido da Europa, subindo 24 andares em 20 segundos e garante do seu topo uma vista de tirar o fôlego. Diariamente das 10h às 20h (verão) e 10h às 18h (inverno). Entrada: € 6.50 (crianças até 6 anos não pagam).
Seguindo se chega a Potsdamerplatz que mistura entretenimento, compras, restaurantes e cultura. A variedade arquitetônica, a ampla gama de eventos e os muitos pontos turísticos nas imediações, fazem desta área uma atração central para os visitantes. Ali se encontra o Sony Center e é onde ocorrem todos os anos o Berlinale – Festival de Cinema de Berlim. Deste ponto, descendo a Leipzigerstrasse até a Friedrichstrasse, está uma das principais ruas de compras da região. Mas, sobre este assunto falarei em uma matéria a parte.
FRAGMENTOS DE HISTÓRIA
Um dos points mais procurados pelos turistas está ao ar livre, a East Side Gallery, galeria de arte que abriga mais de 100 pinturas de artistas de todo o mundo no lado leste do antigo muro de Berlim. Um total de 1,3 quilômetros. Entre os destaques está “The Mortal Kiss” de Dmitri Vrubel, que mostra um beijo entre Erich Honecker e Leonid Brezhnev’s.
Outra parada que é uma volta ao passado é o Checkpoint Charlie, onde ficava uma das fronteiras mais conhecida dos tempos da Guerra Fria. Ali se encontrava o aviso: “Você está saindo do setor americano”– em inglês, russo, francês e alemão – símbolo da divisão de Berlim. Até a queda do muro, em 1989, representava a demarcação entre o Ocidente e Oriente, Capitalismo e Comunismo, liberdade e confinamento.
Rumo a famosa via Kurfürstendamm, conhecida como Kudamm, estão o Story of Berlin, que aborda de forma interativa mais de oito séculos da história local e que contarei melhor em breve. E o The Topographyof Terror, um dos memoriais mais visitados ilustra as dimensões do reinado de terror do nazismo no antigo local da sede da Gestapo, SA e SS durante o Terceiro Reich. Diariamente, das 10h às 20h. Gratuito.
Como dá para notar Berlim é um convite para se bater perna, dá para fazer muita coisa a pé, mas quem quiser ter uma perspectiva diferenciada e divertida, diga-se de passagem, alugue uma bicicleta. A cidade conta com mais de mil quilômetros de ciclovias bem sinalizadas. Há inúmeros postos de locação, a maioria nos bairros de Berlin-Mitte, Friedrichshain, Kreuzberg ou próximo da estação ZoologischerGarten. As locadoras cobram uma diária de aproximadamente € 10, dependendo do modelo da magrela. Entre as opções estão a Call-a-Bike e a Berlin on Bike, que além do aluguel conta com dois tours especiais.
Não, não esqueci das cervejas. Nem pensar ir embora sem provar ao menos uma entre tantas. Aproveite então para unir duas experiências e vá a um dos muitos biergartens (jardins da cerveja) que são parte da cultura alemã, reunindo turistas e locais. O mais antigo é o Prater, em Prenzlauerberg, aberto desde 1837. Além das mais comuns, como Berliner, Radeberger e Weihenstephaner, tem ainda a cerveja da casa. Experimente o tipo preferido dos berlinenses, a Berliner Weisse.
Para quem ainda não sabe onde se hospedar fique tranquilo, há boas opções, desde hotéis mais em conta até hostels que valem o investimento. Nos últimos anos, um híbrido dos dois tomou conta de Berlim, são acomodações para todos os perfis a preços justos. É o caso do Pfefferbett Hostel, em uma antiga fábrica de cerveja combina design jovem e moderno com o charme industrial de 150 anos atrás.
Se você nunca foi a Berlim espero ter ajudado, e desejo que, ao conhecê-la, tenha o mesmo encanto que tive a primeira vez e se manteve ao voltar. Quem a conhece já sabe bem do que estou falando, porém fica a dica: a capital alemã está sempre se renovando, por isso a cada ida haverá sempre algo novo.
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Dica Travelpedia – Europa de carro
Ao viajar de carro, é importante estar atento as sinalizações das vias. Na Alemanha, por exemplo, muitas cidades definiram zonas ambientais nas quais só podem circular veículos que atendam a determinados padrões de emissões e estejam identificados com uma etiqueta de uma determinada cor. No mais, trata-se de um país super convidativo para roadtrips com excelentes estradas e sem pedágios. Por essas razões é muito confortável viajar com um carro alugado por lá. Você encontra o carro certo para sua viagem, por exemplo, nas agências da Europcar, maior locadora de automóveis da Europa! Só na Alemanha são 560 lojas ou pontos de atendimentos, sendo 41 deles 24 horas. Além de 78 parceiros de suporte. A empresa conta com uma ampla variedade de frota. Que por sinal conta sempre com carros novos e lançamentos.
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