Há cerca de um mês abordamos por aqui no Travelpedia sobre as belezas que a Noruega apresenta. Para quem não se recorda é só clicar aqui. Na matéria em questão falamos sobre a capital, Oslo. Dessa vez vamos mostrar duas esticadinhas que valem a pena para quem visita o destino. A começar por Ålesund, à uma hora de voo.
A pequena aldeia de pesca entre Trondheim e Bergen, chama atenção logo de cara, isso porque, apesar de sua história remontar ao período Viking, a arquitetura loca[ segue o estilo art nouveau – consequência de uma reconstrução em 1904, devido a um grande incêndio. O visual histórico pode ter se perdido nas chamas, mas não seu charme. Do alto do mirante situado no Monte Aksla, é possível ter um belo panorama – de quebra dá para ver o fiorde Borgund.
Conhecida como Capital do Bacalhau, já que é responsável por 95% da exportação do país, é onde está o maior número de fábricas produtoras. No Atlanterhavsparken dá para ficar pertinho de algumas espécies, entre elas o Gadus morhua, o bacalhau-do-Atlântico. Um dos maiores aquários da Europa recria o ambiente aquático dos fiordes. São sete tanques e dois viveiros.
Do ladinho está a Klippfiskakademiet, a Academia do Bacalhau, onde – através de uma não tão módica quantia – é possível fazer um agendamento para aprender com um chef como preparar algumas variações do peixe: o tradicional Gadus morhua; o Zarbo, de carne firme com um sabor que lembra o da lagosta; o Lingue, cujo gosto pode lembrar o Gadus morhua e o Saithe, de sabor mais forte. A ideia de cozinhar em grupos é bem divertida e fica tudo uma delícia.
Quem quiser testar a sorte, tem a opção de pesca-los através de um tour de barco. A empresa 62 NORD, por exemplo, tem passeios para até 12 pessoas partindo próximo ao Hotel Brosundet, cujo restaurante Maki pode ser combinado com uma atividade gourmet a partir da sua pesca do dia (preço sob consulta).
Mais uma hora de voo e “bem vindo a Bergen”, segunda maior cidade do país. Universitária e costeira é cheia de vida e muito cosmopolita. Durante o verão então as ruas são tomadas por estudantes e turistas. O principal point é às margens do porto, onde fica o movimentado Fisketorget. O mercado de peixes – bem turístico, e não tão barato –, também funciona como restaurante. No Fish Me, os produtos são servidos frescos e há muitas opções no menu. Se não estiver muito frio a boa pedida é sentar ao ar livre para sentir a brisa do oceano e admirar as pequenas construções históricas e coloridas.
Aliás, essas edificações, que datam do século 19 e são classificadas como Patrimônio Cultural pela Unesco, guardam muita história. Construídas pela Liga Hanseática, que na Idade Média era formada por uma cooperativa de cerca de 70 cidades alemãs, dominou o comércio no norte da Europa. Em uma zona de aterro, o solo cede cerca de 1 a 2 centímetros/ano, tanto é que é nítido como as casas estão tortas.
No centro da cidade é impossível não notar, na praça Torgallmenningen, um monumento aos navegadores noruegueses datado de meados do século 20. Em um giro pela região que é repleta de lojas de grifes internacionais você acaba descobrindo que os tão temidos Vikings eram escandinavos normais, e inclusive ficaram com uma imagem negativa de barbáries e cruéis injustamente, já que usavam até de assembleias para tomar suas decisões. De grande importância para o país, tinham contato direto com o exterior, com isso desenvolveram o comércio, além de responsáveis por levar o cristianismo a Noruega.
Outro passeio imprescindível é o Monte Fløyen, cujo acesso pode ser feito por um funicular, o Floibanen, bicicleta ou uma boa caminhada. Lá no alto, além do mirante que garante uma paisagem incrível – principalmente durante o pôr do sol, que no verão é por volta das 21h! – funciona também o restaurante Floien Folkerestaurant.
Bergen é uma das principais portas de partida rumo aos fiordes, o que demanda um bom planejamento de até três meses de antecedência, já que a taxa de ocupação durante a alta temporada é de 100%. Do píer parte um dos passeios mais conhecidos, o Sognefjord in a Nutshell. A embarcação com destino ao pitoresco povoado Flam, passa pela região Fjord Norway, navegando pelo mais longo deles, o Sognefjord. São 204 quilômetros de extensão e 1.308 de profundidade.
Por possuir a maior lista de fiordes do mundo, a Noruega foi incluída na listagem de Patrimônios da Humanidade da Unesco. Porém, para os que não sabem, essas deslumbrantes obras de arte da natureza são formações resultantes do recuo das geleiras onde a água do mar entrou, formando uma espécie de “U”. Adicione outra vogal, no caso “o” e mais um “u” e você terá a interjeição perfeita na hora que estiver frente a frente com esse visual. Uou! O melhor jeito de resumir essa experiência onde palavras parecem não bastar.
Fotos: Commons Images, Pixabay, divulgação e arquivo pessoal
Matéria relacionada: