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Portugal: Roteiro dos sonhos entre Lisboa e Porto

A distância entre as duas principais cidades portuguesas – Lisboa e Porto – é de aproximadamente 313 quilômetros. Um percurso praticamente em linha reta, que pode ser percorrido de carro em apenas 3 horas em média. Turistas brasileiros em viagens a Portugal costumam incluir no roteiro apenas os dois destinos portugueses. Infelizmente, porque há muito mais para descobrir. É preciso viagens exclusivas para conhecer o interior e o litoral português.

A região entre Lisboa e Porto é conhecida como Centro de Portugal. Ela reúne destinos turísticos como Óbidos, Nazaré, Tomar, Fátima, Aveiro, Coimbra e tantos outros. Uma parte do país que tem diversos patrimônios da Unesco, um litoral com 279 quilômetros que é um paraíso do surfe, aldeias históricas, gastronomia riquíssima, vinhos inesquecíveis, natureza exuberante e muita cultura.

É preciso uma semana no mínimo para aproveitar e conhecer adequadamente essa região portuguesa. O roteiro pode começar por Lisboa e terminar no Porto – ou ao contrário se preferir – e sem contar os dias destinados para visitar as duas cidades.

Palácios e castelos em Sintra

Palácio Nacional da Pena (Foto: Pixabay)

Em um roteiro começando pela capital portuguesa, alugue um carro e siga para a bela região de Sintra, distante pouco mais de 30 quilômetros de Lisboa. Patrimônio Mundial pela Unesco, o destino reúne magníficos palácios, monumentos históricos, excelentes restaurantes e lindas paisagens belíssimas. Tem também belas praias e o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental.

Palácio Nacional de Sintra – O roteiro em Sintra passa pelo Palácio Nacional, construído pelos mouros. Ele tem arquitetura que impressiona e muito luxo no seu interior. Destaque para a Sala dos Brasões, cômodo decorado com azulejos lindíssimos.

Palácio Nacional da Pena – Localizado no alto da serra de Sintra, o imponente Palácio Nacional da Pena foi erguido no topo de um rochedo em meio à uma área verde exuberante. Impressiona o luxo no seu interior.

Castelo dos Mouros – Fortaleza erguida no século 10, após a conquista muçulmana da Península Ibérica, o Castelo dos Mouros está distante apenas 850 metros do Palácio da Pena. Oferece vista maravilhosa da região.

Quinta da Regaleira – Erguida entre 1904 e 1910 para moradia da família dos Carvalho Monteiro, a Quinta da Regaleira chama a atenção pelos lindos jardins da residência e um poço de 30 metros de profundidade.

Pastelaria Piriquita – Para finalizar a visita a Sintra, vale à pena dar uma passadinha na Pastelaria Piriquita, localizada no centro da vila. Ela é famosa por produzir um dos doces mais apreciados em Portugal, os travesseiros da Piriquita. Com massa folhada, amêndoas e ovos, eles são servidos quentinhos logo após sair do forno. Aproveite para experimentar também a tradicional queijadinha. Deixe a dieta de lado e não irá se arrepender.

As muralhas medievais de Óbidos

Foto: Pixabay

A viagem segue com destino a Óbidos, uma pequena cidade do século 13 cercada por muralhas medievais. A vila amuralhada guarda em seu interior um castelo bem preservado, um labirinto de ruelas estreitas e casinhas brancas com portas e janelas coloridas. Preste atenção nos belos pórticos manuelinos.

O itinerário em Óbidos passa pela Igreja Matriz de Santa Maria, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de São Pedro e o Pelourinho, todos no interior das muralhas. No lado de fora estão o Aqueduto e o Santuário do Senhor Jesus da Pedra.

Culinária típica 
Feira Medieval em Óbidos (Foto: Pixabay)

A gastronomia também é um dos atrativos da região. Entre os destaques da culinária local estão o peixe fresco grelhado e a caldeirada. Mariscos e lagostas criadas em viveiros no mar também são muito apreciados.

Para acompanhar as refeições escolha um vinho da Região Demarcada do Oeste. O famoso licor de cereja Ginjinha de Óbidos é outro destaque, que fica ainda mais saboroso quando servido em um copinho de chocolate.

Óbidos está próxima das cidades de Caldas da Rainha, Alcobaça, Batalha e da Lagoa da Foz do Arelho. Há boas opções de hospedagem na região.

Após uma noite de descanso para repor as energias e saborear um típico “pequeno almoço” (café da manhã), tire a parte da manhã para circular por Óbidos, antes de seguir viagem rumo ao norte.

No caminho vale paradas rápidas em Ericeira e Peniche, vilarejos à beira-mar para curtir o visual e fotografar. Ericeira é uma vila de pescadores muito procurada por surfistas. Já Peniche tem atrações como uma fortaleza construída em 1557, um centro histórico com igrejas dos séculos 16 e 17 e a Praia Supertubos, que tem ondas tubulares perfeitas.

As ondas gigantes de Nazaré

Foto: Centro de Portugal/divulgação

A estrada que leva a Fátima passa por Nazaré, uma pequena vila costeira pouco mais de 10 mil habitantes. Destino muito procurado por surfistas do mundo todo por causa das impressionantes ondas gigantes. Foi lá que, em 2013, a surfista brasileira Maya Gabeira quase morreu após pegar uma onda de prováveis 24 metros de altura na Praia do Norte.

Nazaré entrou no mapa turístico mundial graças ao sufista norte-americano Garrett McNamara, que em 2010 divulgou imagens e vídeos das imensas ondas.

O melhor lugar para o espetáculo do mar e a coragem dos surfistas é no alto do Forte de São Miguel Arcanjo, que fica no topo de um penhasco. As maiores ondas acontecem entre outubro e janeiro, os meses mais frios.

Outros atrativos da cidade são o Sítio de Nazaré, o Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, o Miradouro do Suberco e a Ermida da Memória.

Após o almoço em Nazaré a viagem continua e vale parar nas cidades de Alcobaça e Batalha – distantes 20 quilômetros uma da outra. Elas guardam mosteiros classificados pela Unesco como Patrimônios Mundiais.

Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça – Construído em 1153, abriga os túmulos do rei de Portugal Dom Pedro I e sua amante Dona Inês de Castro, que viveram uma intensa história de amor.

Mosteiro Santa Maria da Vitória – Chegando na pequena Batalha logo se avista o majestoso mosteiro. Ele foi construído no século 14 e fundado por Dom João I.

Pastelaria Alcôa – Outra paradinha rápida e deliciosa. A Pastelaria Alcôa é famosa por produzir os melhores doces conventuais portugueses.

Fé e devoção em Fátima

Santuário de Fátima (Foto: Roberto Maia/Travelpedia)

Principal destino de turismo religioso em Portugal e entre os mais famosos do mundo, Fátima possui um dos mais conhecidos santuários católicos do planeta. Tudo começou em 1917, quando Nossa Senhora teria aparecido para três pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta.

O complexo do Santuário de Nossa Senhora de Fátima foi construído sobre a Cova da Iria, local da primeira aparição e inclui a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, com os túmulos dos três pastorinhos, o Recinto das Orações, a Capela das Aparições, o Centro Pastoral Paulo VI, Casas de Retiro e a Igreja da Santíssima Trindade. Um tour mais completo passa também pelas casas onde viveram os pastorinhos videntes, na aldeia de Aljustrel.

Santuário de Fátima (Foto: Roberto Maia/Travelpedia)

As maiores celebrações no Santuário de Nossa Senhora de Fátima ocorrem na noite do dia 12 de maio (Procissão das Velas), em 13 de maio (Procissão do Adeus) e em 13 de outubro. Porém, nos demais dias 13 de cada mês também acontecem celebração, atraindo milhares de turistas.

Tomar – A cidade dos templários

Convento de Cristo (Foto: Pixabay)

Depois de conhecer o Santuário de Fátima é hora de pegar a estrada com destino a Coimbra, a principal cidade universitária de Portugal. Porém, no caminho, passamos por Tomar, uma pequena vila que está fora do circuito turístico convencional, que vale à pena conhecer. Não houvesse outros motivos, bastaria visitar o Convento de Cristo, um monumento classificado como Patrimônio Mundial pela Unesco. Ampliado e alterado ao longo dos séculos, a construção preserva influências de diversos estilos arquitetônicos.

Tomar é conhecida como a “Cidade dos Templários” e tem outros atrativos históricos como a Mata dos Sete Montes, local onde aconteciam rituais de iniciação; e a Igreja de Santa Maria do Olival, construída no século 12 e que conserva os túmulos de diversos mestres templários.

A Ordem dos Templários foi criada em 1119, em Jerusalém, com o objetivo de dar proteção aos peregrinos cristãos no território sagrado. Ela foi extinta na França no início do século 14, mas, em Portugal, foi transformada na Ordem de Cristo, absorvendo os bens que possuía. Ele desempenhou papel de destaque na epopeia dos descobrimentos portugueses.

Distante apenas 14 quilômetros de Tomar está a Barragem de Castelo de Bode, onde é captada a água que abastece a cidade de Lisboa. As pequenas ilhas e margens envolvidas por pinhais formam uma paisagem natural maravilhosa.

Fados e tradições em Coimbra

Mosteiro Santa Clara-a-Velha (Foto: Turismo Centro de Portugal/divulgação)

Chegamos a Coimbra no final do dia. Na principal cidade do Centro de Portugal não faltam locais emblemáticos como o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a Sé Velha e as igrejas de São Tiago, São Salvador e Santa Cruz; a Quinta das Lágrimas e, claro, a Universidade de Coimbra – fundada em 1290 e considerada uma das mais antigas do mundo.

Primeira capital portuguesa, Coimbra tem pátios, escadas e arcos medievais. Construções do século 13 convivem harmoniosamente com outra modernas que atendem os jovens universitários.

A cidade foi construída às margens do Rio Mondego e em cima de uma montanha. É dividida entre a parte alta e a baixa. Na Cidade Baixa estão as construções medievais e ruas estreitas onde se concentra o comércio. Já na Cidade Alta está a universidade no seu ponto mais elevado. É lá que acontecem os principais eventos da vida acadêmica local, além de abrigar as muitas repúblicas de estudantes e pontos turísticos como a Sé Velha.

Universidade de Coimbra
Biblioteca Joanina (Foto: Centro de Portugal/divulgação)

Não deixe de fazer um tour completo pelas instalações da Universidade de Coimbra. Para ter uma visão geral suba até a torre, onde estão os sinos que marcavam o ritmo das aulas. A vista é fantástica!

Depois, visite o Pátio das Escolas, a Sala dos Capelos, onde são realizadas as cerimónias mais importantes, a Capela de São Miguel e o seu imponente órgão barroco e a Biblioteca Joanina, que possui mais de 300 mil livros e coleções raríssimas dos séculos 16, 17 e 18 dispostas em belíssimas estantes ornamentadas com talha dourada.

Um dos eventos mais esperados na cidade acontece sempre no mês de maio. É a tradicional Queima das Fitas, ritual que surgiu no final do século 19, quando os estudantes do curso de Direito resolveram queimar as fitas das pastas, já que não precisariam mais delas no ano seguinte. A festa começa com uma monumental serenata nas escadas da Sé Velha. Trajando capas negras, os estudantes cantam o famoso Fado de Coimbra, que é diferente do tradicional Fado português. Durante uma semana várias atividades culturais são realizadas. A programação inclui concertos musicais e até um desfile dos estudantes e carros alegóricos que saem da Universidade.

Pernoite em Coimbra.

Aveiro – a Veneza de Portugal

Foto: Ricardo Resende/Unsplash

Como o tempo dedicado a Coimbra foi insuficiente, tire a parte da manhã para as visitas do que ficou por ver. Depois, pé na estrada com destino a Aveiro, cidade chamada de a “Veneza de Portugal”.

Mas vale muito fazer um desvio à esquerda para uma passadinha em Figueira da Foz, cidade litorânea que é um convite para momento de relaxamento na Praia da Claridade, conhecida como a “Rainha das Praias de Portugal”. Ela é um dos mais tradicionais points de veraneio do país. Cheia de vida, une a autenticidade de um porto de pesca ao cosmopolitismo herdado da Belle Époque, período em era o principal destino de verão português.

Figueira da Foz tem outras praias interessantes como a da Leirosa, da Cova Gala, da Murtinheira, da Costa de Lavos, do Relógio e a de Quiaios.

Se por acaso esquecer do tempo e resolver dormir na cidade, não deixe de conhecer o Cassino da Figueira, que foi fundado em 1900. Mesmo se não for jogar, o lugar é boa opção para jantar no Piano Bar e assistir ao espetáculo diário no Salão Nobre.

Moliceiros e bugas
Moliceiros em Aveiro (Foto: Roberto Maia/Travelpedia)

Porém, se a sua decisão for a de seguir em frente, logo chegará em Aveiro. A designação “Veneza de Portugal” surgiu por causa da Ria de Aveiro, uma vasta bacia lagunar onde as águas doces do Rio Vouga se misturam com as águas do mar. A cidade é cortada por ruas aquáticas, onde navegam os coloridos moliceiros, barcos originalmente utilizados para a colheita de moliço (plantas aquáticas), mas que atualmente são usadas para fins turísticos.

Aveiro possui arquitetura do século 19 com edifícios em tom pastel em estilo Art Noveau, o que combina com a atmosfera de tranquilidade reinante no lugar. Lagoas naturais e lindos parques e jardins completam o cenário. Uma boa alternativa para explorar o destino é utilizar as bicicletas (chamadas bugas) oferecidas gratuitamente pela municipalidade.

Entre os principais pontos de interesse turístico de Aveiro estão os seguintes:

Mercado de PeixesO point mais famoso de Aveiro é o tradicional Mercado de Peixes, que abriga alguns dos melhores restaurantes de marisco da cidade. Se quiser se deliciar com uma boa e típica comida portuguesa a dica é o Porta 36, no Largo da Praça do Peixe, nº 36.

Foto: Roberto Maia/Travelpedia

Igreja da Misericórdia Construída no final do século 16, exibe uma fachada tradicional com azulejos azuis e brancos, além de elementos renascentistas nos seus pórticos.

Convento de Jesus – Fundado no século 15.

Museu de Aveiro Instalado no interior do convento, é considerado um dos mais importantes museus de arte sacra de Portugal.

Parque Infante D. Pedro – Ideal para relaxar e descansar junto à natureza.

Museu da Vista Alegre – Exibe as famosas porcelanas portuguesas.

Reserva Natural das Dunas de São Jacinto – É um santuário de aves localizado na ponta da península de São Jacinto, entre o mar e o estuário.

Museu Marítimo de Ílhavo – Lugar certo para conhecer a cultura marítima local.

Fica a dica!

Em hipótese alguma deixe a cidade sem provar os deliciosos ovos moles, uma especialidade da região. Na zona do Rossio, às margens da Ria, estão dezenas de confeitarias com ofertas desse doce divino. Se tiver tempo, vale à pena conhecer o processo de fabricação na Oficina do Doce.

Arte sacra em Viseu

Foto: Pixabay

Nessa altura da viagem você já estará a menos de uma hora da cidade do Porto. Porém, se tiver tempo, valerá muito à pena se desviar dela, seguir até Viseu e depois subir um pouco mais ao norte para conhecer Lamego, Guimarães, Braga, Ponte de Lima e Viana do Castelo.

Distante 86 quilômetros de Aveiro, Viseu está rodeada por serras e pelos rios Vouga e Dão. A cidade é marco importante da arte sacra e da arquitetura religiosa de Portugal, como comprovam as igrejas que pontilham o centro histórico. Além é claro do famoso vinho produzido na região.

O destino também é o berço de Vasco Fernandes, famoso pintor do século 16, cujas obras são símbolos da erudição e excelência do Renascimento português. O Museu Grão Vasco guarda parte considerável do espólio do artista.

Mural de Frederico Draw (Foto: Centro de Portugal/divulgação)

Comece a visita pelo Centro Histórico. Lá estão a Catedral de Viseu, um dos mais emblemáticos edifícios da cidade; a Igreja da Misericórdia, o pelourinho, o Passeio dos Cónegos e o Museu de Arte Sacra.

Depois, percorra os restos da muralha defensiva erguida por Dom João I e concluída apenas no reinado de Dom Afonso V. Viseu também preserva vestígios de uma muralha romana construída no século 3.

Se estiver com tempo e precisando relaxar um pouco da correria da viagem, a dica é conhecer e usufruir os benefícios terapêuticos das águas nas Termas de São Pedro do Sul, localizada nos arredores da cidade. No caminho certamente irá se deslumbrar com o visual impactante da Serra do Caramulo.

A Raposeira de Lamego

Foto: Leandro Silva/Unsplash

Deixando Viseu para trás, a próxima parada será em Lamego, a cidade mais antiga do reino de Portugal. Mas, atualmente, ela é famosa pelos vinhos produzidos na região. Destaque para o Raposeira, muito apreciado pelos portugueses – principalmente os espumantes. Contam por lá que os monges cistercienses já produziam vinhos borbulhantes em 1678.

Dos tempos medievais podem ser apreciados o castelo do século 12 no ponto mais alto da cidade, a pequena igreja de Santa Maria de Almacave e a Sé – Catedral de Lamego. Outras tantas igrejas revelam a influência clássica do tempo da sua construção nos séculos 16 e 17. A maioria delas revestidas em azulejos e decoradas por pinturas sacras e talha de ouro acrescentadas na época barroca.

Foto: Pixabay

Igreja do Convento de Santa Cruz – Com vista para a cidade e para o monumental santuário barroco dedicado à Nossa Senhora dos Remédios, está no alto de um morro. Para chegar até ela é preciso enfrentar uma escadaria com 686 degraus. Mas o esforço vale à pena. Os azulejos pintados e a vista lá do alto são incríveis.

Santuário de Nossa Senhora dos Remédios – No extremo oposto da Igreja do Convento de Santa Cruz está esse magnífico palácio do século 18. Para conhece-lo também é preciso enfrentar outra escadaria. Mas você não irá se arrepender. Construído em estilo Barroco, é elegante e sóbrio. Também serviu como paço episcopal – antiga residência dos bispos. Outro destaque do lugar é o Museu de Lamego, que guarda um riquíssimo acervo.

Localizada próximo às margens do Rio Douro, Lamego proporciona a oportunidade de passeios para admirar os majestosos cenários dos extensos vales onde nasce o vinho do Porto.

Pernoite em Lamego.

Guimarães – Berço do reino português

Foto: Pixabay

Na manhã seguinte a viagem segue com destino à cidade de Guimarães. Ela é a terra do primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques e considerada o berço do reino português – foi a primeira capital.

Guimarães preserva antigas construções e o seu centro histórico foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. O conjunto de edificações reúne várias épocas e estilos – da Idade Média ao século 19. O conjunto patrimonial pode ser apreciado em graciosas varandas de ferro, balcões e alpendres de granito, casas senhoriais, arcos que ligam ruas estreitas, torres e claustros.

A cidade pode ser facilmente percorrida a pé. Comece o passeio pelo centro histórico, siga para o Largo da Oliveira, onde está a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira. Dali deixe-se perder nas estreitas ruas medievais, como a Santa Maria com antigos casarões e museus, até chegar ao Largo Toural com seu belo chafariz. No caminho está a Praça de Santiago, um antigo ponto de passagem dos peregrinos.

Outros atrativos do destino são a Colina Sagrada, onde está o Palácio dos Duques de Bragança (século 15); a estátua do primeiro rei de Portugal; a pequena Igreja de São Miguel do Castelo; e, no topo, o Castelo de Guimarães, erguido no século 10 para proteger a região de ataques dos mouros. Considerado o local de nascimento de Dom Afonso Henriques, o castelo hoje é um museu.

Um teleférico leva, em poucos minutos, ao Monte da Penha, onde está o Santuário de Nossa Senhora da Penha. A vista maravilhosa já vale o passeio.

Depois de alguns dias em Portugal será inevitável não engordar. Paciência, deixe a dieta para quando voltar ao Brasil. Por que estou dizendo isso? Em Guimarães existem muitos conventos femininos há centenas de anos. Motivo pelo qual a gastronomia local está marcada pelos deliciosos doces conventuais, feitos à base de ovos e açúcar. Não deixe de experimentar as tortas e o toucinho do céu.

Braga – A Roma portuguesa

Foto: Roberto Maia/Travelpedia

Um dos principais destinos turísticos do norte de Portugal, a cidade de Braga está na região do Minho e a menos de 40 quilômetros da fronteira com a Espanha. É ponto de partida de um dos Caminhos de Santiago, percurso designado Caminho da Geira Romana, que fazia parte da rota que leva a Santiago de Compostela e a Roma.

Terceira maior cidade do país, possui uma rica história e um vasto patrimônio religioso desde a época do Império Romano. As ruínas romanas de Bracara Augusta, uma antiga cidade fundada pelo imperador Augusto entre 300 e 400 a.C., ainda são visíveis em um complexo arqueológico.

Braga também é um dos principais centros religiosos de Portugal e é famosa pelas igrejas barrocas, esplêndidos solares do século 18 e belos parques e jardins.

Catedral de Braga 
Catedral de Braga (Foto: Roberto Maia/Travelpedia)

Como em outras localidades visitadas anteriormente, comece o tour pelo centro histórico. Destaque para a Sé – Catedral de Braga -, a mais antiga do país e maior referência religiosa em Portugal ao longo dos séculos. No seu interior estão guardados diversos tesouros de arte sacra. Sua construção teve início em 1070 e recebeu influência dos estilos gótico, renascentista e barroco. Chama a atenção as torres dos sinos, o teto manuelino, o altar esculpido e os órgãos barrocos. Os túmulos de Dom Henrique e Dona Teresa, pais do primeiro rei português, estão na Capela dos Reis.

O roteiro de atrativos da cidade inclui também o Santuário do Bom Jesus do Monte, uma das igrejas neoclássicas mais bonitas do país; a Igreja de Santa Cruz, construída no século 17, que exibe uma linda fachada de pedra em estilo barroco maneirista; e o belíssimo Jardim de Santa Bárbara, que data do século 17.

Grandes festas religiosas realizadas anualmente atraem portugueses e turistas à cidade. A Semana Santa e as Festas de São João, que acontece nos dias 23 e 24 de junho. Nos dois períodos as ruas ficam repletas de gente para aproveitar as recriações da era medieval, mercados, bailes, fogueiras, queima de fogos de artifício e procissões. Já a Noite Branca, realizada em setembro, atrai milhares de pessoas e tem programação com shows, festas, feiras e outras atividades culturais.

Arquitetura medieval em Ponte de Lima

Foto: Pixabay

Na etapa final da viagem, seguimos logo pela manhã com destino à cidade de Ponte de Lima, localizada às margens do Rio Lima, no coração da região que produz o típico vinho Verde português. Esse pequeno tesouro lusitano com pouco mais de 5 mil habitantes encanta pela arquitetura medieval.

Uma das vilas mais antigas de Portugal, está cercada por quintas e palácios – muitos transformados em hotéis. Seu monumento principal é uma antiga ponte romana com 380 metros de comprimento que deu nome à cidade. Há mais de dois mil anos ela une as duas margens do rio e integra o chamado Caminho Português que leva a Santiago de Compostela, na Espanha.

Seu centro histórico é bem preservado e o ideal é percorre-lo a pé, já que tudo está concentrado em poucos quarteirões.

A vila é pequena mas festeira. Quinzenalmente, às segundas-feiras, realiza uma animada feira originária da Idade Média, onde são comercializados alimentos da estação, roupas e acessórios. Em junho, outro evento tradicional, a Vaca das Cordas. E, em setembro, as Feiras Novas, uma das mais concorridas do Minho, com desfiles e outras celebrações que duram três dias.

Viana do Castelo para curtir e saborear

Foto: Roberto Maia/Pixabay

Após algumas horas em Ponte de Lima é hora de seguir adiante. Deixe para almoçar em Viana do Castelo, que está a apenas 30 quilômetros de distância. Localizada no litoral, onde o Rio Lima encontra o mar, a cidade é para ver, curtir e saborear. Come-se muito bem por lá e não faltam boas opções de vinhos para acompanhar as refeições.

Fundada no século 13 por Afonso III, rei de Portugal, teve muito destaque na época dos Descobrimentos (séculos 15 e 16) quando chegou a ter 70 navios mercantes. Dos seus estaleiros saíram naus e caravelas para as rotas das Índias e das Américas, que regressavam carregadas de açúcar, madeira, marfim e outras preciosidades exóticas.

Um vianense, João Álvares Fagundes, foi o pioneiro da navegação na Terra Nova, no Atlântico Norte. Ele, mesmo sem se dar conta, abriu o caminho ao culto das muitas maneiras de comer bacalhau em Portugal. Seu túmulo encontra-se na capela do Santo Cristo, no interior da Igreja Matriz de Viana do Castelo.

A cidade é repleta de palácios, igrejas e conventos, chafarizes e fontanários que constituem uma herança patrimonial notável. Inicie o passeio pela Rua Manuel Espregueira e observe os edifícios decorados com azulejos. No final da rua, está a igreja de São Domingos, construída no século 16. Outro ponto de destaque é a Ponte Eiffel, inaugurada em 1878, ponte metálica sobre o rio que permite a circulação de trens e carros.

Em agosto, por volta do dia 20, a cidade realiza (desde 1783) as festas da Senhora d´Agonia, uma das mais belas romarias de Portugal. Portanto, se estiver por lá não perca.

Fica a dica!

Pernoite em Viana do Castelo e siga para o Porto na manhã seguinte. Como eu disse, a cidade é para ser saboreada. Então, escolha um restaurante típico, peça um bacalhau e um vinho para acompanhar.

Fim da viagem!

Para quando você for a Portugal

Idioma

Português

Moeda

Euro (€)

Fuso horário

Dependendo da época do ano e do horário de verão nos dois países, pode ser de 2 até 4 horas a mais em relação ao horário de Brasília.

Visto

Cidadãos brasileiros não precisam. Um seguro internacional de saúde pode ser solicitado.

Saúde

Nenhuma vacina é obrigatória para entrar em Portugal.

Quando ir

O verão (junho a agosto) sempre é uma boa época para visitar Portugal, embora a temperatura possa chegar a 40º em alguns dias e todos os lugares ficam cheios de turistas. Já os meses de maio (primavera), setembro e outubro (outono) apresentam temperaturas amenas e preços mais baixos.

Onde ficar

A região do Centro de Portugal oferece opções variadas para sua hospedagem. Há desde empreendimentos luxuosos até ótimos hostels e pousadas.

Gastronomia
Bacalhau do Restaurante Rodizio Real em Viseu (Foto: divulgação)

Portugal é um destino de sonho para os apreciadores da boa gastronomia. Percorrer o Centro de Portugal é oportunidade de viajar por um mundo de sabores e degustar algumas das iguarias do país em pratos ricos, fortes e diversos. No litoral, aproveite a tradição portuguesa dos peixes frescos, principalmente com a Lampreia à Bordalesa, que consiste em um refogado de peixe muito bem temperado, servido com arroz e pão. Também são populares as caldeiradas, sopas de peixe, peixes grelhados e, é claro, o famoso bacalhau.

Leitao a Bairrada do Restaurante Paço dos Cunhas (Foto: divulgação)

No interior, a carne é a protagonista. Um dos pratos mais famosos é o secular Leitão à Bairrada, assado no forno a lenha e servido com batatas cozidas e salada. Já a Vitela de Lafões é uma carne saborosa, suculenta e tenra – apreciada principalmente em Viseu. Outras carnes também são valorizadas: o Cabrito assado está presente nas mesas de toda a região, assim como a Chanfana de cabra, cozida lentamente em vinho tinto. Por fim, carnes de caça, como perdiz e coelho bravo, são iguarias características em Fátima e Tomar.

Foto do destaque: Aveiro (Ricardo Resende/Unsplash)

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