Como parte das comemorações dos 200 anos de Independência do Brasil, um dos principais símbolos históricos deste processo foi devolvido à população: o Museu do Ipiranga, em São Paulo. O patrimônio histórico-cultural foi totalmente restaurado.
Foram quase três anos de obras no Museu do Ipiranga, incluindo a restauração de mais de três mil itens do acervo, reparos de arquitetura, conserto de assoalhos e pisos, instalação de elevadores e rampas de acesso, construção de um novo edifício e exposições multissensoriais.
As obras foram viabilizadas com recursos da Lei de Incentivo à Cultural. Entre 2019 e 2020, a Secretaria Especial da Cultura, vinculada ao Ministério do Turismo, aprovou R$ 183 milhões através da Lei Rouanet para apoiar as obras no Museu do Ipiranga.
O Museu do Ipiranga abriga um acervo de 450 mil itens e documentos. Entre eles estão o icônico quadro “Independência ou Morte”, do artista brasileiro Pedro Américo, que eternizou o que teria sido o marco da emancipação do Brasil perante Portugal. A obra foi uma das primeiras a serem restauradas, dentro do próprio local onde fica instalada (Salão Nobre do Edifício Monumento) devido às amplas dimensões da pintura (4,15m x 7,6m).
O acervo do Museu do Ipiranga inclui pinturas, esculturas, moedas, documentos textuais, fotografias, objetos em tecido e madeira etc. Fechado desde 2013, a área construída dobrou de tamanho após as obras alcançando cerca de 14 mil m². Já a área expositiva foi triplicada, passando de 12 para 49 salas.
Antes da reforma, o Museu do Ipiranga recebia, em média, 300 mil visitantes ao ano. Agora, a expectativa é que esse número possa chegar a até um milhão.
Transformado em um dos mais completos e modernos museus da América Latina após às obras, o Museu do Ipiranga já é tombado como Patrimônio Histórico Municipal, Estadual e Federal. Construído entre 1885 e 1890, no complexo do Parque da Independência, inicialmente foi concebido como um monumento à independência. Sua gestão é compartilhada pelo Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, direção do Museu Paulista e Fundação de Apoio à USP (FUSP). Segundo a instituição, o custo total da obra chega a R$ 235 milhões.
Entrada gratuita até 6 de novembro
Nos primeiros dois meses – até 6 de novembro – a entrada será gratuita, com funcionamento de terça a domingo. Assim como as obras, os números da reabertura também são grandiosos. Ao todo, 12 novas exposições estarão disponíveis aos visitantes, reunindo quase 4 mil itens, 70 produções audiovisuais e 333 recursos multissensoriais.
O enxoval interativo inclui, por exemplo, telas táteis, dispositivos olfativos e mapas visuais e táteis (reproduções de imagens com aplicações de texturas para o toque) que, ao lado de pisos podo-táteis no interior das salas expositivas, estão entre os recursos que garantem acessibilidade a todos os públicos, o que foi uma importante premissa do projeto.
Foto do destaque: Marco Aurélio Giovani Visconti Marco/Pixabay
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