Como cantou Gilberto Gil: “Andá com fé eu vou, que a fé não costuma faiá”. E são caminhos onde a religião e crença falam mais alto que vamos percorrer nesta matéria. Listamos 15 destinos do turismo religioso que mostram como se trata de um segmento forte, que cresce ano a ano, mesmo em tempos de crise. Afinal de contas, é justamente nesses momentos que se deve reforçar a fé, não é mesmo?
O Brasil que o diga! Dados do Ministério do Turismo mostram que o setor movimenta em torno de R$ 15 bilhões anualmente, evidenciando sua importância para a economia nacional. Isso sem contar que, os lugares mais sagrados do País costumam atrair mais visitantes do que alguns dos monumentos mundiais mais famosos. Já dizia o ditado popular, a fé move montanhas. E não importa a religião, o que vale é a crença. Confira!
Char Dham (Índia)
Beirando o Himalaia, reúne quatro locais sagrados de peregrinação. De grande significado para o Hinduísmo, é recomendado aos adeptos que se visite ao menos uma vez na vida. O principal objetivo é adorar as divindades e pedir perdão por seus pecados. A tradição manda que se siga a caminhada de leste a oeste, na seguinte ordem: Yamnotri, Gangotri, Kedarnath e Badrinath. A jornada por esses lugares leve a uma pitoresca paisagem que envolve florestas de montanhas densas, prados, grandes vales, cachoeiras, rios, confluências de rios e flores.
Angkor Wat (Camboja)
Considerado a maior estrutura religiosa do mundo, bem como um dos tesouros arqueológicos mais importantes, além de Patrimônio da Humanidade pela Unesco e símbolo do país, tem importante significado budista. Situado na cidade de Siem Reap, sua construção, talhada em pedra, formando uma mandala e alinhada aos pontos cardeais, é uma incrível combinação de espiritualidade e simetria.
Fátima (Portugal)
Desde 1917, há 100 anos atrás, quando das seis aparições de N. S. de Fátima, o destino nunca mais foi o mesmo. Anualmente a cidade de Fátima atrai milhões de devotos. Entre os destaques do santuário, composto de uma grande esplanada e duas basílicas, está a Capelinha das Aparições, onde Nossa Senhora teria surgido aos pastorinhos. Bem como a Colunata, conjunto arquitetônico composto de 200 colunas e meias colunas e 14 altares, uma Via-sacra com painéis em cerâmica.
Aparecida do Norte (Brasil)
Foto: PixabayO interior de São Paulo guarda o maior santuário do País e segundo maior no mundo. Um dos principais destinos religiosos do Brasil, no último ano, dos festejos do jubileu de 300 anos da aparição da imagem de N. Sra. Aparecida, bateu recorde de visitação: 13 milhões de visitantes. Nenhuma surpresa se pensarmos que, de acordo com o Vaticano, o Brasil é a maior nação católica do planeta – são mais de 170 milhões de fiéis.
Cidade do México (México)
Num país onde 9 em cada 10 habitantes são católicos, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, do México e da capital, é venerada por todos os cantos. Um dos santuários mais visitados do mundo – atraindo cerca de 20 milhões de turistas por ano – é um dos maiores ícones locais. O complexo é composto de várias igrejas e capelas, dentre elas as duas basílicas. A antiga, finalizada em 1709, é contrastada pelo novo edifício, construído na década de 1970, e lembra uma arena esportiva.
Belém (Brasil)
Consolidado no segmento, a capital paraense é famosa por sediar uma das maiores manifestações religiosas do mundo, o Círio de Nazaré, que inclusive é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Anualmente, no mês de outubro, reúne cerca de 1,5 milhão de pessoas em procissões que homenageiam N. S. de Nazaré.
Istambul (Turquia)
Um dos edifícios mais fotografado da cidade, assim como ponto turístico, a icônica Mesquita Azul foi construída entre 1609 e 1616 a mando do sultão Ahmed, para que fosse mais imponente e bonita que a Igreja de Santa Sofia. Símbolo religioso para os muçulmanos e uma das obras-primas do mundo islâmico, chama atenção pela harmonia e elegância, e claro, por seus belos vitrais e mosaicos azuis de Iznik, responsáveis por sua nomenclatura.
Jerusalém (Israel)
Um país multicultural e símbolo da coexistência de diferentes religiões em um mesmo lugar. Por isso não é surpresa alguma que a principal motivação turística, segundo dados do Ministério do Turismo de Israel, seja justamente a fé. Entre os destaques da cidade estão a Igreja do Santo Sepulcro, construída no local onde Jesus foi crucificado e sepultado por 3 dias antes da ressurreição. Bem como o icônico Muro das Lamentações, segundo local mais sagrado do Judaísmo. Por ano, cerca de 1 milhão de bilhetes com pedidos são colocados entre as frestas do muro, um ritual de fé que é praticado por inúmeros visitantes, independentemente da crença.
Monte Kailash (Tibet)
Tida como um dos lugares mais sagrados para os hindus e budistas, a montanha é considerada pelo segundo grupo como o centro do universo, e para o primeiro como morada de Shiva. Devido sua importância (e também perigo), foi oficialmente proibida a escalação. Budistas acreditam que, ao percorrer esse caminho (de 52 km) por 108 vezes, se atinge o Nirvana. O fato é que anualmente milhares de pessoas circulam por ali, acreditando trazer bons fluidos. A peregrinação deve ser feita no sentido horário.
Santiago de Compostela (Espanha)
De diversos pontos da Europa, o famoso Caminho de Santiago leva fiéis católicos para a capital da Galícia que abriga, na catedral que leva o nome da cidade, relíquias (como o manto) de São Tiago, um dos apóstolos de Jesus. Assim como Kumano Kodo, o Caminho de Santiago também é patrimônio pela Unesco. São os únicos lugares de peregrinação reconhecidos. O percurso, de 780 quilômetros de extensão, leva em média um mês para ser concluído. Enquanto que para alguns se trata de peregrinação, para outros é apenas uma viagem de autoconhecimento e reflexão.
Meca (Arábia Saudita)
Considerado o lugar mais sagrado do Islamismo, é destino certo de todo muçulmano ao menos uma vez na vida. Isso porque ali se encontra o Santuário Kaaba, cuja tradição islamita diz ser o único local da Terra tocado pelas forças celestes. Ali se encontra a pedra preta, entregue a Abraão pelo Arcanjo Gabriel. Foi também na cidade que nasceu e está enterrado Maomé, fundador da religião. Por anualmente receber milhões de muçulmanos, se tornou um dos lugares mais cosmopolitas do mundo islâmico.
Varanasi (Índia)
Tida como a mais sagrada cidade do Hinduísmo, de importância também para o Budismo, é uma das mais antigas do mundo. Sua origem mítica está relacionada a Shiva, deus da destruição. Às margens do Ganges, seu nome significa Porta do Céu, e dizem que quem morre ali nem precisa reencarnar, já tem acesso à vida eterna. Mas, vale ressaltar que a cidade é um retrato da contradição, já que ao mesmo tempo em que ali, em meio ao intenso aroma de incensos, se encontra o esplendor máximo da religiosidade com belas cerimônias, bem como muita sujeira e pobreza.
Juazeiro do Norte (Brasil)
O destino cearense é famoso por receber anualmente cerca de 2 milhões de devotos de Padre Cícero. O sacerdote, que chegou a cidade em abril de 1872, se tornou um mito, já que, graças a ele, Juazeiro é um dos maiores centros de religiosidade popular da América Latina. Nas romarias, se transforma em um centro de devoção com missas, bênçãos, procissões, novenas, peregrinações e visitações. Entre os destaques do destino está o monumento de 27 metros de altura em homenagem ao padre.
Vaticano (Itália)
O menor Estado independente do mundo, além de alicerce do catolicismo é também um berço da arte sacra. A cultura do Vaticano é obviamente correspondente à cultura da igreja católica e o seu expoente são as obras de arquitetura como a Basílica de São Pedro (maior santuário do mundo), a Praça de São Pedro, a Capela Sistina e o acervo do Museu do Vaticano. A residência do Papa tem 5 mil quartos, 300 casas de banho, 200 salas de espera, 100 gabinetes de leitura, 22 pátios e dezenas de outras dependências.
Kumano Kodo (Japão)
Por mais de mil anos, pessoas dos mais variados níveis da sociedade, incluindo imperadores aposentados, fizeram a árdua peregrinação a Kumano. Patrimônio Mundial da Unesco, próxima as montanhas Kii, ao sul de Osaka, a caminhada em si (que dura aproximadamente seis semanas), além dos ritos religiosos de adoração e purificação, também é uma ótima maneira de experimentar o cenário cultural único da região. A trilha leva para três santuários sagrados: Hongu, Hayatama e Nachi.
Foto do destaque: Pixabay
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