Ícone do site Travelpedia

Munique muito além da Oktoberfest

Capital do estado da Baviera, no Sudeste da Alemanha, a cidade de Munique é considerada uma das mais bonitas do país. A partir dela pode-se desbravar as belas Cidades Mágicas. Mas não sem antes usufruir deste delicioso destino, claro. Afinal de contas, Munique vai muito além da famosa Oktoberfest e mostra com primor e orgulho o que têm de melhor.

De fama e reconhecimento mundial, para os que não tiveram ainda o prazer de conhecer se trata de uma metrópole moderna, charmosa, descontraída e animada. Já os que tiveram a oportunidade vão entender quando falamos que apesar das características de cidade grande, tem um estilo pacato. Sério, em Munique o tempo parece passar mais devagar, tudo para que se possa aproveitar ao máximo.

Ok que, durante uma viagem parece ocorrer justamente o contrário, e nos vemos correndo contra o temido tempo que parecer querer voar. Ainda mais quando temos tanto a ver, conhecer, fazer e curtir. Então, para ajudar, aqui vão algumas dicas para compor o roteiro de quem estiver a caminho de Munique.

Comece o passeio pela Marienplatz, coração da cidade e uma das praças mais bonitas da Alemanha. Nela estão a antiga (Altes) e a nova (Neues) prefeitura (Rathaus), onde, durante os meses de verão, o carrilhão toca diariamente às 11h, 12h e 17h, a chamada Dança dos Toneleiros. Neste momento a área é tomada por turistas. E, acredite caro leitor, você se verá em meio a eles. Pois é impossível não parar para admirar.

Nesta mesma região estão outros ícones: a catedral Frauenkirche (Nossa Senhora Bendita) com as cúpulas verdes das suas torres, que podem ser avistadas de longe; e a famosa cervejaria Hofbräuhaus – a mais conhecida da Baviera.

A catedral gótica começou a ser construída em 1468 e concluída em 1525 e tem como peculiaridade uma marca no chão que é chamada de “a pegada do diabo” que dá margem a muitas histórias. Se disposição e fôlego não forem um problema, encare a subida até o mirante no alto das torres. A vista panorâmica de toda a cidade até os alpes (se estiver um dia claro), vai compensar os esforço físico.

Já a HB, como é popularmente chamada a Hofbräuhaus foi fundada em 1589 pelo duque William V da Baviera somente para não ter que comprar cerveja da Baixa Saxônia. De uso exclusivo do duque até 1828, foi então aberta ao público. Em 1897, mudou-se para o subúrbio. Após ser totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial foi reconstruída em 1958 e se tornou Patrimônio de Munique.

Encontrar um lugar não é tarefa fácil, já que está sempre lotada. Mas sempre se acha uma mesa dando sopa. No cardápio estão pratos bávaros típicos, como joelho e lombo de porco, além de vários tipos de wursts – incluindo, claro, a Weisswurst (salsicha branca). Aliás, essa em particular, de sabor suave e delicado, é típica da cidade e contam que no passado era preparada ao amanhecer e consumida até o meio dia.

Produzida à base de carne de vitela, carne de porco e especiarias, é apenas fervida em água e servida acompanhada por um pretzel, brezn (mostarda adocicada) e cerveja. E por falar na bebida, a mais tradicional é a Helles, servida em um caneco conhecido como Mass. Uma bandinha típica anima o ambiente ao longo de todo o dia.

É fácil se desligar e ficar por lá apenas relaxando. Se tiver tempo de sobra na cidade aproveite mesmo, sem moderação. Caso contrário tire uma ou duas horas e então dê continuidade ao passeio. Aliás, depois de beber e comer uma caminhadinha irá bem. Aproveite então que, ali, bem próximo, está o charmoso mercado Viktualienmarkt.

O lugar é uma verdadeira festa para os sentidos. Tem de tudo, inclusive muitos quiosques com iguarias típicas (carne de cavalo é uma delas) e, claro, cerveja. E, fica a dica: não tente pechinchar nos preços pois irá ofender os comerciantes. Essa prática tão comum em outros lugares não se aplica a Munique.

E por falar em compras, algo que brasileiro que é brasileiro adora, há várias opções espalhadas pela cidade. De áreas nobres como as vias Ludwigstraße, Maximilianstraße e Kaufinger Straße, até bairros da moda como Schwabing com as praças Glockenbachplatz e Gärtnerplatz e a rua Müllerstraße, repletas de lojas alternativa, baladas e redutos LGBT.

Ficar parado por lá é opção, pois a há muito o que ver e fazer. Mas dar aquela pausa e relaxar não é má ideia, ainda mais quando se está na Alemanha, um destino tão cheio de lugares ao ar livre, parques e jardins. Sendo assim, não deixe de visitar o Jardim Inglês, tido como o principal local de lazer da cidade. Uma das suas principais atrações é observar – ou praticar – o surfe no Eisbach – um braço artificial do Rio Isar. Pegar uma onda por lá é algo comum até nos meses de inverno quando as águas estão para lá de gélidas. Mas, atenção, placas alertam que só os surfistas experientes devem tentar e devem usar capacetes. Como não poderia ser diferente, o parque tem dois biergartens que fazem valer ainda mais a pausa. Por isso, escolha um e aproveite!

E, por falar em jardins, um muito bonito está no interior do Palácio de Nymphenburg. Construído em estilo barroco, foi inaugurado em 1703 para servir de residência de verão aos governantes da Baviera. Diferentemente de outros castelos este está localizado dentro da cidade e é facilmente acessado através do transporte público. Ele está ao redor de um canal que congela durante o inverno e é muito procurado para patinação. Os jardins são abertos para visitação gratuita do público. Diferentemente da visita interna, que tem custo.

Prost!

Mas Munique não é conhecida e exaltada mundialmente apenas por conta de seus atributos. Uma tradicional festa realizada desde 1810 atrai visitantes de todas as partes, a lendária e contagiante Oktoberfest. O evento ocorre anualmente entre os meses de setembro e outubro, recebendo seis milhões de visitantes, que consomem mais de seis milhões de litros de cerveja!

Originariamente ocorreu para comemorar um casamento na monarquia, mas o que ninguém imaginava é que um dia ela se tornaria sinônimo de festa popular. Realizada em uma área chamada Theresienwiese, oferece além da cerveja tirada na hora e comidas típicas, muitas brincadeiras e apresentações de músicas folclóricas. E não se esqueça de brindar, por lá o nosso tradicional “saúde” é prost!

Esticadinhas mágicas

Nos arredores da cidade estão cidadezinhas medievais que mais parecem cenários de contos infantis. São pitorescos vilarejos com igrejas barrocas, castelos, conventos e fortalezas imponentes, florestas místicas e alpes cobertos de neve. A Baviera guarda ainda mais de 100 mil monumentos arquitetônicos, cerca de 1,2 mil museus e coleções de arte, além de 40 teatros e casas de ópera.

Se estiver com tempo vale uma visita ao famoso castelo de Neuschwanstein, sim aquele que você já deve ter cansado de ver em fotos e pensando: uau! Construído na segunda metade do século 19 para o rei Ludovico II. Ele está localizado perto das cidades de Hohenschwangau e Füssen, próximo da fronteira com a Áustria.

Fãs de futebol antes de viajar, ao montar o roteiro, já reservem tempo para quem sabe assistir a um jogo do FC Bayern. Além da experiência em si, vale para conhecer a Allianz Arena maior destaque da Copa do Mundo de 2006. A casca e a cobertura da arena são compostas por milhares de bolsas de ar em losango, que, em dias de jogos, brilham nas cores dos dois times da cidade, o FC Bayern e o TSV 1860. Sem dúvidas um dos estádios mais bonitos do mundo. No local também funciona um museu que narra a história do clube e suas conquistas, o Trophies and Triumphs. Informações: www.fcb-erlebniswelt.de

Fotos: Pixabay e Commons

Sair da versão mobile