Quando Québec foi colonizada, os ingleses eram os donos do dinheiro e os franceses da mão de obra, mas digamos que essa parceria não deu muito certo, e os resquícios dessa rixa podem ser vistos até os dias de hoje. Montreal é uma cidade bilíngue, ou seja, você vai encontrar pessoas falando tanto o inglês como o francês, as vezes os dois na mesma conversa. A luta para preservar a língua francesa é muito grande e também pode ser vista na questão da imigração, muito incentivada pela província, que tem como um dos critérios de aceitação a proficiência no idioma.
Uma vez em Montreal você irá notar constantemente uma mistura entre o antigo e o novo em sua arquitetura. É possível encontrar prédios totalmente modernos, como o da faculdade Concordia, que junto com a McGill formam as duas maiores universidades anglófonas da cidade. O contraste arquitetônico poderá ser visto no Vieux Port (ou Old Port para quem prefere a língua inglesa), que era usado como ponto de comércio pelos franceses em 1611.
E por falar em arquitetura, o destino é todo pensado para enfrentar o rigoroso inverno. Por conta das baixíssimas temperaturas, que caem drasticamente, foram construídos 32 quilômetros de túneis subterrâneos na região central. Chamada de Cidade Subterrânea, o complexo possuí ligações para os principais prédios, como universidades e centros comerciais, além de lojas, mercados e restaurantes. Isso facilita o dia a dia das pessoas quando do lado de fora a neve não para de cair.
Na minha opinião, o que chama mais atenção em Montreal é a sua vibe cultural. É impressionante a quantidade de eventos, festivais, shows e intervenções artisticas pela cidade. Parece que tudo é motivo para fechar a rua, juntar a galera e fazer um rolezinho. O Festival Internacional de Jazz, com certeza é o mais famoso, e em 2016 chegou a sua 37 ª edição. E anote aí na agenda a data do próximo: 29/06 a 8/07!
Gosto como eles ocupam o espaço público aqui. Por exemplo, durante o evento em si: um quarteirão é fechado, montam alguns palcos, food trucks, banheiro e stands de marcas que querem divulgar seus produtos; tudo ali, bem no meio do centro da cidade. Os mais velhos trazem sua cadeira de praia, acham seu espacinho e sentam para apreciar o show, enquanto crianças dançam como se não houvesse amanhã. Eu? Eu me encaixo nos turistas que vivem tudo aquilo com os olhos brilhando, com uma mistura de felicidade e vontade de aproveitar todos os cantinhos e experiências.
A cidade também tem seus belos pontos turísticos, como a basílica de Saint Joseph. A arquitetura é de tirar o fôlego, e logo de longe se nota a imensidão da catedral e os vários degraus para chegar no topo. Não se assuste, pois a subida vale a pena e o acesso a igreja é gratuito. Após a visita, dá para pegar um cafezinho, sentar na escadaria e apreciar a vista e o pôr do sol, que é, como gosto de dizer: “baphônico!“.
Montreal é praticamente toda plana, e a única “ montanha” é o Mont Royal. É um outro lugar que se tem um panorama privilegiado de toda a cidade, e todo domingo tem o famoso Tantan. Uma galera alternativa (muito alternativa) se reúne lá para tocar umas músicas e dançar.
Pretendo passar um bom tempo por aqui estudando francês e explorando cada cantinho de Montreal, como qualquer traveler que se preze. Prometo contar tudo para vocês – aguardem! Au revoir et à bientôt!
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