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Cruzeiros pelos rios que desvendam a Borgonha e Provença

Dois rios, muitas surpresas. O Saôna e o Ródano unem suas águas para atravessar duas das mais belas regiões da França – Borgonha e Provença. Pela relevância turística, os meios para chegar às principais cidades destas regiões são fartos. Porém, navegar ao enlevo dos suaves cursos dos rios é uma experiência realmente incomum. Além das cidades famosas, há vinhedos, vilazinhas, castelos – paisagens vistas de perto pelos viajantes, uma vez que as “estradas aquáticas” são de larguras estreitas, na grande extensão dos percursos.

Borgonha

Borgonha é da conta do Rio Saôna. Para alcançar este rio a partir de Paris é necessário ir até St. Jean de Losne, um percurso por terra que passa por Beaune – a capital francesa do vinho. Formidável oportunidade para conhecer na origem os vinhos brancos produzidos a partir da uva Chardonnay – por exemplo, o Pouilly-Fuissé, o Saint Véran e o Mâcon-Villages Blanc; e os vermelhos e rosés, originados nas uvas Gamay e Pinot Noir.

Após cruzar belas vilas e cidadezinhas, o Saôna chega a Lyon, um verdadeiro paraíso gastronômico. Aqui, é obrigatório visitar o mercado Quai Saint-Antoine, na Place des Célestins, e depois provar o vinho da região – o Beaujolais, em um dos excelentes restaurantes da cidade. É em Lyon que o Saôna cumpre a sua jornada, misturando-se com o histórico Rio Ródano, do qual é o maior afluente.

Provença

Banhada pelo Mediterrâneo e atravessada pelo Ródano, com seus inúmeros campos de lavanda que iniciam a floração ao final de junho. Pelo caminho do rio, encontra-se Vienne – repleta de relíquias medievais, famosa também pelo seu festival internacional de jazz; Tournon – uma das mais antigas cidades medievais da França; Avignon – a região do Châteaneuf-du-Pape, aonde são produzidas 13 variedades de uvas, entre elas, as tintas muscardin, syrac, terret noir; e as brancas, como clairette, bourboulenc e roussanne.

Finalmente, Arles. Aqui, além da qualidade dos vinhos, queijos e da gastronomia, a arte impera. Vincent Van Gogh e Eugène-Henri-Paul Gauguin fizeram de Arles (de 1888 a 1898) a sua morada. Lado a lado (literalmente, já que viviam no mesmo hotel), ali os dois artistas criaram belos quadros, conviveram, confraternizaram, brigaram e, por pouco, um não matou o outro.

O temperamental Picasso também esteve lá, e até hoje permanece através das obras expostas no Musée Réattu, para o qual doou pessoalmente 57 extraordinários desenhos. Datada do século 15, debruçada sobre a acentuada curva desenhada pelo Ródano ao margear Arles, a sede deste museu é, por si, uma peça de coleção para conhecer e admirar. Além de bela, Arles é singular. Uma singularidade que inclui proporcionar ao visitante observar os lugares retratados por Van Gogh (como a Casa Amarela, na Place Lamartine; e o cais do porto) a partir do exato ponto de vista escolhido pelo pintor, que viveu em Arles a fase mais produtiva da sua vida de artista.

Informaçõesavalonwaterways.com

Fotos: Divulgação

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