Depois do boom da era da mobilidade por aplicativo vista nos últimos anos, uma soma de fatores atualmente tem afetado a locação de veículos para motoristas de aplicativos. Sendo a principal delas a constante alta no preço da gasolina, com o litro chegando à casa dos R$ 7 em alguns postos. Muitos desses trabalhadores, um em cada quatro, abandonou a atividade.
A projeção da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), de junho a setembro, é de que aproximadamente 30 mil veículos que estavam alugados para motoristas de aplicativos foram devolvidos para locadoras de todo o País. Agora, em vez de 200 mil, são 170 mil carros alugados para esse fim, sendo que a associação estima em 250 mil veículos o potencial do setor para atender a esse perfil de usuário.
Para o presidente da ABLA, Paulo Miguel Junior, o potencial de alugar até 250 mil carros para motoristas depende diretamente do preço da gasolina e de cortes nas tarifas cobradas pelos aplicativos. “Estamos trabalhando com a possibilidade de recuo do preço do litro em 2022, voltando à média entre R$ 4 e R$ 5”, adianta Miguel Junior.
A associação menciona que o preço do combustível flutua conforme a variação cambial e, sendo assim, “em havendo menor pressão sobre o dólar em 2022 é possível crer que picos acima de R$ 7 por litro de gasolina, em estados como o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás, por exemplo, não vão se sustentar no ano que vem”, explica Paulo Miguel Junior.
A projeção da entidade setorial em alugar até 250 mil veículos para motoristas de aplicativos se dá mesmo diante das atuais dificuldades das locadoras em aumentar a frota. Conforme a ABLA, as empresas de aluguel de carros teriam potencial para comprar 800 mil automóveis e comerciais leves em 2021, porém deixarão de comprar entre 420 mil a 450 mil, em função das dificuldades das montadoras com falta de insumos para produzir esses carros.