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Neuronha: a famosa “noia” de Noronha

Devido a última sexta-feira ter sido feriado, deixamos para esta semana a segunda parte do especial sobre um dos destinos mais badalados do momento no Brasil: Fernando de Noronha (PE). E se o título da matéria te vez pensar em substâncias tóxicas, calma, não tem nada a ver com isso, mas sim com  a vontade imensa de aproveitar todas as maravilhas do arquipélago. Eis a vibe Neuronha!

Como alguém pode ter neura em um lugar desses? Pois é, eu também achava o mesmo até ser picada por esse “mosquitinho” que te instiga a querer fazer tudo o que puder, afinal não é sempre que podemos parafrasear Beto Jamaica dizendo: “cheguei, estou no paraíso”. E que paraíso minha gente! 

Deixando para trás a referência ao axé dos anos 90, tenho minhas suspeitas de que essa frase foi uma exclamação dita por Américo Vespúcio, primeiro explorador a descrevê-la em expedição realizada em 1503 e 1504. Faz sentido, certo?

© Guia Tapyoca

Bom, com ou sem razão a “Neuronha” atinge 97,5% dos visitantes que chegam a ilha, de acordo com pesquisas informais feitas por guias turísticos. Eu fui mais uma “pobre vítima”. E é assim que você se sentirá no minuto em que o avião decolar rumo ao destino. Os sintomas clássicos são: suor excessivo, ocasionado pela ânsia em fazer todos os passeios possíveis; visitas a inúmeras lojas em busca de souvenires bonitos/em conta e mãos sempre ocupadas tirando 500 fotos por minuto.

Em alguns casos também verifica-se que o “doente” carrega uma mala grande com modelitos diversos para cada flash, adquire gostos refinados nos restaurantes e passa a fazer atividades que antes nunca teve interesse, como por exemplo mergulhar, fazer trilhas, etc. Para o conhecimento geral, eu fiquei no primeiro grupo de risco, contudo não deixei de me divertir e no meu segundo dia em Fernando de Noronha tirei a manhã para fazer um passeio de barco. Não viu o relato sobre o primeiro trecho da aventura? Clique aqui para ler. 😉

No balanço do mar

O dia 2 começou com sol e céu azul, ou seja, um claro sinal de que Deus é brasileiro e queria que eu tirasse boas fotos. Fiz a sua vontade e parti rumo ao Porto de Santo Antônio nas primeiras horas do sábado de carnaval.

Esperamos um pouco até o barco obter a liberação da Marinha para atracar, uma vez que o maior swell, fenômeno caracterizado por ondas gigantes, dos últimos anos estava previsto para começar no fim da tarde de domingo. Quarenta minutos depois de apresentarmos as carteirinhas do ICMBio estávamos a bordo.

Vale dizer que, Fernando de Noronha ganha ainda mais cores vista do oceano. Diversos tons de azul e verde se combinam em suas águas deixando o esverdeado da vegetação da ilha ainda mais intenso.

Passamos pelas praias centrais (Cachorro, do Meio e Conceição), porém nada me preparou para o que estava por vir: o Rugido do Leão. Na verdade, ao contrário do que as lendas urbanas contam não há nenhum animal preso na caverna, mas o som do fenômeno impressiona como você pode conferir no vídeo abaixo.

Tal fenômeno ocorre devido a entrada e saída abrupta da água do mar por uma fenda numa rocha próxima a Fortaleza dos Remédios. O comandante da embarcação inclusive manteve os motores desligados por cerca de 5 minutos para que pudéssemos apreciar melhor o barulho da “fera”.

Continuamos o percurso admirando as praias do Boldró, Americanos, Cacimba do Padre, Leão e as baías dos Porcos, Sancho e Golfinhos, de onde podemos apreciar os contornos da bela Ponta da Sapata, uma formação rochosa localizada bem na ponta da ilha principal, uma região de difícil acesso considerada um oásis para mergulhadores.

Começamos a regressar para o porto acompanhados por tartarugas e golfinhos, mas antes fizemos uma parada para lá de especial: uma pausa para mergulho na baía da praia mais bonita do mundo, a Praia do Sancho.

As águas estavam começando a se agitar quando atracamos e, justamente por isso, diversos passageiros começaram a passar mal. Antes que eu me unisse ao grupo dos enjoados, coloquei o snorkel e pulei no mar. Tive a sensação de mergulhar no infinito. Bom, ao menos a minha versão dele. Translúcido, mas com tons de azul claro e peixinhos coloridos de inúmeras espécies. Parecia uma proteção de tela de computador de tão perfeito e, o mais bacana, é que era real. 

A emoção era tanta que até esqueci que só havia mergulhado uma única vez há cerca de 10 anos e quase me afoguei pela falta de prática em coordenar a respiração apenas pela boca. As coisas que não aprendemos na vida…

Foram 45 minutos de diversão antes de retornar para o barco e seguir em direção ao ponto de partida. Garanto que o passeio que dura cerca de 3h30 passou como um piscar de olhos e que me arrependi de não ter tirado mais fotos, filmado os peixinhos, enfim aproveitado mais.

Tirei o resto do dia para curtir uns bons drinques na praia enquanto tentava superar a vontade de mergulhar. Ainda bem que eu tinha mais alguns dias para tentar sanar a minha neurose por Noronha. Será que consegui? Confira no próximo artigo! Beijos. 😉

Fotos e vídeos: Kate Azevedo

Mais sobre o destino:

O que é que Noronha tem? Um relato sobre o badalado destino! – Parte 1

 

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