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Turismofobia: 10 destinos pelo mundo que não são fãs de turistas

Transition Mountains The Prohibition Of Closed Road

Muito da chamada Turismofobia, é por conta do perfil desse público. Tanto é que, existe a discussão: turista x viajante. Há quem não veja diferença, mas ela existe. Principalmente de postura. Viajante tem espírito aventureiro, quer conhecer tudo e um pouco mais – da cultura as pessoas –, e não apenas ir aos ícones locais. Tanto é que gostam de ter experiências imersivas. Diferente do turista, que tende mais para o clichê. Por isso são sempre estereotipados como aqueles com as câmeras fotográficas penduradas no pescoço, que não largam o celular para tirar fotos e que tendem a ser barulhentos e espaçosos.

Claro, não podemos generalizar, mas ao longo dos anos é esta a imagem que se tem dos turistas, e aí está um dos motivos de não serem tão queridos as vezes. Por mais que influenciam na economia local nem sempre compensa o incomodo e transtorno. Já que muitos não tem o menor zelo pelo destino. Tratam como apenas mais um na bucketlist. Em contrapartida os viajantes tendem a se misturar, sem atrair muita atenção para si mesmo, já que o que interessa para eles é aproveitar e conhecer ao máximo.

A parte a isso, deve se levar em conta também outros importantes fatores para tal aversão. Como o fato que muitos habitantes possuem aquele famoso sentimento bairrista, e não querem dividir com estranhos suas vidas e cidades. E a grande quantidade de turistas influencia no equilíbrio de um lugar, ou seja, atrapalha o dia-a-dia, já que visitantes e moradores precisam compartilhar os mesmos recursos, serviços e espaço público. E tem casos que é por conta da estrutura, pois nem sempre se trata de não ser fã, mas de o destino não comportar tanta gente.

Foto: Shutterstock

Em alguns casos a fobia com relação aos turistas é frente a preservação. Algo que acontece inclusive aqui no Brasil, em lugares como Fernando de Noronha, que mantém uma taxa ambiental. A cobrança serve para custear projetos de conscientização de moradores, melhorar a infraestrutura local e controlar o fluxo de visitantes.

Há outros lugares que possuem restrições específicas para um determinado tipo de turista, como os tatuados que não são bem vistos no Japão, onde a tatuagem ainda é tabu. Tanto é que, quem tem é proibido de frequentar as tradicionais casas de banho termal públicas, as onsen. Uma coisa é certa, a parte a qualquer que sejam os motivos destes e outros lugares não deixam de ser incríveis!

Confira então onde rola a chamada Turismofobia. Adiantamos que alguns podem surpreender por, ironicamente, serem tão turísticos.

Barcelona – Não estranhe ao se deparar pela cidade com pichações, cartazes e avisos em paredes e postes como “Turist, go home” (“Turista, volte para casa”) e “El turismo mata a la ciudad” (“O turismo mata a cidade”). Em 2016 foi a 12ª cidade mais visitada do mundo e a 3ª da Europa, atrás de Londres e Paris. Foram 8 milhões de visitantes. Para tentar frear um pouco o destino implementou ações como taxa turista.

Foto: Shutterstock

Veneza – Apesar dos benefícios na economia, a cidade italiana recebe anualmente cerca de 30 milhões de turistas. Por isso foram tomadas medidas para preservar sua estrutura e tradições. Entre elas a proibição de abertura de novos restaurantes de fast food, instalação de catracas nas três pontes de acesso à cidade e nos terminais onde desembarcam cruzeiristas. E há ainda a possível (em análise) cobrança de ingresso para visitar a icônica Praça San Marco.

Foto: Shutterstock

Amsterdã – Com 800 mil habitantes, o destino holandês recebe anualmente cerca de 17 milhões de turistas. Este ano, durante o Fórum Mundial de Turismo, na Suíça, o diretor executivo de Marketing de Amsterdã, Frans Van der Avert chegou a afirmar que “as cidades europeias estão morrendo pelo turismo”. E por isso não vão mais investir em sua comercialização. A preocupação não é quantidade e sim qualidade dos visitantes. A motivação é receber quem esteja interessado de fato em Amsterdã, e não apenas em busca de farra e curtição.

Foto: Pixabay

Arlington – Apesar do sul dos Estados Unidos ser considerado uma das regiões mais hospitaleiras do país a cidade texana vai contra o fluxo. Uma pesquisa classificatória realizada pela empresa de táxi aéreo americana Stratosjets, mostrou isso ao avaliar os melhores e piores comentários no Twitter sobre visitantes em cidades americanas. Arlington se mostrou a mais hostil.

Foto: City of Arlington

Machu Picchu – A Cidade Perdida dos Incas também teve que restringir o número de visitantes para não sofrer um colapso. O destino mais visitado do Peru resolveu ceder as “ameaças” da Unesco em colocar o sítio arqueológico na lista dos locais ancestrais em risco. Sendo assim, o acesso só será permitido com um guia oficial certificado, com grupos limitados a 16 pessoas e os ingressos estão disponíveis somente para dois horários: às 6 horas e às 17h30.

Foto: Shutterstock

Roma – A capital italiana é outra que se cercou de ações que ajudem ao menos controlar o intenso fluxo de visitantes que recebe. É o caso da implementação pelo governo de limitar o acesso a monumentos históricos, como a Fontana di Trevi – que recebe por dia 30 mil pessoas.

Foto: Pixabay

Santorini – Uma das mais belas e populares ilhas gregas é muito procurada por turistas de cruzeiros o que a deixa sobrecarregada. Em 2016, durante a alta temporada – entre maio a setembro – o destino recebeu por dia 10 mil cruzeiristas, número este que as autoridades locais querem diminuir para 8 mil a partir deste ano. A ideia não é evitar, mas conter a quantidade excessiva.

Foto: Divulgação

Ilhas Koh Khai – Apesar de ser conhecida como a Terra do Sorriso e ser um dos mais amáveis países com relação a receber os turistas, desde outubro de 2016 o governo da Tailândia fechou Koh Tachai, parte do Parque Nacional Similan. Como forma de preservação e para se regenerar do elevado grau de deterioração ambiental turistas estão banidos de Koh Khai Nok, Koh Khai Nui e Koh Khai Nai.

Foto: Pixabay

Galápagos – Um dos ícones do Equador, devido a proteção de sua biodiversidade é cuidadosamente monitorado para que não haja mais impacto na saúde ou vida selvagem das ilhas. Os turistas só podem acessar locais específicos e devem aderir algumas regras, incluindo o acompanhamento de um guia certificado.

Foto: Shutterstock

Cinque Terre – A Itália em peso nesta lista. Compreensível, já que se trata de um país muito visado turisticamente. Patrimônio Mundial da Unesco, a região também passou a limitar o número de visitantes a a 1,5 milhão por ano, um milhão a menos do que recebia até 2015. Muito por conta de questões ambientais. O destino também pretende introduzir cobrança aos turistas que querem conhecer a área costeira.

Foto: Pixabay

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Foto do destaque: Commons
*Texto criado pela jornalista para o portal Yahoo! e aproveitado aqui
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