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Nobres (MT), o Olimpo do cerrado

Para um viajante, nada melhor do que sair do lugar comum e descobrir um destino novo, especialmente quando essa “inquietação” te leva para um verdadeiro paraíso com direito à paisagens deslumbrantes… Seja bem-vindo a Nobres, no Mato Grosso

A cidade está a apenas 125 km da capital Cuiabá, e é uma excelente opção para quem busca contato com a natureza e tranquilidade. Concorrente direta de Bonito (MS), Nobres possui rios de águas cristalinas, belas cachoeiras e diferentes opções de passeios como a rival, mas com a vantagem de ser bem mais vazia e barata. Eba! 🙂

Como ainda não tem a fama de sua adversária é de se imaginar que a infraestrutura de Nobres ainda seja tímida algo que o programa Investe Turismo, ação conjunta entre Ministério do Turismo, Embratur, Sebrae/MT e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, quer modificar. O projeto aplicará cerca de R$ 2 milhões na capacitação de colaboradores e de serviços de atendimento a turistas, visando acelerar o desenvolvimento local. Com tantas atrações que garantem um cenário digno de quadro, não é difícil prever que o objetivo será alcançado em pouquíssimo tempo.

Um pedaço do céu

© Kate Azevedo

Grutas, cachoeiras, rios com águas cristalina e cheios de peixes podem ser encontrados com facilidade na região da Vila Bom Jardim, distante aproximadamente 65 km do centro da cidade. Por estar mais próxima das principais atrações, o distrito é a melhor opção de hospedagem, porém não espere luxo, nem sinal de celular ou Wi-Fi.

No entanto, as poucas pousadas compensam a falta de pompa com muita simpatia e redes convidativas para aquele merecido descanso. Os viciados em internet podem “sofrer” nas primeiras horas, mas logo acabam esquecendo a desconexão forçada e desfrutam o ar interiorano. Um detox tecnológico natural!

A melhor época para visitar a região varia de acordo com o gosto de cada um: quer ver a vegetação mais verde e cachoeiras volumosas? Vá durante a época de chuva (de dezembro a março). Deseja aproveitar rios com águas transparentes e estradas com acesso facilitado? Escolha o período de seca (de abril a setembro). De qualquer forma, recomendamos que você vá e, se possível, reserve pelo menos 2 dias inteiros para curtir os atrativos com calma, afinal não é todo dia que se chega a um oásis. 😉

Sombra e água fresca

© Arquivo Sebrae/MT

Nobres respira ecoturismo, por isso, no menu de atividades à disposição te aguardam: flutuações, balneários, trilhas, visitas a cavernas, observação de aves e banhos de cachoeira, todas cercadas de muito verde. Entretanto, para acessá-los é necessário comprar ingresso em algumas das agências de turismo disponíveis (Bom Jardim, Nobres Turismo, Roma ou Rota das Águas), visto que a maioria das atrações ficam em propriedades privadas. 

A mais famosa delas é o Aquário Encantado (que inclusive é a foto principal desta matéria), um daqueles locais que realmente fazem jus ao nome. A magnífica piscina de tons azuis tem trechos com 6 m de profundidade, onde é possível observar peixes, como Piraputanga, Dourado, Piau, entre outros.

© Arquivo Sebrae/MT

Não se preocupe com a água fria, pois no momento em que você começa a flutuação no Rio Salobra (devidamente equipado com máscara, snorkel, colete e sapatilha), a preocupação passa a ser contemplar todos os elementos embaixo d’água sejam arraias, peixes, nascentes e até pequenos jacarés. Simplesmente incrível!

Há outras flutuações na região como a do Reino Encantado, também realizada no Rio Salobra, e a feita no Rio Triste, no município vizinho de Rosário Oeste, mas não creio que nenhuma supere a do Aquário Encantado. Ainda em Rosário Oeste, corra para a Cachoeira Serra Azul, que fica dentro da área do Sesc Pantanal.

© Kate Azevedo

Com uma queda d’água de aproximadamente 50 m que desce para um poço azul, ela é reconhecidamente uma das mais bonitas do estado. Para alcançá-la é preciso contar com a companhia de um guia e fazer uma caminhada de cerca de 800 m, com dois trechos de escadas, que somam 470 degraus. A trilha não é exaustiva tanto que inúmeras crianças e idosos realizam o percurso.

Prepare-se para ver peixes de diversas espécies, cores e tamanhos que não recusam um bom petisco (frutas) e até saltam da água para pegá-los. Mergulhando dá para se divertir observando o universo submerso e ir até a lateral da cachoeira para sentir a água morna que verte de uma discreta nascente direto no paredão.

Aproveite para descansar nas pedras, nadar e tirar muitas fotos durante os 50 minutos de permanência estipulado para cada grupo de 10 pessoas. Dá para entender porque o prazo é cronometrado, pois ninguém tem vontade de sair de um lugar tão maravilhoso.

Beleza quase inexplorada

© Arquivo Sebrae/MT

Antes de ser tomado pela tristeza por deixar a Cachoeira Serra Azul, uma outra atividade surge e dá espaço para a adrenalina: uma tirolesa de 700 m de comprimento para facilitar a vida de quem fica com preguiça de retornar pela trilha inicial. O trajeto, é de cerca de 40 segundos e a velocidade pode chegar a 60 km/h. Qualquer pessoa que pesa entre 25 e 110 kg pode embarcar nessa aventura e ela vale a pena! 

Ainda no quesito emoção, quem gosta de sentir aquele friozinho na barriga deve fazer o boia cross no Duto do Quebó. São quase 2 km de descida pelo rio Quebozinho com direito a pequenas corredeiras, encalhes em rochas e raízes e passagem por dentro de uma caverna de 230 m de extensão e 10 m de altura. Dentro dela, você poderá ver com o auxílio de lanternas muitos morcegos, aranhas e outros animais. 

Depois de tantas peripécias a fome bate e o restaurante Mirante do Cerrado é uma boa alternativa para saciá-la. No estilo self service de comida caseira, o local possui pratos gostosos e uma bela vista da região. Ali ainda há uma piscina e uma tirolesa. 

Outra alternativa é o restaurante Chapolin, onde seu proprietário atende a todos vestido com o traje do famoso personagem de Roberto Bolaños. A decoração simples não revela as delícias que Agostino Pedroso prepara diariamente. Delicie-se com um peixe assado na folha de bananeira, carnes e farofa de banana dispostas em um fogão em que cada um se serve enquanto escuta os causos do divertido Chapolin. 

© Kate Azevedo

É chegada a hora de relaxar, quer dizer, mais ou menos. A dica é seguir para a Lagoa das Araras para contemplar a fauna e flora, a questão é como fazer isso. Você pode ir de carro ou tentar algo diferente como pilotar um quadriciclo. Óbvio que escolhi a segunda opção. Foram aproximadamente 4 km de percurso com alguns trechos de reta que em se pode acelerar. Uma delícia!

Já a atração em si é perfeita para fechar um dia já que o melhor horário para contemplar as aves é no fim da tarde. Claro que você pode fazê-lo também ao amanhecer, mas talvez você não consiga apreciar muita coisa. Você verá bandos de periquitos, araras azuis, maritacas e papagaios sobrevoando um pântano enquanto procuram abrigo nos buritis emoldurados por um belo pôr-do-sol e tal imagem é merecedora de um registro especial.

© Kate Azevedo

Caso a lagoa seja muito light para o seu estilo, vá até a Complexo Turístico Akaiá, um refúgio dentro de uma fazenda no distrito de Coqueiral, e faça uma de suas duas trilhas que levam para as Cavernas Toca do Quati e Ronco do Bugio ou para um mirante a mais de 60 m de altura para apreciar a paisagem do cerrado delineada pelo pôr-do-sol. 

Para a maioria de nós, que ficamos embasbacados com belezas naturais e moramos em pujantes metrópoles, entrar em contato com a natureza preservada nos marca. Sou capaz de sentir a brisa fresca, o cheiro do mato e respirar o ar puro só de fechar os olhos. Acho que é saudade, então me espera Mato Grosso que volto para explorar mais de seus encantos em breve!

Foto do destaque: Aquário Encantado (© Arquivo Sebrae/MT)

 

TRAVELPEDIA viajou através do Programa Investe Turismo, iniciativa conjunta entre o Ministério do Turismo, Embratur, Sebrae Mato Grosso e Secretaria Adjunta de Turismo do Estado do Mato Grosso. 

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