Teve início em novembro a temporada de cruzeiros no litoral brasileiro. Até abril serão sete navios navegando por águas nacionais e de países vizinhos sul-americanos, como Argentina e Uruguai. A previsão é que 381,7 mil “cruzeiristas” aproveitem os 108 roteiros de viagens.
E, seja nos transatlânticos na costa brasileira, ou pelo mundo afora muitos passageiros são marinheiros de primeira viagem e por isso dúvidas – dos mais variados tipos, desde o que levar até como agir dentro de uma embarcação –, são comuns. Sendo assim, confira algumas dicas:
ESCOLHA DO CRUZEIRO E DA CABINE
Hoje em dia, como mostramos rotineiramente aqui no Travelpedia, existem diferentes tipos de cruzeiros: marítimos, fluviais, temáticos, de longa ou curta duração… Isso sem contar os muitos roteiros, contemplando diferentes destinos pelo mundo. Logo, a escolha ideal depende basicamente do perfil de cada viajante e do tipo de viagem que pretende fazer. Não adianta querer sossego e optar pelo cruzeiro de carnaval, por exemplo. Ou querer temperaturas mais amenas e ir para o Caribe.
Assim, definido qual irá fazer, chega a hora de decisão pela companhia e há várias. Cada uma com seus roteiros, atividades a bordo, excursões em terra, estilo de navios e serviços, bem como preços. Por isso, pesquise bem, e opte sempre que possível pelo duo qualidade e custo benefício. Aí não tem erro!
Roteiro e cruzeiro definidos? Então vem a tona outra decisão importante, a escolha da cabine. Com exceção das deluxe e presidenciais que tendem a serem mais amplas, em geral elas costumam ser compactas, porém muito bem planejadas. A localização influência não só no valor (quanto mais alto o deck, mais caro), mas também no balanço. Cabines na proa e na popa tendem a balançar mais, opte pelo meio do navio. Evitar a proximidade com elevadores, bares e salões também pode garantir mais tranquilidade e menos movimento na sua porta.
Assim como muitos hotéis, navios também disponibilizam quartos conjugados, uma ótima pedida para quem viaja com crianças. Bem como possuem cabines adaptadas para pessoas portadoras de necessidades especiais. Mas vale se informar antes, para ter certeza que o cruzeiro escolhido se ajusta ao que precisa.
Quanto às cabines em si, existem basicamente as internas que são bem compactas, sem janela, balançam menos e são as mais baratas; as externas que são similares, mas com uma janela (que não abre); as externas com varanda que são maiores que as anteriores e contam com uma varandinha para apreciar a vista. E há, ainda, as suítes, deluxe e presidenciais que comparada às demais são enormes, algumas chegam a ter 100 metros quadrados. Além de mais espaço e camas maiores, também tendem a ter salas de estar, varanda e algumas até banheiras. As amenities (mimos) e decoração dessas acomodações são diferenciadas.
DOCUMENTAÇÃO
Para viagens nacionais é preciso levar um documento de identidade (como o RG ou a CNH). Para roteiros internacionais, um passaporte com no mínimo seis meses de validade.
Verifique se o navio atracará em algum país que exige visto para entrada de brasileiros e tenha certeza de providencia-lo antes da viagem.
Confira também se será preciso ter certificação de alguma vacina, como Febre Amarela, por exemplo. E caso seja, e não tenha tomado, lembre-se que é preciso toma-la com ao menos dez dias de antecedência a partida.
Vai viajar com crianças? Fique atento que menores viajando com somente um dos responsáveis legais (ou com nenhum) precisam ter uma carta de autorização que deve ter firma reconhecida em cartório.
O QUE LEVAR
O limite de bagagem costuma variar de empresa para empresa, no entanto, o habitual praticado e inclusive sugerido pela CLIA Abremar Brasil, a associação brasileira de cruzeiros marítimos, são dois volumes por passageiro, cada um deles com no máximo 20 quilos.
Sujeitos a serem retidos até o término da viagem é proibido levar itens que emitam calor, como ferros de passar, velas e incensos. Assim como armas, drogas, alimentos, bebidas ou objetos pontiagudos (facas e tesouras). Toda bagagem está sujeita a inspeção.
Para o dia a dia dentro do navio, basta um vestuário informal (bermudas, camisetas, vestidos, sandálias, chinelos e saídas de praia para circular nos corredores). Já nas excursões em terra, o ideal são roupas confortáveis, escolhidas de acordo com a estação e clima de cada destino de parada, por isso avalie o roteiro da viagem escolhida.
Apesar da informalidade para circular no navio, a história é outra quando se trata dos jantares. Confira com a companhia quais são os trajes exigidos: a maioria aceita esporte ou esporte fino, mas pode haver eventos de gala, como o clássico jantar com o capitão – tradição em alguns navios.
Quem foi que disse que é preciso deixar a rotina de malhação de lado? Nada disso! Pode incluir roupa de ginástica na mala, já que, em geral, os navios têm academia, pista de caminhada e intensa programação de aulas de exercícios.
Além das roupas, não se esqueça de colocar na mala protetor solar, curativos e medicamentos como analgésicos e antitérmicos. Os para enjoo também são muito bem-vindos, afinal, nunca se sabe.
Caso necessite de algum tipo de alimentação especial, informe a companhia marítima antes do embarque para ter certeza que poderá embarcar com algum alimento ou para saber se estes alimentos estarão disponíveis para seu consumo no navio.
EMBARQUE
Não sabe a melhor maneira de chegar ao porto de partida? Então confira com antecedência, já que, além do fato de muitas companhias oferecerem serviço opcional de traslado, o embarque abre quatro horas antes da partida e termina duas horas antes. E quem chegar depois disso corre o risco de não embarcar. Por conta dos desembarques, que ocorrem na parte da manhã, os terminais costumam lotar, sendo assim o recomendável é chegar somente após as 11h.
Na chegada ao porto, dirija-se ao setor de bagagem para deixar as malas. Elas serão inspecionadas e levadas a cabine. Em seguida, encontre o balcão de atendimento da companhia do seu cruzeiro e efetue o check-in.
Não deixe de identificar a bagagem com seus dados pessoais (nome, endereço e telefone) e do navio (nome e número da cabine). Em geral, as próprias companhias fornecem essa etiqueta e é de total responsabilidade do hóspede o correto preenchimento dessas informações.
A BORDO
Quando todos estiverem a bordo, em um determinado momento será soado o alarme chamando para a demonstração coletiva e obrigatória dos procedimentos de segurança em caso de emergência. Não se preocupe, será informado antes quando e onde você deverá se apresentar.
A maioria dos cruzeiros possui intensa programação de atividades gratuitas como sessões de ginástica e ioga, aulas de danças e gincanas. Elas costumam estar dispostas no lobby e/ou são disponibilizadas em informativos deixados diariamente nas cabines. Fique atento, pois em algumas delas é preciso efetuar reserva para participar.
Como alguns locais de parada não têm porto, o embarque/desembarque é realizado em lanchas ou barcos menores que saem do navio até terra firme. Não deixe de checar os horários dessas embarcações.
Os navios têm lojas que vendem produtos de grifes internacionais a preços mais em conta que em centros comerciais tradicionais. Mas, atenção, as compras só podem ser feitas quando eles estiverem navegando em alto mar, e elas fecham quando o transatlântico estiver atracado. A mesma regra vale para cassinos, onde fica a ressalva que menores de 18 anos não podem circular.
As tomadas na cabine são bivolts e seguem o padrão americano ou europeu. Na dúvida, leve um adaptador universal que não tem erro.
GASTOS
De maneira geral o dólar é a moeda a bordo. Mas há exceções. A MSC Cruzeiros, por exemplo, está aceitando o pagamento em reais de todas as despesas realizadas a bordo dos navios MSC Preziosa e MSC Musica nessa temporada de verão 2016/2017 – veja aqui a matéria publicada no Travelpedia. Nos demais navios costumam ter uma casa de câmbio. Os gastos tendem a ser computados em um cartão indicado no momento do embarque.
O valor dos cruzeiros inclui, de modo geral, a acomodação, grande parte das refeições (sem bebida) e o entretenimento a bordo. Mas vale dizer que alguns navios têm restaurantes “especiais” que cobram à parte. Quando o cruzeiro oferece sistema all inclusive, ele inclui bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Fora deste “combo”, estão os serviços prestados, como lavanderia, spa, cabeleireiro e fotos do fotógrafo oficial. Bem como jogos no cassino e excursões em terra.
Todos os navios dispõem de serviço médico, mas a consulta é paga. Sugere-se a contratação de seguro-viagem pelo prazo específico de duração do cruzeiro.
Não quer ficar desconectado? Tenha em mente que a internet a bordo tende a ser bem carinha. E nem sempre é das melhores conexões. Vale lembrar também que quando o navio está navegando se perde o sinal de celular.
Não há regras definidas com relação às gorjetas em navios. Quando não estão inclusas no pacote elas tendem a ser voluntárias. Tudo depende da companhia. Algumas inclusive sugerem valores a serem dados às camareiras, atendentes e carregadores de bagagens. O agrado pode ser dado a qualquer momento ou ao final da viagem.
DESEMBARQUE
Surgiu alguma dúvida com relação às despesas a bordo? Pois veja isso ainda dentro do navio com os responsáveis da companhia. As empresas não costumam aceitar reclamações posteriores. Na última noite do cruzeiro você deve deixar suas bagagens na porta da cabine. Elas devem estar pra fora devidamente fechadas, trancadas e identificadas, até a hora determinada por eles. Na hora de pegar a bagagem cheque se é realmente a sua, pois há muitas parecidas.
Agora é com você. Bon voyage!
Fotos: Pixabay
*Texto criado pela jornalista para o blog Segue Viagem, da Trend Operadora e aproveitado aqui. 🙂