A República do Uzbequistão tem pouco mais de 30 milhões de habitantes e é composta de 12 províncias, uma república autônoma e a capital Tashkent. O país também faz fronteira com o Afeganistão, Cazaquistão, Quirguistão, Turcomenistão e Tajiquistão.
TRAVELPEDIA visitou o Uzbequistão no final de novembro e o frio já chegava com força. Foram 12 dias no país das cúpulas e minaretes azuis. Conhecemos as cidades de Tashkent, Samarcanda, Bukhara, Khiva e o Vale de Fergana. No último dia da viagem os termômetros marcavam temperaturas de menos 18 graus e havia bastante neve. Dizem por lá que no auge do inverno a temperatura chega a impensáveis 35 graus negativos.
O Uzbequistão é o centro da mítica Rota da Seda, a ligação entre o Oriente e o Ocidente e maior rede comercial do mundo antigo. Assim, esse misterioso e desértico país da Ásia Central tem muita história para contar, bem como mausoléus, madraças e mesquitas de cúpulas azuis para visitar. Entretanto, sua riqueza cultural e a hospitalidade do seu povo foram reveladas ao mundo apenas em 1991, após o fim da União Soviética. Sorte dos turistas!
No Brasil, quem já ouviu falar do Uzbequistão talvez seja porque foi lá que o pentacampeão mundial Rivaldo jogou no final da sua carreira. O treinador Felipão também trabalhou por lá. Embora ainda haja muita gente que imagina que o país seja um lugar perigoso e violento. Decerto por ter como vizinho o Afeganistão. Sem dúvido tarata-se de puro desconhecimento. Aliás o destino é bem tranquilo e transmite essa sensação aos visitantes.
País pobre, mas rico em história
Os uzbecos são pessoas simples e gentis, bem como andam sempre sorrindo. Durante o período em que estivemos no país, muitas vezes fomos abordados para tirar fotografias e para selfies. Sobretudo por casais de noivos no dia do casamento, que aos montes seguem uma tradição de saírem juntos com padrinhos e amigos caminhando pelas principais ruas e praças das cidades. Após as fotos, agradecem com um largo sorriso e com a mão sobre o coração em uma reverência típica local.
O personagem principal da história do Uzbequistão é o venerado Amir Timur, o Tamerlão (que significa coxo), um poderoso e temido líder islâmico do século 14. Ainda jovem ele sofreu um acidente de cavalo que o deixou manco, daí o apelido. Descendente de Genghis Khan, foi o fundador do segundo império mongol. Conquistador, dominou do Turquistão até a Índia, além de invadir a Rússia.
Rota da Seda – 12 mil quilômetros entre a China e a Europa
A icônica Rota da Seda tinha 12 mil quilômetros e ligava a China (Oriente) à Europa (Ocidente). Portanto, ao longo dessa extensa malha estão os monumentos mais importantes do Uzbequistão, cuja arquitetura representa a arte islâmica que se desenvolveu durante os séculos 10 e 16. Enfim, foram muitas as influências, que ainda hoje podem ser observadas sobreturo nas construções, bem como vestígios de Marco Polo, das invasões mongóis e da expansão islâmica.
Sua história mais distante remonta ao século 6 a.C., quando povos nômades fundaram as cidades de Samarcanda, Bukhara e Khiva. Fez parte do Canato Túrquico e, posteriormente, dos Impérios Timúridos. No início do século 16, foi conquistada por nômades turcomanos. Já no decorrer do século 19 seu território foi gradualmente incorporado pelo Império Russo, até que em 1924, tornou-se uma república constituinte da União Soviética, a República Socialista Soviética Uzbeque. Durante quase 70 anos toda essa região foi dominada pela União soviética. A independência foi conquistada em 31 de agosto de 1991, após o desmoronamento da URSS.
Oficialmente o Uzbequistão é uma república democrática e laica e a maioria da população é muçulmana. Apesar do islamismo ser predominante com 88% (sunitas), não há fanatismo religioso no país. Há, ainda, adeptos do cristianismo 1% (ortodoxos russos) e outras (11%). Nas maiores cidades é bastante comum as igrejas católicas, evangélicas e sinagogas.
A economia local depende principalmente da produção do algodão, tanto que é o segundo maior exportador do mundo. O gás natural também é outra importante fonte de divisas. Porém, o governo exerce controle rígido sobre a economia. Grandes marcas internacionais não estão presentes no país. Entre as gigantes globais que estão por lá apenas a General Motors e a Samsung são visíveis.
Brasileiros não precisam de visto para visitar o país
Aeroporto Internacional de Tashkent (Foto: Giorgio Montersino/Wikimedia Commons)
Até o início de 2019 era bem difícil para brasileiros conseguirem o visto de turismo para o Uzbequistão. Era demorado e burocrático. Até porque o país não tem representação diplomática no Brasil. Após todos os tramites burocráticos que levavam mais de um mês, ainda era necessário pagar uma taxa de US$ 60 no Aeroporto Internacional de Tashkent, além de levar pelo menos duas fotos 3×4 recentes e em bom estado.
Depois de ter o visto impresso no passaporte, o visitante tinha que se dirigir ao setor de imigração, onde eram feitas uma série de perguntas que mais pareciam um interrogatório. Até a quantidade exata de dinheiro na carteira e os medicamentos de uso pessoal tinham que ser declarados em um formulário em duas cópias. Todo o processo demorava até duas horas.
Mas, felizmente, tudo isso mudou! No dia 1° de fevereiro de 2019, a República do Uzbequistão liberou a entrada sem visto de cidadãos de mais de 60 países, inclusive brasileiros, que querem viajar ao país a turismo por até 30 dias. Agora, basta apenas apresentar passaporte válido no momento da entrada. Também não é mais preciso preencher nada pela internet, nem formulários e nem pagar taxas no aeroporto. Em questão de poucos minutos o turista é liberado para retirar suas malas e deixar o aeroporto. A ação do governo uzbeco é parte de um grande programa de modernização e promoção do turismo no país. Maiores detalhes podem ser obtidos no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Uzbequistão.
Tashkent – Capital com mais de 2 mil anos de história
A cidade de Tashkent é a capital do país e tem 3 milhões de habitantes. É o principal centro econômico da Ásia Central, bem como é a mais moderna do país. Além de possui uma eficiente rede de transporte público com metrô, bondes, trólebus e ônibus ela impressiona pela beleza e limpeza.
Sua história e esplendor têm mais de 2 mil anos. Destaque para o comércio da seda e do cetim entre Oriente e Ocidente. Esteve sob influência persa, árabe, turca e soviética. Edifícios do período da Rússia Czarista estão por toda parte.
Atualmente, oferece muita cultura e diversas atrações que impressionam. Entre elas a Grande Mesquita de Sexta-feira e a Mesquita Telia Cheikh, ambas construídas no século 19; a Madraça Barak Khan, do século 16; e o Mausoléu de Abu Bakhr Kaffal. Há também alguns museus que valem a pena conhecer. Casos do Museu de Belas Artes e o Museu Amir Timur.
Praça da Independência – A antiga Praça de Lênin é um dos lugares emblemáticos da maior cidade do país. Rodeada por edifícios oficiais como o Parlamento, Senado e os Ministérios, tem belas fontes, a Praça da Ópera e Ballet, Praça de Amir Timur e o Monumento ao Terremoto. Esse último por causa do terremoto ocorrido em 26 de abril de 1966 que destruiu praticamente todo o centro e o metrô da cidade.
Outro destaque é o Memorial às Vítimas da Segunda Guerra Mundial, onde mais de 500 mil soldados uzbeques morreram em combate. Na parte antiga de Tashkent estão monumentos e locais como Hasti Imam, biblioteca, Corão de Usmão, bazar Chorsu e as madraças Kukeldash, Barak Kan e Kafal Shohi. Para quem não sabe, madraças eram escolas muçulmanas ou uma casa de estudos islâmicos e do alcorão.
Khiva – A joia do deserto cercada por muralhas
Após conhecer Tashkent nada melhor que descobrir os tesouros guardados no deserto do Uzbequistão. O destino seguinte foi Khiva, cidade distante cerca de 960 quilômetros da capital. O voo de 1h40 da Uzbekistan Airways leva até Urgench, o destino mais próximo. Depois, mais 20 minutos de carro até Khiva, que cercada por muralhas com mais de 2,5 mil anos. A cidade foi parada importante da Rota da Seda.
Khiva guarda obras de arte islâmicas dos séculos 12 a 14 e, até o século 18, foi um grande mercado de escravos. Chama a atenção o estado de preservação do palácio onde o sultão vivia com suas quatro esposas e 40 concubinas.
Ichan-Kala – Complexo arquitetônico dos séculos 12 a 19 -, era a chamada cidadela interior e importante centro comercial na época da Rota da Seda. Desde 1990 é considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco por ser um exemplo bem conservado da arquitetura muçulmana na Ásia Central. Lá estão preciosidades como a Kalta Minor, o Castillo Kunya Ark, a Madraça Mohammed Rahim Khan, Minarete e Madraça Islom Khodja, o harém Tash Hovli (século 19), o Mausoléu de Pahlavan Mahmud (séculos 14 a 18) e a bela Mesquita Juma (século 10), que tem colunas e teto de madeira.
Para quem quiser ficar hospedado dentro da área muralhada existe uma única opção, o Orient Star Khiva, uma antiga madraça que foi transformada em hotel.
Fortalezas – No dia seguinte parti para o deserto acompanhado por um guia que falava espanhol. Visitamos as fortalezas Ayaz Kala e Tuprak Kala. O almoço foi especial. Comemos em uma yurta, que é uma legítima casa nômade.
A partir de Khiva, muitos turistas seguem até o Turcomenistão, pais de regime fechado e bastante complicado para entrar. Eu tinha intensão de visitar, porém não me concederam o visto de entrada. Acredito que foi por eu ser jornalista. Azar o deles que não terão divulgação no Brasil. Assim, aproveitei para curtir ainda mais o Uzbequistão.
Vele de Fergana – Cerâmica, seda e gastronomia
Após dois dias em Khiva voei de volta a Tarshkent. No dia seguinte logo cedo parti para Kokand, no Vale de Fergana. Distante cerca de 350 quilômetros, viajei de trem na companhia de um outro guia, Ruslan Rasulov, que além de conhecer muito a história do país também é o autor do livro La cocina de Uzbekistán sobre a gastronomia uzbeca.
Kokand – A cidade existe desde o século 10, quando era ponto de parada na rota das caravanas entre a Índia e a China. No século 13, foi destruída pelos mongóis. A cidade atual foi fundada em 1732, como uma fortaleza construída no mesmo local de outra mais antiga. O destino cresceu e se desenvolveu por causa da Rota da Seda. Tanto que chegou a ser o principal centro religioso do Vale de Fergana. Houve uma época em que tinha mais de 300 mesquitas.
Ao longo da sua história, a cidade teve 29 soberanos, que eram chamados de khans ou cãs. O mais notável deles foi Khudoyar, o último a governar (1845 a 1876), antes da anexação pelo Império Russo. Muitas mesquitas e madraças foram construídas durante o seu reinado.
Palácio de Khudoyar – Construído entre 1860 e 1872, está entre as principais atrações turísticas da cidade. Imponente, tinha sete pátios e 113 quartos em uma área de quatro hectares no centro da cidade. Infelizmente, apenas dois pátios e 19 quartos restaram intactos após o bombardeio das tropas russas. Atualmente um museu funciona no palácio.
Mesquita Juma – Funciona apenas para visitação com um museu no local.
Dakhman-Shakhon – O cemitério chamado “Sepultura dos Reis” abriga o mausoléu da família dos khans de Kokand.
Madraça Norbutabek – Construída em 1799, é a maior escola religiosa local. Ela foi fechada pelos bolcheviques e reaberta após a independência do país.
Outros destaques: Mausoléu do Khan Madari (1825), Mesquita de Djami (1809 a 1812), Mesquita Gishtlik (1913), Madraça Kamol-Kazy (século 14), Mesquita Mulkabad (1913) e Madraça Miyen-Hazrat (século 18).
Rishtan – Cidade distante cerca de 100 quilômetros de Kokand tem um povoado muito famoso pela produção de cerâmica. No final da tarde, após conhecer todas as etapas da fabricação, jantei na casa de um ceramista. Experiência ímpar! Foi uma refeição especial com direito a aperitivo com vodka uzbeca e saborosas empanadas. Após o jantar, o pernoite foi em um hotel em Fergana, a 50 quilômetros.
Marguilan – Logo pela manhã, saímos para o destino onde ainda se produz seda seguindo os mesmos métodos de antigamente. Impressionante ver os pequenos casulos brancos serem lentamente transformados em finíssimos fios.
Durante um mês os casulos são criados nas amoreiras, antes de serem mergulhados em água quente. Após tratamento com corantes, os fios são recolhidos em um tear manual, de madeira.
Todo o trabalho é manual. As artesãs recebem os novelos e gastam até seis meses para fazer um tapete ou algumas semanas para um lenço. Senti pena daquelas mulheres trabalhando em salas quentes, abafadas e com pouca luz. Mas pareciam felizes fazendo o que aprenderam com suas mães e avós.
Almoço com clássicos da gastronomia uzbeca
Na pequena cidade de Marguilan também tive a oportunidade de conhecer um local onde são produzidos pães e empanadas em fornos de barro. Tudo artesanal e sem equipamentos modernos. Após esperar alguns minutos não resiste e provei ambos os produtos. Deliciosos! E são baratíssimos.
O almoço foi em uma casa na cidade de Quva, na zona rural. Ajudei a preparar o famoso arroz Plov, um dos principais pratos típicos do Uzbequistão. Em um forno à lenha e em uma panela de ferro, o cozinheiro Jahbar foi colocando os ingredientes – banha animal, cenouras, carne de carneiro (parte traseira) e arroz – e misturando lentamente. O resultado pode ser definido como divino! Para a sobremesa, grande e saborosas romãs. O dono da casa, o senhor Nosir, recebe pequenos grupos de visitantes para almoços.
Curiosidade sobre o Arroz Plov
Durante o almoço o anfitrião contou que Amir Timur incluiu o arroz Plov no menu de suas tropas. Ele tomou essa decisão após solicitar a um sábio uma receita que conseguisse satisfazer o seu grande exército. Porém a refeição não poderia sobrecarrega-los, fazendo com que pudessem caminhar mais e durante mais tempo. O objetivo era assim conseguir atacar os inimigos de surpresa.
Após pensar, o sábio deu-lhe a seguinte resposta: “Você tem que tomar com uma grande panela de ferro fundido. Deve ser tão velho que os alimentos gordurosos escorram para fora. Nesta panela deverá colocar carne de carneiros novos, mas também não muito jovens, selecionar o arroz ‘inchado de orgulho’, que será comido pelos bravos guerreiros juntamente com cenoura, cebola picante que picará como se fosse uma espada de emir venerável. Tudo isso deve ser cozido em fogo até que o aroma do prato consiga chegar a Allah, e o cozinheiro nunca cairá de exaustão, porque ele vai provar este alimento divino.”
Bukhara – Oásis de cultura e história
Outro destino importante no Uzbequistão. Bukhara, juntamente com Samarcanda, é um centro da cultura e história tadjique-persa. Com mais de 2,5 mil anos de história, foi uma das principais paradas das caravanas da Rota da Seda.
O seu centro foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1993. E entre os atrativos históricos está o complexo arquitetônico Lyabi Hauz (séculos 14 a 17), um conjunto de madraças construídas ao redor da maior lagoa da cidade.
Minarete Kalon – Erguido em 1127, representa a história de Bukhara dos séculos 11 e 12. Diz a lenda que, no século 13, Gengis Khan ao chegar em frente ao minarete estava decidido a colocá-lo abaixo. Nesse momento o seu chapéu caiu e ele teve que se curvar para apanhá-lo. Ele entendeu que essa reverência foi um sinal de que deveria mantê-lo em pé. Mais tarde, serviu para o lançamento de inimigos e criminosos à morte. Também foi torre de vigia e de orientação às caravanas que viajavam na Rota da Seda. Seus 105 degraus estão fechados aos visitantes.
O minarete está cercado pela belíssima Madraça Miri Arab (1530) e pela Mesquita Kalon (século 12), uma das maiores da Ásia Central.
Cidadela Ark – Estrutura mais antiga da cidade (século 4 a.C.) com 2,4 mil anos. Ela foi residência dos emires de Bukhara, tendo sido ocupada desde o século 5 até o ano 1920, quando foi bombardeada pelos russos.
Mausoléu e o Manancial Chashmai Ayub – Do século 14, também é conhecido como “A Fonte de Job”. Trata-se de um lugar sagrado que se acredita ter sido visitado pelo profeta Job. Por isso, dizem que suas águas são puras e contam com propriedades curativas.
Mausoléu dos Samanidas – Dos séculos 9 e 10, foi construído usando uma técnica seguindo princípios proporcionais de geometria.
Três Mercados – Complexo de cúpulas do século 16 conhecido como Primeira, Segunda e Terceira, que se uniam a um grande número de galerias para o comércio e oficinas de artesãos. Vale também uma visita a Mesquita Bolo-Hauz do princípio do século 20.
Samarcanda – A “Cidade Turquesa”
Último destino da viagem ao Uzbequistão. Passei dois dias em Samarcanda, conhecida como a “Cidade Turquesa”. Há muitos atrativos e depende de quantos dias dispõe. Entre os locais de interesse histórico estão os seguintes:
Mausoléu de Emir Timur – Esse bonito complexo arquitetônico dos séculos 14 e 15 tem cúpula de cor azul-celeste, onde estão as tumbas de Amir Timur, dos seus filhos Shahrukh e Mirão Shah e do neto, o famoso astrônomo Ulugbek. Na sala principal da cripta estão as tumbas de mármore e ônix, além da própria tumba de Timur em nefrite.
Mesquita Bibi-Khonum – Recebeu o nome da terceira esposa de Amir Timur e foi uma das maiores mesquitas islâmicas do mundo. Com o passar dos anos foi se deteriorando até que, em 1897, desabou durante um terremoto. Tinha espaço para 12 mil pessoas.
Praça Registan – Reúne as majestosas madraças Ulugbek, Tillya-Kori e Sher-Dor. A praça foi o centro da vida pública na idade média. Foi restaurada em 1920.
Fábrica de papel – No segundo dia visitei pela manhã uma antiga fábrica de papel, onde o trabalho é feito à mão com a ajuda de um moinho de água. A cidade foi a primeira do Oriente Médio a dominar a técnica. Mais tarde, devido à cultura árabe e o mundo islâmico, a tecnologia de fabricação se espalhou pelo mundo.
Cemitério Shakhi-Zinda – Na parte da tarde visitei esse complexo de 11 mausoléus e monumentos funerários dos séculos 9 a 15. O nome significa “Tumba dos Reis Vivos” e é composto por um conjunto de panteões e a tumba de Usam Ib Abbas, sobrinho do profeta Maomé. É um dos edifícios mais antigos da cidade e importante lugar de peregrinação.
Vale também visitas ao Observatório Ulughbek (século 15), o Museu da cidade antiga de Afrosiya e o Bazar Siab.
Serviço
IDIOMA
Uzbeque é a língua oficial e falada por cerca de 85% da população. O russo também é muito utilizado. Uma parte menor da população fala tajique.
FUSO HORÁRIO
Mais 8 horas em relação ao horário de Brasília.
CLIMA
A diferença das temperaturas, conforme as épocas do ano, é significativa. No inverno a temperatura pode chegar até incríveis -35ºC. No verão, a média é maior de 32ºC, em julho, mas podendo chegar a bem mais de 40ºC. A quantidade de chuva é pequena. A melhor época para visitar o Uzbequistão são os meses de maio e setembro.
VISTO
É necessário para brasileiros. Informações aqui .
MOEDA
SOM (UZS) – Uma das moedas mais desvalorizadas do planeta. Casas de câmbio oficiais, hotéis e agências de turismo praticam taxas não vantajosas. No mercado paralelo – guias de turismo, pequenos hotéis e lojas – a troca de dólares por UZS é bem mais vantajosa. Troque dinheiro aos poucos para não ter que carregar um grande volume de notas. Por exemplo, US$ 20 equivalem a mais ou menos 120 notas de mil UZS. São raros os terminais bancários de autoatendimento. Cartões de crédito e débito não são aceitos na grande maioria dos locais.
COMO CHEGAR
A Turkish Airlines é o jeito mais fácil de chegar ao Uzbequistão. A companhia tem voos diários partindo de São Paulo com destino a Istambul, onde faz-se conexão para Tashkent em voos de aproximadamente 4h30.
Há outras opções a partir de vários destinos da Europa e também de Dubai, atendidos pela Uzbekistan Airways, a companhia aérea estatal. A partir de Londres, por exemplo, são sete horas de voo. A aérea uzbeca tem voos regulares entre 40 cidades – principalmente na Europa e Ásia. Tem na frota de aeronaves novas e antigas, entre Boeing (757 e 767), Airbus A320 e Ilyushin-114-100 (turbo hélices de fabricação russa) e até o novíssimo Boeing 787 Dreamliner.
TRANSPORTE
O país é grande e os deslocamentos devem ser feitos preferencialmente por via aérea ou ferroviárias em confortáveis trens de alta velocidade Afrosiab. Não há locadoras de automóveis no Uzbequistão.
DICAS
Dinheiro – Dólares têm a preferência para o câmbio de moeda. Leve notas em bom estado porque as com rasuras ou em mal estado de conservação não são aceitas.
Táxi – Não entre em um táxi sem antes combinar o preço da viagem. Os veículos não possuem taxímetro e o motorista pode cobrar o que quiser. E sempre leve escrito os endereços de onde pretende ir, única forma de fazer com que o motorista entenda qual é o destino. As corridas de táxi são muito baratas. Normalmente não ultrapassam US$ 3.
Carros particulares também transportam passageiros como um Uber compartilhado (foto acima). Mas nem pense em aplicativos, basta parar na rua e fazer sinal. Se o seu destino estiver na rota do motorista basta combinar o preço e entrar. Pode ser que outras pessoas já estejam no veículo.
Fotografias – É proibido fotografar policiais e nem o interior das estações do metrô, ferrovias e aeroportos. Você pode ser obrigado a apagar as fotos na hora. Se insistir poderá ter o equipamento confiscado.
O QUE COMER
Comer no Uzbequistão também não custa caro. Uma refeição completa dificilmente ultrapassará os US$ 15, inclusive tomando vinho nacional – que não é nenhuma maravilha. Em restaurantes que servem o tradicional PF (prato-feito), em sistema self-service, o preço médio será de US$ 5 e inclui sopa, salada, arroz e carne.
ONDE FICAR
Tashkent
Hyatt Regency – único 5 estrelas – Navoi Street, 1A
Wyndhan Tashkent – Amir Temur Street
Shodlik Palace – 5 Pakhtakorskaya
Lotte City Hotel Tashkent Palace – 56 Buyuk Turon ko’chasi
Khiva
Asia Khiva – Yaqubova Street
Orient Star Khiva – 1 Pakhlavan Makhmud
Bukhara
Heritage Hotel – 95 M. Anbar Street
Asia Bukhara – Mekhtar Ambar
Devon Begi – Mekhtar Anbar Street
Samarcanda
Registan Plaza – 53 Shohruh Mirzo ko’chasi
Grand Samarkand Superior – 31, Yalangtush Bakhodir Street
PACOTES TURÍSTICOS
Keep Company
RECEPTIVO NO UZBEQUISTÃO
Dolores Travel Service – tel. +998(71) 120-88-83