Montanhas que parecem tocar o céu, cachoeiras imensas e praias onde o sol mergulha no mar são belezas conhecidas de Santa Catarina. Mas você sabia que o estado também produz vinhos? Sim, a Serra Catarinense está repleta de tesouros relacionados à bebida que transcende o tempo e a geografia. Além disso, vinícolas que unem tradição, excelência e beleza formam o terroir único do estado.
Mesmo com o início da vitivinicultura na Serra Catarinense sendo razoavelmente recente, a produção de uvas e vinhos abrange diversos municípios. Há vinhedos localizados de 900 a 1.400 metros acima do mar. Assim, a combinação entre altitude e clima frio é o grande trunfo dos produtores de vinhos finos. Mais de 1 milhão de garrafas são envazadas por ano, transformando Santa Catarina em uma das principais fabricantes do Brasil.
Assim, com destaque reconhecido por especialistas e turistas, os vinhos de altitude receberam, em 2021, o Selo de Indicação Geográfica. Uma garantia de procedência e qualidade dos rótulos,. Além disso, alguns destes podem ser provados em visitas às vinícolas. Eba!
Gostinho especial
Antes do tour pela Serra Catarinense, vale a pena entender os motivos que levam os vinhos de altitude de Santa Catarina a terem esse diferencial.
Primeiramente, o clima montanhês e o frio das áreas altas prolongam o tempo de maturação das uvas, gerando bebidas com alta acidez e extremamente frescas. Além disso, as baixas temperaturas favorecem a produção natural de açúcar da fruta. O que estimula o aumento no número de polifenóis, que têm ação antioxidante e podem prevenir o envelhecimento. Tudo isso contribui para preservar os aromas mais delicados das uvas. Portanto, com isso em mente, chegou a hora de aproveitar.
Villa Francioni
Localizada em São Joaquim, a pioneira do enoturismo na região iniciou suas atividades em 2004. Ela foi desenhada de forma a privilegiar o fluxo gravitacional, numa construção feita em desnível para evitar ao máximo o número de transferências mecânicas. Além disso, também tem em seu foco a arte com uma galeria na entrada principal, bem como diversas obras espalhadas pelo espaço.
A Villa Francioni possui capacidade para produzir 300 mil garrafas por ano, mas optam por fabricar cerca de 100 mil unidades. “Preferimos focar na qualidade do que na quantidade”, afirma o enólogo Nei Rasera. Entre os tipos de uvas cultivadas estão malbec, cabernet sauvignon, petit verdot, syrah e chardonnay. Que se colocam entre alguns dos melhores vinhos nacionais.
Uma das pessoas que atesta esse feito é a cantora Madonna. Ela se encantou por um rosé da marca quando visitou um restaurante no país. A história conta que a diva pop gostou tanto que levou todas as garrafas do estabelecimento.
Outros rótulos que se destacam são o tinto seco Francesco. Trata-se de um exemplar complexo e equilibrado. Onde se percebe bem a maciez trazida pela maior porcentagem de Merlot. Do mesmo modo, o tinto Villa Francioni Reserva com aromas complexos com notas de chocolate amargo, frutas negras, cereja e especiarias.
A Villa Francioni é uma das mais famosas da região. Além disso, oferece passeio guiado com degustação, harmonização, piquenique e loja.
Thera
Considerada uma das mais modernas vinícolas da Serra Catarinense, a Thera, tem seu complexo enogastronômico de 800 hectares na cidade de Bom Retiro. Em seu portfólio há 17 rótulos de vinhos brancos, rosés, tintos e espumantes. Produtos que se destacam pela originalidade e frescor. Como, por exemplo, o Thera Auguri Brut, que foi recentemente premiado no Decanter World Wine Awards 2024.
Tanto sucesso ao longo dos anos estimulou a construção de wine bar, pousada boutique, residencial e uma sede própria. O wine bar fica no rooftop da área de produção dos vinhos e conta com salas de degustação, loja e restaurante com uma paisagem linda. Já a pousada tem 18 suítes, piscina, restaurante e áreas de bem-estar. Enquanto o residencial, que se intitula o primeiro dentro de uma vinícola, tem terrenos de 2 mil metros quadrados à venda no meio das montanhas.
Há tours guiados pelos vinhedos, degustação de vinhos, cavalgadas, piqueniques e almoços e jantares harmonizados onde é possível provar outras garrafas reconhecidas internacionalmente, como o Sauvignon Blanc 2023 e o Montepulciano 2022, sendo essas as duas variedades de maior destaque na Serra Catarinense.
Vinhedos do Monte Agudo
Com mudas que vieram da França, a vinícola boutique familiar Monte Agudo, situada a 1280 metros de altitude na Fazenda Morro Agudo em São Joaquim, produz vinhos em quantidade limitada e com alta qualidade.
As seis variedades plantadas (cabernet sauvignon, merlot, sauvignon blanc, chardonnay, malbec e riesling renano, esta última ainda em fase de teste) são a base dos 10 rótulos disponíveis atualmente. Todos com características peculiares e aromas complexos, dada a influência da brisa marítima, do solo com rochas e da amplitude térmica acentuada, diferença entre temperatura mínima e máxima, na época da colheita.
A família que comanda a vinícola Vinhedos do Monte Agudo recebe visitantes para atividades como degustações, almoço harmonizado com uma bela vista da paisagem e sunsets com muita música, perfeitos para se divertir enquanto o sol se põe. “Nessa hora batemos um papo informal com turista, falando curiosidades enquanto tomamos um espumante apreciando o fim da tarde”, comenta a diretora comercial da Monte Agudo, Patrícia Ferraz.
Já no piquenique (foto do destaque), você escolhe seu lugar em meio às parreiras dos vinhedos e aproveita quitutes como sanduíches, bolos e pastinhas, enquanto saboreia um espumante, como o Sinfonia Brut Rosé, com delicados reflexos salmão e aromas que lembram amoras e framboesas.
Antes de sair, aproveite para checar possíveis promoções na lojinha e garantir o delicioso Chardonnay Expressões de Altitude, que harmoniza com peixes com molho branco, camarões e queijos de massa mole.
Leone di Venezia
Chegar à vinícola Leone di Venezia, em São Joaquim, é como estar na Itália. E essa impressão não é por acaso, afinal logo de cara você vê o leão alado de São Marcos, símbolo da cidade Veneza, além do prédio inspirado nas vilas desenhadas pelo arquiteto Andrea Palladio, um dos principais do renascentismo italiano.
Seu idealizador é o enólogo e agrônomo Saul Bianco, um verdadeiro apaixonado pela Velha Bota. Tanto que ao invés de apostar em variedades francesas que dominam as altitudes, ele apostou nas uvas italianas, entre as quais estão as tintas montepulciano, refosco e aglianico; as brancas grechetto, garganega e vermentino e as três tintas do Vêneto: rondinella, corvina e molinara que geraram o vinho Amarone, denominado “Passione”.
Essas e outras histórias o visitante conhece em uma degustação guiada realizada no mezanino de onde se vê a cantina, ou melhor, a fábrica dos vinhos da vinícola boutique que preza pela tradição e qualidade. Com agendamento prévio também é possível realizar piqueniques e provar o tinto Sangiovese que com seus taninos vivos ressalta os sabores de carnes assadas, pizzas, queijos e risotos.
Bom Retiro
A vinícola Bom Retiro, anteriormente conhecida como Di Buratto, que fica na Fazenda Santa Luzia na cidade homônima do empreendimento, vive um novo começo com a chegada da nova proprietária Lívia Ferraro.
Visando a qualidade do produto final, o número de cepas diminuiu e, atualmente, a fazenda possui três hectares de uvas de altitude cabernet sauvignon, touriga nacional, sangiovese, petit manseng e merlot; e três de mesa (niagara, carmem, isabel e bordô) que deverão deixar de existir a partir de 2025.
O local tem um hotel com dez quartos com capacidade para até 40 pessoas. Além disso, recebe apenas grupos fechados com pacotes que incluem todas as refeições, degustação e visita guiada às instalações da fábrica. Bem como passeio à cavalo, trilhas, quadriciclo e uma loja com produtos coloniais e vinhos de safras anteriores. Como os feitos com as uvas malvasia, ribolla gialla e moscato, visto que no último ano nenhuma garrafa foi produzida.
Tudo para dar forma ao projeto dos sonhos de Lívia que prevê cabanas para locação, hotel para grupos, spa, bistrô, restaurante, quadras poliesportivas, espaço para eventos e galeria de arte, além dos passeios e visitas guiadas já oferecidos. Esse plano ainda terá a mudança de nome do negócio e outros detalhes não revelados.
Portanto, se hoje em dia não faltam motivos para conhecer a Serra Catarinense, o futuro promete ser ainda melhor. Até porque as experiências enoturísticas têm sempre um gostinho de quero mais.
Fica a dica!
Restaurante Nuvem Gourmet – Localizado dentro do empreendimento hoteleiro Caminho das Nuvens, em Bom Retiro, é parada obrigatória para quem gosta de comer bem. Com menu sofisticado que vai de releituras de pratos da culinária serrana até criações contemporâneas, como o risoto de cogumelos silvestres ou o nhoque feito com aipim ao molho de requeijão de castanhas. Uma delícia!
A jornalista viajou a convite da Secretaria de Estado de Turismo de Santa Catarina com o seguro-viagem GTA – Global Travel Assistance.
Foto do destaque: Monte Agudo/divulgação
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