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Itens curiosos esquecidos no Aeroporto Internacional de São Paulo

Sabe aquelas curiosidades que passam na nossa cabeça sempre que estamos em algum lugar icônico? No Aeroporto Internacional de São Paulo/ Guarulhos, por exemplo, quem nunca se perguntou como seria a pessoa que dá voz aos avisos; o que acontece com nossas malas após despachadas, ou que fim tem os itens perdidos por lá. Pois esta matéria é justamente sobre este último tópico. Pois convenhamos, na correria esquecer ou perder algo é bem comum, num aeroporto então é mais ainda.

No GRU Airport, objetos recolhidos por funcionários ou entregues pelo público em geral vão para o Perdidos e Achados. Situado no Terminal 3 – Piso Embarque o departamento funciona diariamente das 6h30 às 22h30. Ao conversar com Diego Moretti, coordenador de Operações de Terminais, responsável pelo setor, além de entender melhor o funcionamento de tal área, também descobrimos algumas histórias curiosas.

De acordo com Moretti, eles recebem, em média, 2.500 itens por mês. Entre os mais comuns estão malas, documentos, cartões, cintos, telefones celulares, relógios e encosto de pescoço. Todos são protocolados, cadastrados e fotografados. Quando existem dados suficientes, há o contato com os supostos proprietários (via e-mail, telefone a até mesmo por meio de redes sociais) e, em seguida, são armazenados.

Segundo o coordenador de Operações de Terminais do GRU Airport o tempo máximo para manter tais itens é por 60 dias a contar da data de recebimento. “Salvo os casos quando o proprietário nos solicita a prorrogação do prazo. No geral conseguimos devolver, em média, cerca de 25% dos itens cadastrados”, informa.

Vale ressaltar que, documentos, como passaportes brasileiros e RNE são regularmente encaminhados à Delegacia da Polícia Federal, enquanto os demais são enviados aos respectivos órgãos de emissão após 60 dias do recebimento.

Com relação aos objetos que não são  reclamados por seus donos, após tal período de armazenamento é feita uma transferência de titularidade para o Fundo Social da Prefeitura do Município de Guarulhos que os retira do aeroporto e publica a relação no Diário Oficial. Lá eles são mantidos por mais 60 dias para serem reclamados.

A parte aos itens mais comuns, há também alguns que até surpreendem, como muletas e prancha de surfe, que, no primeiro caso devido a necessidade do usuário é difícil pensar que foi esquecida, e no segundo por conta do tamanho. Há também a lista de objetos inusitados, como bem lembra Moretti: prótese de olho de vidro, algemas, peças de motor de caminhão, dente de ouro, réplicas de armas, aparelho de traqueostomia, perucas, dentadura, entre outros.

Dentre as histórias curiosas está justamente a relacionada com o primeiro objeto da listagem. “Tivemos o caso do olho de vidro, em que a criança teria vindo para São Paulo para fazer um tratamento e carregava, na bolsinha, a prótese ocular que, por sinal, tem um valor muito alto. A família era do Acre e, após chegarem no destino, perceberam que a criança havia perdido a prótese. Entraram em contato conosco e fizeram todo processo para retirada do material. Um final feliz”, conta Moretti.

Outro caso, este digamos mais engraçado, foi o de uma senhora que chegou ao setor questionando sobre a “ponte” dela, a funcionária desconhecia o termo e ficou tentando adivinhar o que exatamente a passageira procurava, até que a senhora disse: “ponte minha filha, é tipo uma dentadura!”.

Como dá para notar, o Aeroporto Internacional de São Paulo/ Guarulhos não guarda apenas chegadas e partidas de passageiros que ali passam indo ou voltando de algum lugar, também é cenário de muitas histórias que ocorrem ali mesmo, e que muitas vezes são divertidas ou, como no melhor dos filmes, tem um final feliz.

Fica a dica: na hora de reclamar algo, os detalhes fazem toda a diferença. Quanto mais puder informar ao funcionário do setor melhor, seja pessoalmente, ao telefone (11/ 2445-3786) ou por e-mail. Isso é importante para evitar possíveis fraudes. Ou seja, ao perder seu celular, por exemplo, saber descrever além do modelo do aparelho é crucial. Desde um risco na tela até como é capinha, caso tenha uma.

Se por acaso o esquecimento for a bordo da aeronave, aí vale lembrar que a responsabilidade não é mais do aeroporto, e sim da companhia aérea em questão.

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Fotos: GRU Airport e Commons (destaque)
*Texto criado pela jornalista para o portal Yahoo! e aproveitado aqui
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