Prezados leitores, recentemente estive conhecendo de perto uma linda Maria Fumaça, o Trem do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, que integra três municípios vinhateiros muito importantes do Brasil: Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa.
Gosto muito de trens. Alguns deles podem ser um meio de transporte barulhento, lento, demorado e as vezes até poluente, mas os trens tem lá o seu charme turístico e se eles estiverem integrados a um roteiro encantador, em algumas das regiões vinícolas mais lindas do mundo, é impossível não gostar e se encantar.
A Maria Fumaça, também conhecida como Trem da Uva, é uma linha ferroviária com 23 quilômetros que atravessa o Vale dos Vinhedos, a mais importante e bonita região vinícola do Brasil, na Serra Gaúcha. Como quase todos os trens do mundo, o Trem do Vinho gaúcho registra em sua história muitos engates e desengates de vagões, de histórias e decisões políticas que complicaram sua vida.
A Maria Fumaça gaúcha serviu para o tráfego de trens regulares de 1919 até meados da década de 1970. Morreu e ressuscitou em 1978, mas fechou de novo. Em 1993, teve sua operação retomada parcialmente pela empresa Giordani Turismo com o objetivo de operar o passeio turístico de trem a vapor, com uma recuperada e charmosa Maria Fumaça de construção alemã de meados do século 20. Não sou especialista em trens, mas fui verificar de perto e ao que me parece ela está pronta para rodar pelo menos ainda mais 50 anos.
Estrela de filmes e atração na Serra Gaúcha
O passeio de Maria Fumaça é uma das grandes atrações da Serra Gaúcha. Atualmente, o roteiro oferece 23 quilômetros de belezas cênicas percorridos nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, em cerca de duas horas, com retorno de ônibus (ou vice-versa). Durante a alta temporada são vários roteiros por dia, inclusive um noturno. Mas, além das belas paisagens que se vê pela janela, a satisfação também vem da experiência do turista nas estações e vagões. No roteiro que fiz no outono de 2016 (R$ 98 por pessoa), o trem puxava seis vagões com 42 a 52 lugares, quase todos lotados por centenas de pessoas que começam a se divertir na plataforma.
Se você quiser, pode participar mais ativamente do ambiente, se vestir e fazer uma foto à moda antiga com seu parceiro(a) ou amigos. Eu não resisti e registrei o momento em que, na minha imaginação, chegava a Garibaldi como um imigrante italiano, aí pelos anos 1920.
Durante o passeio, adultos e crianças são atendidos por uma guia (qualificada) que conta histórias e fornece informações turísticas muito bem-vindas, seguida por apresentações divertidas que podem incluir grupos tocando tarantelas (músicas italianas muito alegres), canções italianas de amor e saudades, músicas gauchescas e pequenos esquetes teatrais contando histórias da vida dos imigrantes.
No meio do caminho, em Garibaldi, há uma recepção com grupos musicais na estação e degustação de espumantes e sucos de uva. E, no destino final, Carlos Barbosa, também acontecem apresentações de música italiana.
Serviço
Onde ficar: Casacurta Hotel
Endereço: Rua Luís Rogerio Casacurta, 510 – Centro – Garibaldi – RS
Informações: giordaniturismo.com.br | turismogaribaldi.com.br
Fotos: Rogério Ruschel e divulgação