E por que Cidade Rosa? Em 1876, quando a Índia ainda era uma colônia britânica, recebeu a visita do príncipe Albert (marido da rainha Vitória do Reino Unido) e o marajá Sawai Ram Singh para agradá-lo resolver pintar a cidade inteira da cor rosa terracota. Naquela época essa cor significava boas-vindas e hospitalidade. Assim, desde então, uma lei torna ilegal que os edifícios sejam pintados de tonalidade diferente. Dessa maneira, atualmente, a prefeitura estimula os moradores a pintarem suas casas com a simbólica tonalidade rosada.
Jaipur faz parte do chamado “Triângulo Dourado” juntamente com Agra e Nova Délhi. A cidade, moderna e planejada, é famosa pelos tecidos de algodão e tapetes confeccionados com lã de camelo.
Forte Amber
Entretanto, o principal ponto de interesse turístico está fora da cidade, na vizinha Amber, distante apenas 7 quilômetros de Jaipur. É o esplendoroso Forte Amber, erguido no topo de uma colina de tons ocres, no final do século 16. A fortaleza é conhecida por seu estilo único, que mistura a cultura muçulmana com a hindu. Aliás, quem assistiu a novela Caminho das Índias da Rede Globo vai lembrar do lugar, onde várias cenas foram gravadas. Lá do alto a vista é maravilhosa!
Passeio de elefante – Para chegar até a fortificação, elefantes pintados e enfeitados carregam os turistas ao longo de 30 minutos num longo caminho em ziguezague. Os guias locais garantem que os animais não são submetidos a sobrecarga de trabalho e fazem apenas três viagens por dia, só que é difícil acreditar nisso. Há quem diga que eles trabalham muitas horas ao longo do dia e que o piso quente queima as patas dos simpáticos paquidermes. O passeio custa cerca de US$ 25.
Cada vez mais gente e entidades que defendem a proteção dos animais criticam esse tipo de atividade turística. Entretanto, na Índia o transporte por elefantes ainda é bastante comum e a fila de turistas à espera da experiência é gigantesca. A alternativa é subir de Jeep ou à pé.
Palácio Sheesh Mahal
O edifício de três andares apresenta arquitetura europeia e mongol e ostenta milhares de pedacinhos de espelho incrustados nas paredes e também no teto. Ele foi construído pelo marajá Narendra Singh com o intuito de dar espaço a artistas, poetas e estudiosos que visitavam sua corte. Atualmente funciona como um museu com uma importante coleção de arte e esculturas. Além disso, o acervo também inclui manuscritos, pinturas em miniatura, artefatos de metal esculpido e marfim da Caxemira, Tibete, Punjab e Birmânia. A galeria dedicada à taxidermia possui uma coleção eclética de animais e pássaros. Do mesmo modo, uma outra galeria reúne uma das maiores coleções de decorações e medalhas do mundo.
Forte Nahargarh
Inegavelmente, ao lado do Forte Amber está uma outra fortaleza, a Nahargarh, que também oferece uma vista deslumbrante da cidade. Construído em 1734 e ampliado em 1868, sua arquitetura surpreendente e apresenta vestígios de estilos indo-europeus. Seu portão de entrada é o Tadigate e, à esquerda dele, há um templo dedicado aos deuses dos governantes de Jaipur. Um outro, dentro do forte, é dedicado ao príncipe Rathore, Nahar Singh Bhomia.
Certamente o Forte Nahargarh apresenta uma característica interessante: o Madhavendra Bhawan. Esse prédio de dois andares foi construído pelo marajá Sawai Madho Singh com suítes para ele e suas nove esposas. Os aposentos foram projetados de tal forma que o marajá podia visitar qualquer uma de suas mulheres sem que as demais ficassem sabendo.
Jaipur Wax Museum – Ao visitar o majestoso Forte Nahargarh não deixe de conhecer o museu de cera. O local abriga esculturas de personalidades dos esportes, artes, cinema, história e realeza da Índia. De maneira idêntica ao renomado Madame Tussauds, as estátuas são muito realistas. Elas foram criadas pelo escultor Susanta Ray e estão em exposição nas seções Royal Darbar e Hall of Icons. Entretanto uma área foi reservada para o povo real e para os marajás e maharanis de Jaipur e do Rajastão.
Palácio da Cidade
Também abriga o Diwan-e-Am (salão de audiência pública com o rei) e o Diwan-e-Khas (salão de reuniões particulares do rei com seus nobres). Clientes dos trens de luxo têm direito de almoçar ou jantar no palácio e assistir a um jogo de polo sobre elefantes.
Chandra Mahal – Tem sete andares (foto abaixo) e serve como a residência oficial dos descendentes da família real de Jaipur. Os visitantes podem conhecer o pátio interno com seus magníficos portões, que representam as quatro estações, bem como um museu de tapetes, manuscritos raros e retratos de marajás passados.
Mubarak Mahal – Abriga o Museu Maharaja Sawai Man Singh II, que exibe os pertences pessoais da família real como roupas com bordados requintados.
Palácio Maharani – O Palácio da Rainha presenta uma das maiores coleções de armas do país. Pinturas em miniatura que mostram cenas de batalhas e procissões.
Diwan-e-Khas – Era o salão de reuniões particulares do rei com seus nobres. Atualmente, guarda dois gigantescos navios de prata, cada um com 1,6 metro de altura, que são considerados os maiores objetos de prata do mundo. Eles foram supostamente usados para transportar água benta do Rio Ganges para a família real. O palácio também abriga várias obras de arte raras.
Jantar Mantar
Próximo do Palácio da Cidade está o Jantar Mantar (não confundir com o de Nova Délhi que tem o mesmo nome), um observatório astronômico. Seus instrumentos calculavam a trajetória das estrelas e eclipses entre outras medições. Ele foi construído todo em pedra e mármore do Rajastão por ordem do marajá Raja Jai Singh, em 1726, que era apaixonado por astronomia.
O Jantar Mantar é um dos maiores do mundo e o mais bem preservado da Índia. Aliás, alguns dos seus instrumentos ainda estão em condições de funcionamento.
Palácio dos Ventos
Também nas proximidades está o Palácio dos Ventos (Hawa Mahal), que ostenta uma fachada de cinco andares e vista para a cidade murada. Construído em 1799 pelo marajá Sawai Pratap Singh, tem 953 pequenas janelas de treliças que eram usadas pelas mulheres da realeza para observar as atividades no lado externo sem serem vistas.
Localizado no centro do movimentado Johari Bazaar – principal região de compras da cidade -, abriga um museu com exposição de arte em miniatura do Rajastão. Na área externa estão barracas que vendem famosas joias artesanais de prata, bem como objetos de decoração feitos em couro.
Palácio da Água
No final da tarde, a pedida é assistir ao pôr do sol no Palácio da Água (Jal Mahal), que parece flutuar bem no meio do lago Man Sagar. Foi construído por ordem do marajá Sawai Madho Singh I, em 1750. Entretanto, o palácio e o lago ao seu redor foram ampliados no século 18 pelo marajá de Amber, Jai Singh II.
Suas paredes de pedra de tonalidade cor de areia se destacam em contraste com a água azul intenso do lago. Além disso, no interior do palácio chama a atenção as folhagens que brotam exuberantes. O palácio aparenta ter apenas um único piso, entretanto existem outros quatro andares submersos. Suas paredes de pedra seguram os milhões de litros de água do lago e a argamassa de cal utilizada na sua construção tem resistido a infiltrações há 270 anos.
Aliás, há até alguns anos atrás gôndolas atravessavam o lago transportando turistas em românticos passeios. Mas esse serviço já não existe. Contudo, os visitantes ainda podem usufruir de um pequeno mercado e passeios de camelo em Jal Mahal. Quando estivemos lá o guia comentou que existe um plano de transformar o palácio em um restaurante exclusivo e luxuoso.
Birla Mandir
À noite, a sugestão é conhecer o espetacular templo hindu Birla Mandir e assistir um aarti, uma cerimônia com ritual de oração. Originalmente conhecido como Lakshmi Narayan, ele é dedicado aos deuses Vishnu e Lakshmi. Além disso, é um marco arquitetônico local e foi todo construído em mármore branco puro do Rajastão.
Inaugurado em 1976, apresenta uma combinação de estilos arquitetônicos e está localizado em uma colina chamada Kala Pahad, com vista para o lago Hussain Sagar. Mas o complexo Birla Mandir também abriga santuários dedicados aos deuses Shiva, Ganesha, Saraswati, Hanuman e Brahma.
Fica a dica! O próximo destino nessa aventura de TRAVELPEDIA na Índia será a cidade de Agra, no estado de Uttar Pradesh. É lá que está o majestoso Taj Mahal – Patrimônio da Humanidade pela Unesco e uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
Viagem realizada a convite da Raidho Viagens com o apoio da Ethiopian Airlines e com a proteção do seguro viagem Global Travel Assistance – GTA
.
SERVIÇO
MOEDA
Rúpia (INR)
O híndi é a língua nacional, bem como outros 25 idiomas oficiais e 844 dialetos falados em cada região. Contudo, o inglês é amplamente utilizado em todo o país.
FUSO HORÁRIO
Mais 8h30 em relação ao horário de Brasília
VISTO
SAÚDE
É exigido o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela.
CLIMA
São três as estações dominantes – inverno (dezembro a fevereiro), verão (março a maio) com temperaturas em torno dos 40 graus e as monções (junho a setembro) quando ocorrem ventos, trovoadas e chuvas intensas. Assim sendo, a melhor época para visitar a Índia é de outubro a março.
CONSULADO DA ÍNDIA EM SÃO PAULO (SP)
Av. Paulista, 925, 7º andar – Informações: tel. (11) 3171-0340 e pelo site .
CONSULADOS DO BRASIL NA ÍNDIA
Nova Délhi – 8 Aurangzeb Road – Tel. +91 11 2301 7301. Horário de atendimento: segunda a sexta das 9h às 13h e das 15h às 19h. Informações aqui .
Mumbai – Unit 12B, 12º andar, Edifício Bakhtawar RN Goenka Marg, Nariman Point. Informações aqui .
COMO CHEGAR
Não há voos direto entre o Brasil e a Índia. Assim, a conexão deve ser realizada em aeroportos da Europa, Emirados Árabes, África e outros destinos asiáticos como Tailândia, Indonésia, Japão, China e Malásia. TRAVELPEDIA utilizou a Ethiopian Airlines, que voa cinco vezes por semana a partir de São Paulo para Adis Abeba, capital da Etiópia. Todos os voos são a bordo do Boeing 787-8 Dreamliner.
TRANSPORTES
Aéreo – Por conta da grande extensão territorial da Índia, as viagens aéreas são as melhores opções para se locomover com rapidez dentro do país. O Aeroporto Indira Gandhi, em Nova Délhi é o que possui o maior número de voos e as principais companhias aéreas locais são: Air India, Jet Airways, Kingfisher e IndiGo Airlines .
Ferroviário – A Índia possui uma ampla malha ferroviária. Os bilhetes são baratos e os serviços são pontuais. Há opções de trens luxuosos como o Deccan Odyssey, que desce o litoral do Mar da Arábia entre Mumbai e Goa numa jornada de uma semana; o sofisticado Maharajas’ Express, que circula por cidades do Rajastão – Uidapur, Jaipur, Agra e Nova Délhi; e do Palace on Wheels, que parte da capital com destino ao Rajastão. Todos oferecem refeições a bordo. Porém é importante reservar com bastante antecedência pelo site da Indian Rail .
ONDE FICAR
Jaipur tem hotéis com 5, 4 e 3 estrelas, sendo alguns deles extremamente luxuosos. Há também opções de hospedagem que nada ficam a dever aos melhores do mundo.
O QUE COMER
Em todas as mesas você irá encontrar os pães (chamados naan) e os aromáticos cardamomo e curry.
Aliás, a maioria quase absoluta dos pratos indianos são bem condimentados e apimentados – muito apimentados! –, inclusive os servidos nas redes de fast food.
Para beber, não deixe de experimentar a típica lassi, que pode ser doce, salgada ou suco de frutas – manga é a mais comum. A bebida é preparada a base de iogurte natural com essência de rosas.
COMPRAS
Como em toda a Índia os produtos têm preços bem baixos. E Jaipur é um ótimo lugar para comprar tecidos de algodão e tapetes feitos com lã de camelo.
DICAS
Remédios – Leve os principais, em caso de necessidade. Principalmente para problemas estomacais e intestinais. Tenha sempre álcool em gel na bolsa ou na mochila.
Água – Beba sempre água mineral engarrafada e com a tampa lacrada ou aberta na sua frente. Evite tomar refrigerantes, sucos e drinques com gelo (feito com água). Use água mineral até na hora de escovar os dentes.
Roupas – Mulheres devem ter atenção e evitar deixar à mostra as pernas, barriga e ombros, principalmente em lugares considerados sagrados. Em alguns templos e mesquitas a entrada somente é permitida com o uso de lenços cobrindo a cabeça.
Cumprimentos – A maneira usual é juntar as mãos em oração à frente do peito ao mesmo tempo em que faz uma curta vênia com a cabeça. Diga também Namastê.
Telefonia e internet – Para ficar online o tempo todo e fazer chamadas locais sugerimos comprar um chip de celular no aeroporto, que custa em torno de US$ 20.
Gorjeta – Pode-se dizer que ela é quase obrigatória e esperada pelos prestadores de serviços. Nos restaurantes deixe 10% do valor da conta e nos hotéis US$ 1 por mala. Portanto, tenha sempre dinheiro trocado.
INFORMAÇÕES TURÍSTICAS
- tourism.rajasthan.gov.in
- incredibleindia.org
- jaipurtourism.co.in
Fotos: Roberto Maia e Richard Mcall/Pixabay (destaque)
.