Costurar, pintar e bordar o amor. Enfeitar e dar graça a desilusões, tropeços, desavenças. É assim que o artista plástico Jorge Fonseca concebe sua obra, criações que dão um novo significado a objetos do imaginário coletivo e apontam brechas de afeto em coisas simples do cotidiano. Entre os dias 29 de maio e 29 de julho, boa parte de seu trabalho poderá ser conhecido na Caixa Cultural São Paulo, na exposição inédita e gratuita Labirinto de Amor. A visitação pode ser feita das 9h às 19h, de terça a domingo.
As mais de 30 obras da mostra (que pertencem a acervos de grandes instituições e colecionadores) foram produzidas entre 1998 e 2015 e contam um pouco da trajetória deste artista mineiro autodidata, que por mais de 15 anos foi maquinista de trem e marceneiro. Segundo a curadora da exposição, a crítica de arte Fernanda Terra, Jorge Fonseca é um grande observador do cotidiano, das relações, dos sentimentos.
Em criações singulares que misturam artesania, arte conceitual, pop, kitsch, há uma forte atitude contemporânea, uma crítica contundente às relações humanas. Ele dá outra leitura a materiais comuns, tecidos, miudezas de armarinho ou objetos simples que habitam o imaginário de muita gente. As pessoas se envolvem emocionalmente com as histórias contadas por cada peça. Se reconhecem, recordam vivências ou lembram de alguém que viveu aquilo. É algo que fala do real, da vida como ela é, mas não de uma forma endurecida e sim cheia de afeto.
Os visitantes poderão tocar e participar de três obras que provocam os desejos, medos e emoções. Fernanda Terra diz que duas peças interativas fazem parte da instalação Fiotim, museu em movimento que já percorreu várias cidades brasileiras. Um exemplo é a obra Renascedouro, uma espécie de tiro ao alvo onde a pessoa derruba as fraquezas humanas como medo, inveja, tédio, raiva ou preguiça.
Informações: caixacultural.com.br