Apesar de não ser produtor de café, o país é um importante mercado consumidor. E, vejam só, claro, o Brasil é um dos maiores exportadores dos grãos para a Nova Zelândia. A capital Wellington, com seus cerca de 850 cafés e restaurantes, tem mais cafeterias per capita do que a cosmopolita Nova York, por exemplo. Uau! A cidade também abriga cerca de 40 casas de torra, que distribuem os grãos torrados para todo o país. E praticamente todo neozelandês tem em casa uma máquina de fazer café.
A paixão dos kiwis (apelido carinhoso dado a quem nasce na Nova Zelândia) pela bebida é tão grande que, ao contrário do que ocorreu em outros países, as vendas das cafeterias aumentaram durante a pandemia e o período de isolamento, com as pessoas procurando por grãos e equipamentos. No Coffee Supreme, famosa casa de torrefação da Nova Zelândia, as vendas de equipamentos aumentaram 120% durante a quarentena. Sua cafeteria em Wellington, batizada de Customs, também viu as vendas subirem 20% em relação ao período pré-pandemia.
Dados do país mostram que, mais da metade dos neozelandeses (52%) vai atrás do seu café preferido não importa onde. Assim sendo, podendo sair do seu caminho habitual só para garantir uma xícara fresca da bebida. Outro dado interessante vindo de um estudo realizado pela Canstar Blue, empresa de pesquisa de satisfação com consumidores, é o de que, em Wellington, 42% dos moradores diz não conseguir começar o dia sem antes beber café. O ambiente relacionado ao café também atrai seus amantes: ainda na capital, 18% dos ouvidos na pesquisa disseram fechar negócios e realizar reuniões em cafeterias.
A relação dos neozelandeses com o café é tão forte que as cafeterias são importantes pontos de encontro e socialização. A maioria das casas também tem um ambiente amigável para crianças, oferecendo brinquedos, cadeirões e até menu infantil. Assim, é comum ver grupos de mães socializando nas cafeterias enquanto as crianças apreciam um “fluffy”, que leva leite, chocolate e marshmallow.
Para saber um pouco mais sobre essa bebida tão especial para a Nova Zelândia, veja abaixo como fazer um “flat white” de acordo com Keiko Sato, barista da rede de cafeterias Santo Grão. E celebre o Dia Internacional do Café ao estilo neozelandês! 😉
- O “flat white” combina o sabor marcante do espresso com a textura aveludada do leite, que garante o toque de maciez à bebida.
- Para fazer em casa, o ideal é ter uma máquina de espresso e um espumador. A proporção é de 2 shots de espresso (de 30 ml cada) com 100 ml de leite agitado, sempre usando uma xícara de 160 ml.
- Outra opção é usar a cafeteira italiana. Nesse caso, a proporção se inverte, pois o sabor do café fica menos concentrado.
- Então são 100 ml de café para 60 ml de leite agitado.
E, para entrar no clima, já pensando na sua próxima viagem, quem sabe a este destino tão incrível na Oceania, o conselheiro Maori da Education New Zealand, Ed Tuari, explica como pedir um “flat white” em maori, língua do povo nativo da Nova Zelândia.
O maori possui as mesmas cinco vogais (a e i o u), pronunciadas como no português, e tem oito consoantes similares às nossas – “h”, “k”, “m”, “n”, “p”, “r”, “t” e “w”. Há também duas consoantes diferentes – “wh” e “ng”. Muitos maoris pronunciam o som de “wh” semelhante ao nosso “f”. O “ng” é parecido com nosso som de “ng” em uma palavra como “pingo”, exceto pelo fato de no maori as palavras podem começar com “ng”.
Assim, Tuari explica que a expressão: “Eu gostaria de um flat white, por favor” em maori seria “He Mōwai koa”. Já quem quiser especificar o tamanho da bebida deve usar: paku (pequeno), waenga (médio) ou nui (grande).