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Queijos da Europa harmonizam com cachaça, sim!

Os emblemáticos queijos produzidos na Europa e as singulares cachaças brasileiras são combinações que harmonizam muito bem. O encontro de dois sublimes protagonistas não somente provou-se bem-sucedido como revelou facetas sutis de cada um deles.

Essa experiência de degustação foi proposta pelo Centro Nacional Interprofissional da Economia Leiteira (CNIEL) e União Europeia, através da campanha “Abra Seu Paladar” dos queijos europeus. Nesse experimento ficaram claras e evidentes as 1.001 possibilidades de um bom casamento entre os dois. O objetivo foi mostrar a versatilidade dos queijos europeus em suas diferentes características de sabor, textura, aroma e sua fácil combinação com a nossa cachaça.

Queijos de massa mole e casca florida

Representados nessa harmonização pelo Camembert e Brie – e que incluem também especialidades como Coulommiers, Neufchâtel, Chaource, Saint-Marcellin, Brillat-Savarin (França) – quando unidos à uma cachaça branca sem madeira, mineral e cítrica com aroma de doce de laranja, apresentam um resultado surpreendente. Uma deliciosa combinação surge ao fundir o gosto de cogumelo e avelãs dos dois protagonistas dessa categoria, às notas desta rica aguardente envelhecida em tonéis de Jequitibá.

Queijos de massa mole e casca lavada

Pont-l’Évêque, Livarot, Époisses, Mont d’Or, Munster, Maroilles (França); Taleggio (Itália); Vacherin Mont d’Or (Suíça); Limburger e Romadur (Alemanha) casam perfeitamente com cachaças envelhecidas em tonéis de castanheira e bálsamo. Os queijos Pont L’êveque e Taleggio, mostram ser levemente menos moles e úmidos do que os de casca florida. O sabor e o odor estão entre os mais pronunciados de todos. Eles combinaram com a citricidade láctea, acidez e álcool balanceado, toque de ligninas terciárias e frutos secos e ligeiro amendoado cremoso com gorduras do álcool e celulose da cana, encontradas nesse tipo de cachaça.

Queijos de massa prensada não cozida ou semidura

Reblochon, Saint-Paulin, Saint-Nectaire, Morbier, Tomme de Savoie, Abondance, Mimolette (França); Gouda, Edam (Holanda); e Manchego (Espanha) combinaram com cachaça envelhecida em tonéis de amburana, típica por apresentar aroma e sabores de coco, cocada e cacau fruta. Estas características se harmonizaram perfeitamente com a natureza suave de alguns deles, caso do Saint-Paulin e do Mimolette, os eleitos do dia.

Queijos de massa prensada cozida ou dura

Beaufort, Comté (França), Emmental (França e Suiça), Gruyère (Suíça) e Maasdam (Holanda), flertam lindamente com cachaça envelhecida em carvalho francês e americano. Fato comprovado na harmonização de um Emmental e um Maasdam, ambos com características mais frutadas. Baunilha, mel, manteiga queimada, entre outros elementos da cachaça escolhida levaram a união dos protagonistas a um final mais que feliz.

Queijos de massa azul

Roquefort, Fourme d’Ambert, Bleu d’Auvergne, Bleu des Causses (França); e Gorgonzola (Itália), podem ser interessantes ao lado de uma cachaça envelhecida em canela sassafrás e um blend de sete tonéis, incluindo carvalhos francês e americano, bálsamo, cabreuva, amburana, grapia, canela, e sassafrás. Para contrabalancear o sabor picante e salgado desses queijos, cai bem esta cachaça com aromas de bolo inglês com frutas secas, passa, ameixas, açúcares demerara e toques de frutas carameladas.

O estudo foi realizado pelos consultores José Osvaldo do Amarante, pesquisador sobre universo dos queijos e autor do livro “Queijos do Brasil e do Mundo para iniciantes e apreciadores”; e Renato Frascino, técnico sensorial de bebidas e alimentos e fundador do Clube Brasileiro da Cachaça de Alambique

Fotos: Divulgação

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