No coração do Pantanal brasileiro, encontramos uma culinária tão diversa quanto sua exuberante biodiversidade. A gastronomia pantaneira celebra ingredientes locais e incorpora influências das cozinhas vizinhas, criando sabores únicos que encantam moradores e turistas. Essa culinária reflete perfeitamente a conexão do pantaneiro com a natureza e transforma até as refeições mais simples em experiências memoráveis.
Turismo gastronômico
A culinária pantaneira representa um pilar fundamental para o turismo no Mato Grosso do Sul. Segundo Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundtur, os pratos típicos conectam os visitantes diretamente à identidade sul-mato-grossense. Além disso, essa gastronomia evidencia toda uma cultura através de sabores marcantes e conta a história do povo pantaneiro.
Os turistas podem, portanto, explorar não apenas as deslumbrantes belezas naturais da região, mas também mergulhar em experiências gastronômicas autênticas. Consequentemente, o Pantanal se destaca como um destino exclusivo que oferece uma combinação perfeita entre natureza e cultura.
Destaques da gastronomia pantaneira
A cozinha pantaneira utiliza principalmente milho, mandioca, erva mate, leite e seus derivados. Ademais, incorpora peixes de rio e diferentes tipos de carnes, como porco e carne de sol. As técnicas tradicionais, como o corte lampinado e o churrasco no angico, transformam esses ingredientes em pratos memoráveis.
O Arroz Carreteiro pantaneiro, por exemplo, destaca-se pelo seu corte lampinado da carne. Depois, temos a Chipa, uma versão mais densa do pão de queijo brasileiro com formato de ferradura. Enquanto isso, o Caldo de Piranha aproveita o temido peixe para criar uma sopa nutritiva e saborosa.
O João Sujo (foto do destaque), um pirão feito com farinha de mandioca e sobras de churrasco, complementa perfeitamente as refeições locais. Finalmente, o Tereré, uma infusão de erva-mate em água fria, refresca os pantaneiros nos dias quentes.
A importância do chef Paulo Machado
Campo-grandense por nascimento, o chef Paulo Machado iniciou seus estudos gastronômicos na Europa. Contudo, ao retornar para o Mato Grosso do Sul, direcionou sua expertise para valorizar a gastronomia regional.
O chef explica que o Pantanal, por sua posição fronteiriça, absorveu tradições de diferentes povos. “Esse balaio cultural misturado a técnicas únicas foram somados à necessidade local”, destaca Machado. Ele ressalta que essa mistura criou uma cozinha simplificada, mas rica em sabores devido ao tempo de preparo dos alimentos.
Paulo Machado lidera atualmente um movimento pela valorização da culinária pantaneira. Suas obras “Rota Gastronômica Pantaneira” e “Cozinha Pantaneira – Comitiva de Sabores” documentam e preservam as tradições culinárias da região. Este último livro já conquistou mercados internacionais, com tradução para o espanhol.
Através de seu trabalho como chef e pesquisador, Machado contribui significativamente para o reconhecimento dos pratos, técnicas e ingredientes específicos do Pantanal. Por isso, ele se tornou uma voz essencial para a divulgação dessa rica herança gastronômica no Brasil e no mundo.
Foto do destaque: Prato típico João Sujo (Luna Garcia/divulgação)
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