O Jalapão está localizado no Estado do Tocantins na divisa com a Bahia, Maranhão e Piauí. É um conjunto de cinco áreas de conservação, incluindo um parque estadual com mais de 34 mil km2 – área maior que os estados de Sergipe e Alagoas. O cenário está repleto de rios e cachoeiras de águas cristalinas, piscinas naturais, chapadões, formações rochosas, serras com clima de savana e dunas alaranjadas de até 30 metros de altura aos pés da Serra do Espírito Santo. Imponentes chapadões de arenito alcançam até mil metros de altura.
A capital Palmas está distante cerca de 190 quilômetros da região que engloba oito municípios, sendo os principais Mateiros e Ponte Alta, onde estão os atrativos turísticos mais relevantes.
O acesso é complicado, o calor é forte e não há sinal de celular. Entretanto o esforço vale à pena. A maioria das estradas da região não é asfaltada e usar um veículo com tração 4×4 é recomendável. Não é indicado circular pela região sem a companhia de um guia.
AVENTURA
Ecoturismo e esportes na natureza são realizados durante todo o ano. A região é ideal para a prática de canoagem, rapel, boia-cross, acquaride (descida de bruços em uma boia) e muitas trilhas para serem percorridas a pé ou de bike. Outra atividade bastante procurada é o rafting nas corredeiras do Rio Novo, principalmente de maio a setembro, período de seca no Tocantins.
Entre as opções para a prática do rafting estão as seguintes:
Rápido – Escolhida pela maioria dos turistas, tem apenas 6 quilômetros em três horas de descida.
Longo – Percurso ideal para os aventureiros. Com até quatro dias, passa por cachoeiras de nível alto de dificuldades e para nas prainhas de areia branca e fina que se formam nas margens do rio.
Rio do Sono – Nas águas cristalinas com corredeiras, em Novo Acordo, cidade localizada a 116 quilômetros de Palmas. Os visitantes podem desfrutas também da Praia do Borges e do Morro do Gorgulho, um conjunto de formações rochosas avermelhadas, cujo formato é resultado da ação do vento e das águas ao longo de muitos anos.
CACHOEIRAS
O parque estadual tem diversos atrativos naturais, sendo os mais procurados as cachoeiras da Velha e do Formiga, as dunas, os povoados do Mumbuca e Prata, a Serra do Espirito Santo e os fervedouros.
Pedra Furada – Localizada na cidade de Ponte Alta, essa imensa rocha tem cerca de 10 metros de altura e três grandes buracos. Oferece vista deslumbrante e possibilita avistar o Morro Solto, um paredão rochoso e arredondado.
Cânion de Sussuapara – A 12 quilômetros do centro de Ponte Alta, apresenta uma fenda estreita por onde desce a água a 12 metros de altura. Suas pedras onduladas foram moldadas pela força das águas. Uma pequena cachoeira desafia os corajosos para um banho refrescante.
São várias e exuberantes as cachoeiras na região. Entre elas, destaque para a da Fumaça, com duas grandes quedas e um poço verde-esmeralda; a da Talha do Brejo do Boi, com 38 metros de altura; e a do Soninho, com uma piscina que convida para banhos.
Cachoeira da Velha – É a maior do Jalapão. As águas do Rio Novo despencam em grande quantidade em duas quedas em formato de ferradura com cerca de 15 metros de altura e 100 metros de largura. Não é permitido se banhar em suas águas por questão de segurança. Mas, alguns quilômetros adiante, o rio forma uma prainha de água doce, que pode ser alcançada após aproximadamente uma hora de caminhada.
Cachoeira do Formiga – Localizada em Mateiros, encanta pela beleza singular. Suas águas caem sobre uma piscina límpida de cerca de oito metros de diâmetro e dois metros de profundidade. O cenário reúne vegetação com árvores altas, samambaias, palmeiras nativas e uma nascente de água verde-esmeralda. Impossível resistir a um mergulho para observar o fundo do poço com areias calcárias.
Serra do Espírito Santo – Principal cartão postal da região. Ela dá origem às dunas que se formam aos seus pés. No seu topo há um mirante de onde avista-se toda a região. Para chegar até lá é necessário caminhar por cerca de uma hora.
DUNAS
Outro cenário de incrível beleza no Jalapão são as impressionantes dunas, em Mateiros. Formadas pela ação dos ventos, a areia fina e alaranjada se amontoa em até 40 metros de altura. A luz do sol garante tons variados de acordo com o período do dia e transforma o local em um verdadeiro monumento natural.
O esforço para atingir o topo das dunas será plenamente recompensado. Do alto o que se vê são córregos de águas transparentes e a bela Serra do Espírito Santo. Se possível vá no final da tarde para apreciar o pôr do sol, um espetáculo que jamais sairá da sua memória.
FERVEDOUROS
Verdadeiros oásis em meio à vegetação fechada. Existem dezenas deles em todo o Jalapão. Formados pela nascente de um rio subterrâneo, são grandes poços de água azul transparente. A água que brota das areias claras é a responsável pela pressão que provoca o fenômeno da ressurgência. Ou seja, é impossível afundar neles. Você pode até tentar, mas a pressão contrária o empurrará para cima.
Entre os mais conhecidos estão os fervedouros do Ceiça e o Bela Vista, em São Felix. Por estarem em propriedades particulares, a entrada na maioria é paga. O Bela Vista oferece boa estrutura e tem uma passarela de madeira que leva até um deque bem próximo da água azul cristalina. Há, ainda, um restaurante com pratos típicos regionais, banheiros e área de camping.
CAPIM DOURADO
Tocantins possui uma cultura secular. Nas manifestações populares – danças e cânticos entre outras – são nítidas a influências dos negros, que, sob o regime da escravidão, trabalharam na exploração do ouro. Nos eventos religiosos vê-se que o estado carrega a essência da própria formação mística brasileira.
No Jalapão, alguns povoados são remanescentes de antigos quilombos. É o caso de Mumbuca, distante 36 quilômetros de Mateiros. Foi lá que surgiu o popular artesanato em capim dourado, símbolo da região. A comunidade, que tem apenas cerca de 200 habitantes, ainda preserva aspectos culturais e tradicionais de seus antepassados. A colheita do capim ainda é realizada de maneira rudimentar e os moradores locais se dedicam ao artesanato feito com a planta. O capim literalmente vira bolsas, brincos, pulseiras, chapéus, mandalas, cestas e diversos objetos para a decoração.
GASTRONOMIA
A culinária tocantinense é marcada pelo uso de peixes e sofreu influências das culturas indígena, portuguesa, paulista, mineira e africana. É muito semelhante à goiana, afinal formavam um único estado até 1988. Por isso, pratos típicos como o Arroz com Pequi, a Pamonhada e o Peixe na Telha. Produtos do Cerrado como o baru (castanha), buriti, guariroba e o pequi são muito utilizados.
SERVIÇO
Como chegar – As principais companhias aéreas nacionais oferecem voos para Palmas. Partindo da capital do Tocantins são cerca de 190 km, sendo 64 km através da rodovia TO-050 até Porto Nacional, depois, mais 116 km pela TO-255 até Ponte Alta. Outra opção é utilizar a rodovia TO-020 a partir de Palmas, sentido Norte por 108 km até Novo Acordo.
Clima – A temperatura média anual é de 30ºC. O período entre maio e setembro é a época de estiagem.
Onde ficar – Há pousadas em Ponte Alta e Mateiros. Simples, elas oferecem cama, ducha e café da manhã. Outra opção é o Safari Camp da Korubo Expedições com um acampamento sofisticado montado às margens do Rio Novo. São tendas equipadas com camas e banheiros com chuveiros aquecidos a energia solar.
Dicas – Leve roupas leves e de secagem rápida, tênis ou bota para caminhadas, papete para canoagem, roupa de banho, calça-bermuda para trekking, protetor solar, camiseta de manga comprida para os mais branquinhos, óculos escuro, boné/chapéu, toalhas de banho, repelente, agasalho leve, câmeras fotográficas, squeeze (garrafinha de água), saco estanque (para guardar os pertencer e mantê-los secos durante a canoagem e rafiting) e artigos de higiene pessoal (sabonete, xampu, escova e creme dental, fio dental, desodorante, etc). E não esqueça os medicamentos de uso pessoal e um kit de primeiros socorros – não há farmácias por perto.
Informações
Centro de Atendimento ao Turista – Ponte Alta – tel. (63) 3378-1185
Parque Estadual do Jalapão – tel. (63) 3534-1072