Preciso confessar algo, eu tinha certos “preconceitos” com relação a América Latina. A paixão por viajar tenho desde pequena, mas era daquelas que queria ir o mais longe possível. Acabei demorando a descobrir os encantos dessa incrível região. Mas, já diz o ditado popular: antes tarde do que nunca. E tudo começou com o Deserto do Atacama, no Chile. Em breve conto sobre ele, por hora o destino é outro, mas igualmente fascinante: a cheia de vida e cor, Colômbia. A começar por sua vibrante capital, Bogotá!
Ao pensar no país logo me vinha em mente duas coisas: a cantora Shakira e o café, que sempre ouvimos dizer que era o melhor. De fato é! Minha noção com relação ao destino ganhou uma amplitude que eu se quer poderia imaginar. Que lugar lindo − e mágico!
Comece a explorar a Colômbia por sua dinâmica capital. Bogotá é uma grata surpresa e ponto de partida ideal para a cênica Cartagena das Índias e as praias de sonho de San Andrés. Essa metrópole vai merecer sua atenção, por isso lhe dedique ao menos 3 dias. Há muito que ver e fazer por lá. É o caso da gastronomia, um dos seus principais atrativos, diga-se de passagem. E eu que achei que não conseguiria comer nada por ser um tanto fresca… Pura bobagem come-se muito bem, obrigada.
Sendo assim, anote aí o que você precisa experimentar:
As famosas arepas, elas vão ter perseguir por todo canto. Sem brincadeira, qualquer esquina tem alguma barraquinha vendendo. E meu amigo, você vai querer provar. Além de tradicionais, esse tipo de pão feito de milho com diferentes recheios é bem gostoso. Ainda mais quando está quentinho. Hummm!
Em matéria de prato principal, por assim dizer, destaco o ajiaco, símbolo da capital, é uma sopa de milho com frango servida com abacate e arroz de coco. Bem como o tamal, arroz temperado com carne de frango e servido em uma folha de bananeira.
Se estiver com muita fome, encare a bandeja paisa, que está para o colombiano o que a feijoada está para nós brasileiros. E por falar no Brasil, não é só por aqui que encontramos um bom churrasco. O que foi algo que nem poderia imaginar, até então sabia apenas dos nossos hermanos argentinos que também mandavam bem no assunto. As carnes são macias, suculentas e muito bem temperadas. Em suma, uma delícia.
Para beber, prove a aguapanela, uma espécie de chá feito à base de açúcar caramelizado, ou refresque-se com um suco de lulo, uma frutinha azedinha cujo néctar se mostra um deleite ao paladar.
Há diferentes locais bons para se comer bem em Bogotá, mas se eu fosse destacar um, diria na lata: Andrés DC. Um lugar “muy loco”, mas no bom sentido. É esse espaço situado em uma galeria na calle 82 entre as carreras 12 e 13, no centro comercial El Retiro.
São quatro andares que remetem à obra Divina Comédia, de Dante Alighieri. Ao entrar você se encontrará no inferno, na sequência a Terra, o purgatório e então o céu. Com uma decoração kitsch bem alegre e colorida, seria caótico, não fosse o fato de ser tudo até que muito bem harmonioso.
E se não bastasse o lugar em si ser fantástico, as opções do longo cardápio também são. Por isso, quando em Bogotá não deixe de ir ao Andrés DC, é quase que como uma atração turística. Sério! 🙂
Atrativos turísticos
Familiarizado com a culinária típica é hora de conhecer os pontos turísticos, então nada mais justo que começar pelo principal cartão-postal de Bogotá, o Cerro Monserrate. O Cristo Redentor da capital colombiana. A analogia é válida, já que – de fato – se trata do principal ícone da cidade. Utilizado na fundação do destino, como referência geográfica para o traçado das ruas e avenidas, está a 3.152 metros acima do nível do mar.
O acesso até o cerro é via teleférico, funicular ou a pé. Este último caso recomendado apenas aos adeptos de uma boa caminha ou de muito espírito aventureiro, pois a subida é puxada. Sem contar que ainda é preciso levar em consideração a altitude, que pode gerar certo desconforto, como tonturas e enjoos. Por isso, na minha humilde opinião, opte por outra alternativa, até mesmo para garantir mais tempo aproveitando o lugar em si.
Que, além de um excelente mirante, é ponto de peregrinação, já que no topo fica o Santuario del Señor Caído de Monserrate, fundado em 1640. Para chegar até ele, é preciso seguir o caminho da Via Crucis: são 14 esculturas que representam a Paixão de Cristo. Ao lado da igreja há uma feirinha de artesanato com produtos típicos. Inclusive, quem quiser, pode aproveitar para experimentar o famoso chá de coca, que, de quebra, ameniza um pouco os efeitos da altitude.
Opte por ir num dia que não esteja nublado, e assim garantir um panorama mais bonito lá do alto. E de preferência, vá na parte da manhã, deixe a tarde para explorar (a pé mesmo) as calles do centro antigo e seus encantos históricos. Principalmente o bairro La Candelaria, onde estão os principais museus da cidade (que conta com 58), assim como a Plaza Bolívar, coração de Bogotá, que foi fundada em 1538 pelos espanhóis.
Nessa região você irá encontrar a Catedral Primada, construída e destruída várias vezes entre 1538 e 1823; o capitólio nacional, que reúne o congresso, a prefeitura (Alcadia Mayor) e a Casa del Florero, o Museu Histórico de 20 de julho (data da independência do país, em 1810) e uma estátua do libertador Simón Bolivar.
Subindo a Rua 11 siga rumo ao Centro Cultural Gabriel García Márquez, em um edifício de arquitetura bacanérrima assinada por Reglio Salmona. O local, que leva o nome de um mestre da literatura – ao qual devo admitir desde já que sou fã, e na matéria sobre Cartagena vão notar bem isso –, foi inaugurado com a proposta de concentrar todas as formas de cultura em um único prédio.
A entrada é gratuita, e uma vez lá dentro será inevitável não notar como cumpriram bem essa ideia. Tem biblioteca, espaço para exposições temporárias e uma livraria com mais de 70 mil títulos! Finalize a visita na cafeteria tomando um Juan Valdez, uma das marcas de café mais tradicionais e que, ao que me disseram, faz jus ao autêntico cafezinho colombiano.
Bem em frente, outra atração que vale a visita é o Museu Botero, que vai além das esculturas gordinhas do artista colombiano Fernando Botero. A coleção de arte, tida como uma das três melhores da América Latina, conta com obras de, Degas, Marc Chagall, Matisse, Miró, Monet, Picasso, Renoir e Salvador Dalí.
Na sequência, siga em direção ao Parque de Santander, pois na esquina da Carrera 6 com Calle 16 está situado o famoso Museu do Ouro, com a mais completa coleção mundial de artefatos produzidos pelas civilizações pré-hispânicas. O acervo, de 34 mil peças, está dividido em cinco ambientes e as estrelas do local são a Poporo femenino (escultura de ouro datada de 400 a. C) e a Balsa Muisca (símbolo da lenda de El Dorado).
Esticadinha básica
A 50 quilômetros de Bogotá, na compacta cidade de Zipaquirá, fica a Catedral do Sal, considerada a Primeira Maravilha Turística da Colômbia. Mesmo que não seja religioso, vá. A estrutura do lugar em si já vale a visita: está cavada a 180 metros de profundidade em uma mina de sal ainda ativa.
São 72 arcos de sustentação na entrada e mais de dois quilômetros de extensão. Pelo caminho, a peregrinação de Cristo é retratada em 14 estações da Via Sacra. Na capela principal, um dos destaques é a escultura inspirada na feita por Michelangelo na Capela Sistina, no Vaticano (Itália).
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