O Burning Man é realizado anualmente desde 1986, no feriado do dia do trabalho americano, no deserto Black Rock, em Nevada. Este ano, acontece de 28 de agosto a 5 de setembro. Um festival onde os participantes se reúnem no meio do deserto para criarem juntos a Black Rock City, uma metrópole temporária dedicada à arte, à comunidade e à expressão. Com muita criatividade e princípios, todos são bem-vindos e encorajados a se expressarem seja por meio de música, performance, ou qualquer outro tipo de arte. Os espectadores são também criadores.
O tema central de arte do Burning Man 2016 é inspirado no renascimento italiano da metade do século 15 e início do século 16, quando uma convergência histórica de arte inspirada, inovação técnica e patrocínio ajudou a Europa a sair do medievalismo e ingressar na modernidade. A história vai centrar-se na República de Florença, pois foi nessa cidade-estado com aproximadamente o mesmo tamanho e população da Black Rock City, que os ideais humanistas, uma redescoberta da ciência e o financiamento de empresários alimentaram um movimento cultural revolucionário que redefiniu a civilização ocidental. Cinco séculos mais tarde, o Burning Man tenta recriar essa alquimia social potente, combinando arte, cultura e filantropia criativa para fazer de Black Rock City o epicentro de um novo renascimento.
No Festival há uma grande galeria a céu aberto, a “Playa”, no centro dela tem uma escultura de madeira chamada Burning Man, que remete ao surgimento do evento, quando dois amigos improvisaram uma escultura de um homem de madeira em uma praia de São Francisco durante o solstício de verão e depois a queimaram. Algumas pessoas se juntaram para assistir e, assim, decidiram repetir nos anos seguintes, transformando o ato em um grande movimento de expressão participativo. Este ano, a escultura remeterá ao Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci, também símbolo do renascimento.
“The Temple” ou O Templo é também uma das obras mais importantes do evento – espaço de memória, luto e renovação. Há uma estrutura onde os participantes visitam e deixam fotos, objetos, mensagens e também lembranças de pessoas perdidas, em suas paredes. No último dia do festival O Templo será queimado. Os habitantes temporários de Black Rock City acreditam que a fumaça leva para longe o desejo de estar perto daqueles que já partiram.
Um dos princípios do festival é “não deixar rastros”. A comunidade do evento respeita o meio ambiente e se compromete a não deixar nenhum traço físico de suas atividades no deserto. Todas as instalações são desmontadas, retiradas e as artes fixas são queimadas ao fim do festival. O objetivo é deixar o deserto de Black Rock como se nada tivesse acontecido por ali.
Quem quiser tornar-se habitante da cidade de Black Rock vai criar e viver situações extremamente inusitadas: acampamentos, festas dia e noite, pessoas com os corpos pintados, barracas inteiras enfeitadas, instalações enormes, muito sol, carros decorados, música, performance, teatro e muito mais.
Os ingressos para o Festival variam entre US$ 390 e US$ 1,2 mil. É possível chegar de automóvel ao festival saindo da cidade de Reno. Algumas empresas oferecem serviço de transporte para o festival saindo de Reno ou São Francisco.
Assista ao vivo aqui via webcast.
Informações: travelnevada.com.br
Fotos: Philippe Glade