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MAM Rio dá início ao Programa Intervenções

Nesta quarta-feira, 2/09, data que marca os 2 anos do trágico incêndio que destruiu o Museu Nacional, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) dá início ao Programa Intervenções. Que comissiona artistas visuais para criarem projetos para as áreas externas da instituição, no Aterro do Flamengo. A obra “Noite de Abertura”, que apresenta um vídeo e uma escultura de Thiago Rocha Pitta, ambos inéditos, inaugura o programa curatorial de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes.

O artista mineiro, radicado em Petrópolis (RJ), constantemente empenhado em promover transformações da matéria, tomou como ponto de partida a relação entre os lados de dentro e fora do museu. O estudo de uma formulação de topologia analítica, denominada “clopen” (não há tradução em português), afirma que os conceitos de aberto e fechado não seriam de ruptura, mas de continuidade cíclica. De acordo com este princípio, em um sistema deste tipo é possível estar simultaneamente aberto e fechado, dentro e fora.

No foyer do MAM Rio, “The Clopen Door”, uma projeção de grandes dimensões, apresentará um filme inédito. No qual uma fogueira queima continuamente, até a total destruição de uma porta de madeira localizada em seu ponto mais alto. Graças à configuração arquitetônica do local, a imagem extrapola os limites da tela. Com isso reflete, não só no piso de granito preto, mas através das paredes de vidro do museu, transformando o espaço em uma grande fogueira artística.

O vídeo será exibido hoje a partir das 19h24, horário em que o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro foi acionado, em 2018, em decorrência da tragédia no Museu Nacional. A partir desta memória, outros incêndios históricos que atingiram o setor cultural no Brasil e no Rio serão lembrados, como o do próprio MAM Rio, em 1978.

O vídeo será apresentado diariamente ao público apenas nos horários em que a instituição estiver fechada: sempre das 17h às 22h. Já no vão livre do museu será instalada uma escultura que se apropria da estrutura de uma fogueira à espera de ser acesa. Com uma porta fixada em seu topo, como a que queima no vídeo.

De acordo com a curadoria, o uso do fogo e das imagens relacionadas a ele (como a fogueira) é um dos elementos que marcam a trajetória de Thiago Rocha Pitta, que nas últimas duas décadas vem desenvolvendo uma reflexão fundamentada na observação das ações do tempo, dos fenômenos da natureza, das reações químicas e físicas, da “ruinificação” das coisas, e das transformações do planeta.

Foto: Divulgação
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