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E vive la France! Confira a primeira parte de um especial que oh là là!

Oi pessoal,

Tudo bem?

Vamos embarcar em uma aventura pelas terras francesas? Como residente de Lyon conheço muitas cidades por aqui, por essa razão decidi fazer um especial do país focando nos seguintes destinos: Paris, Lyon (claro!), Reims e Épernay, Nice, Cannes, Annecy e Aix-en-Provence. Então, a cada semana trarei para vocês várias dicas legais, clichês e fora do comum. Sim, o Travelpedia está decretando a quarta-feira como “Dia da França” – ao menos até o término deste bem bolado. Ah! Mas, antes de tudo, vou dar um panorama geral, englobando costumes e o que, eu, particularmente sinto, vivendo e “turistando” por aqui. Bora?

 
A Franç
a
Capital: Paris
Moeda: Euro
Fuso horário: + 5 horas em relação à Brasília
Precisa de visto? Não
Data nacional: 14 de julho (Queda da Bastilha)
Presidente: François Hollande
Prefixo: +33
Voltagem das tomadas: 220V

 

Bê-a-Bá básico
Bom dia e boa tarde: Bonjour!
Boa noite: Bonne nuit!
Obrigado(a): Merci!
Por favor: S’il vous plaît!
Quando custa?: Combien coût?

 

Cultura & curiosidades


Minhas impressões como turista

É muito difícil um francês saber falar em inglês. Ainda não se sabe o porquê, mas a quantidade de pessoas que dominam o idioma é baixíssima. Como consequência, a comunicação entre o turista e os atendentes/garçons/pessoas na rua fica quase que inviável. Claro que depende de onde você está – quanto mais turístico, mais chances de encontrar pessoas que falem em inglês.

Um detalhe, sabe aquela história que sempre escutamos com relação ao fato que eles ficam irritados quando os turistas querem falar outro idioma? Pura verdade! Talvez pelo patriotismo, o que é até compreensível, mas são poucos os que fazem um esforcinho para agradar e tentar entender. Sim, em nada lembram nós brasileiros tidos como um dos povos mais simpáticos. Então esteja preparado para enfrentar olhares tortos e falta de paciência. Por outro lado, a sinalização é ótima e tem placas bem claras, o que ajuda na hora de se achar, caso não fale o idioma.

A maioria das cidades possui metrô, que não é muito limpo e são antigos, mas que funcionam e te levam para 99% dos lugares. Quando não há, o ônibus cumpre bem seu papel. Mas fica a dica: se o destino não tem metrô é porque é compacto e, sendo assim, vale ser explorado a pé.

O trem por aqui também é sempre uma boa opção. E vale muito a pena, pois além das paisagens serem lindíssimas, a praticidade e o conforto é enorme (e nem toda a cidade tem aeroporto). A companhia de trem SNCF faz trajetos para todos os lugares da França e, dependendo da cidade, ainda dá para escolher a estação de ida e volta. Os preços são relativos e o período do almoço, geralmente, é mais barato.

Todas as regiões têm influências históricas e arquiteturas incríveis, mesmo que bem diferentes. Por exemplo, Nice é completamente diferente de Annecy que por sua vez em nada lembra Reims. Então, nunca (em hipótese alguma mesmo) pense que um lugar anula o outro: cada visita é surpreendente e única.

O preço da alimentação e transporte varia de lugar para lugar. Quanto mais conhecida for a cidade, mais cara, mas, por outro lado, também se multiplicam as opções. Os famosos menus fixos existem em todos os cantos e há variedade de comidas regionais, restaurantes e redes.

Questão de sobrevivência: o querido Wi-Fi, apesar de presente em muitos locais, como restaurantes e shoppings, na rua é difícil encontra-lo, o que pode ser um problema se você depende de Waze ou Google Maps. Por uma média de € 20 (tudo depende da empresa), você compra um SIM Card, no aeroporto ou estação de trem mesmo, com internet para usar. E nem precisa configurar o Whatsapp.

Não é porque você veio para a Europa que é para descuidar dos seus pertences. Ok, crimes hediondos são raros de acontecer, mas pequenos furtos são comuns. Então, não descuide. Nada de deixar a bolsa aberta ou longe do corpo no metrô, evite andar com o passaporte e nem pensar dar bobeira com o celular na mão.

Minhas impressões como moradora

Primeiro de tudo: como disse acima, eu moro em Lyon então só posso falar daqui mesmo. Pode ser que em outras cidades seja igual ou totalmente diferente em alguns aspectos. Portanto, essa parte do post é totalmente pessoal.

A história dos olhares tortos se repete: mesmo que eu fale francês, muitos nativos continuam sendo secos e nada simpáticos. Sabe quando entramos em uma loja no Brasil e pedimos pra ver trocentos modelos de roupa e não levamos nada? Aqui nem ouso! Ou vou com objetivo de comprar ou nem entro para não enfrentar cara feia. Sinto, muitas vezes, que eles estão fazendo uma obrigação em me atender bem e esse sentimento, acreditem, é horrível.

Há inúmeros mini-mercados aqui e todos são muitos bons. Tanto faz qual (o meu favorito é o Casino Shopping) sempre haverá frutas, legumes, pães e congelados fresquinhos. Aliás, os vegetais são incríveis e têm uma enorme variedade de cores e sabores. E o melhor? O preço é justo. Dá para fazer uma boa compra sem gastar horrores.

Eu, como mulher, não me sinto assediada na rua. Diferente do Brasil, os homens aqui tem muito respeito. Claro que uma olhada ou outra acontece, mas não é extremo e machista como, infelizmente, estamos acostumadas aí. Sinto-me segura ao andar sozinha, independentemente da hora do dia.

Falando em segurança, aqui é um ponto alto. De dia, à tarde ou à noite, você vê pessoas circulando nas ruas e a polícia está sempre à vista. Eu nunca presenciei assaltos e nada do tipo, mesmo sabendo que acontece. Os delitos mais comuns são os furtos no metrô, como celulares e objetos retirados da bolsa.

Sobre o terrorismo, há sim muitos franceses de origem árabe e eu nunca presenciei nenhuma ameaça. Depois da minha chegada, quebrei preconceitos, vi como eles são legais e o quanto a mídia nos assusta e apavora sem motivo algum. Claro que esse assunto é mundial e temos que estar sempre alertas, mas não é para tanto. E cá entre nós: a chance de você sofrer alguma violência no Brasil é dez vezes maior do que explodir uma bomba e você estar no exato local do incidente.

A educação e saúde são para todos. Crianças têm acesso à escola pública, que por sinal é muito boa, e, se os pais preferirem, ainda há as semi-públicas (onde o governo banca parte dos gastos) e as privadas. As instituições são dispostas a partir do endereço da pessoa, ou seja, rola estudar pertinho de casa, o que facilita a vida dos pais. A taxa de alfabetização é de 99% e os franceses se orgulham muito disso – o que não é para menos! Para os adultos, a mesma coisa, há sempre vagas públicas, tanto em faculdades ou técnicos, assim como em universidade particulares. Quanto a saúde: todo mundo tem plano, pois o do governo é gratuito e os privados têm preços acessíveis (e até armações de óculos são reembolsadas). Fora que, em geral, os médicos daqui são excelentes e considerados parte dos melhores do mundo.

Há muitos eventos, festas e feiras gratuitas na França. A diversão e entretenimento são acessíveis a todos. Neste mês de junho, por exemplo, ocorreu a Fête de la Musique, onde músicos de diferentes estilos se apresentaram gratuitamente em pontos da cidade.

Bom, acho que é isso… Espero que vocês tenham gostado das minhas dicas e acompanhem o próximo post sobre a Paris, a bela Cidade Luz.

See you soon!

Bisous,

Gi

Fotos: Shutterstock, Pixabay e arquivo pessoal
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