Em 2025, Brasil e França celebram 200 anos de relações diplomáticas com a Temporada França-Brasil, uma ampla iniciativa cultural, científica e diplomática. A programação ocorrerá entre abril e setembro na França e de agosto a dezembro no Brasil. Além disso, serão mais de 300 eventos realizados em 15 cidades brasileiras, reunindo artistas, pensadores, pesquisadores e jovens de diferentes origens.
O projeto foi anunciado pelos presidentes Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Ambos destacaram a importância do diálogo e da cooperação internacional para enfrentar os desafios globais.
Três pilares fundamentais orientam a Temporada
Primeiramente, a agenda no Brasil se apoia em três eixos centrais: democracia, diversidade cultural e clima. Assim, cada um deles reflete o compromisso bilateral com causas urgentes da atualidade.
O primeiro eixo promove a democracia e uma globalização justa e inclusiva, ecoando os ideais defendidos por Macron e Lula. O segundo valoriza a diversidade e o diálogo com a África, ampliando conexões com culturas afrodescendentes e indígenas. Por fim, o terceiro pilar foca na transição ecológica, antecipando debates da COP30, em Belém, e da Conferência da ONU sobre os Oceanos, em Nice.
Essa estrutura temática mostra como a Temporada França-Brasil não se limita a comemorações. Pelo contrário, ela busca criar pontes duradouras entre nações, povos e saberes, com impacto direto em políticas públicas e práticas culturais.
Integração entre continentes e culturas
Além da forte presença francesa, a programação incluirá convidados de diversos países africanos e das regiões ultramarinas da França, como Martinica, Guadalupe e Guiana Francesa. Essa escolha amplia o alcance do evento, conectando três continentes por meio da arte, da ciência e do conhecimento.
A curadoria ficou sob a responsabilidade de Anne Louyot, no Brasil, e Emilio Kalil, na França. Juntos, eles garantem que os projetos reflitam tanto os valores contemporâneos quanto a história rica e entrelaçada das duas nações.
Museus, teatros, universidades, festivais e ONGs trabalharão em conjunto para promover intercâmbios reais entre a sociedade civil dos dois países. O objetivo é claro: fortalecer a criatividade, o respeito às diferenças e a cooperação em áreas vitais como inovação, educação e sustentabilidade.
Um impulso estratégico nas relações internacionais
Mais do que uma celebração simbólica, a Temporada tem caráter estratégico. Ela posiciona o Brasil como parceiro preferencial da França na América do Sul, especialmente nas áreas de ciência, cultura e desenvolvimento sustentável. Grandes empresas como LVMH, Airbus, Sanofi, L’Oréal e Engie apoiam o evento, reafirmando o interesse do setor privado nessa colaboração.
Segundo Emmanuel Lenain, embaixador da França no Brasil, o evento é uma oportunidade única de “honrar uma trajetória de fascínio e enriquecimento mútuo”. Já Anne Louyot afirma que a Temporada servirá como laboratório para novas formas de trabalhar, criar e transformar.
Por fim, a programação completa será divulgada nos próximos meses. Portanto, enquanto isso, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Salvador e Recife já se preparam para receber o maior intercâmbio cultural franco-brasileiro do século.