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Veneza para curtir o carnaval ou apenas para celebrar o amor

O carnaval do Brasil está chegando. E todo mundo sabe que é o maior e mais quente do mundo. Mas, sempre é bom lembrar, o carnaval de Veneza, na Itália, um dos mais antigos e tradicionais por causa das belas máscaras.

Charmosa e extremamente sedutora, a cidade italiana das gôndolas é destino para ser curtido em qualquer época do ano. Seja para aproveitar o carnaval, celebrar o amor entre casais apaixonados ou para aproveitar o rico acervo arquitetônico às margens dos canais. Para se divertir em família ou se emocionar sozinho a cada nova descoberta. São muitas as obras-primas da arquitetura, igrejas cobertas com ouro, mosaicos e afrescos de valor inestimável.

Praça de São Marcos

Verdadeira joia do cenário turístico da Itália, a Praça de São Marco (Piazza di San Marco) é o coração do lugar. Basta olhar em volta para visualizar as obras de valor inestimável. A torre do sino da Basílica e suas cinco entradas de mármore e preciosos mosaicos; o Palazzo Ducale, símbolo da República Sereníssima, nome pelo qual ficou conhecida porque foi a única cidade italiana que não teve batalhas sangrentas ou pilhagens; a Torre do Relógio, a obra-prima de engenharia que marca o tempo no destino por séculos; e a Ala Napoleônica, que abriga os museus Correr e o Arqueológico de Veneza, além da Biblioteca Marciana e suas salas monumentais.

A Praça de São Marco (Piazza di San Marco) é, sem dúvida, uma das mais bonitas de Veneza e da Itália. Ela é formada por construções históricas como a Basílica de São Marco, o Palazzo Ducale, a Torre do Relógio (dell”Orologio) construída no século 14 e o Campanário (Campanille di San Marco), a torre de 99 metros construída no século 9 que guarda os sinos da basílica.

É um lugar para parar e sonhar acordado – de preferência sentado tranquilamente em um dos diversos restaurantes e cafés com vista para a praça histórica e tomando um legítimo expresso italiano. Entre as opções está o Caffé Florian, o mais antigo café italiano – inaugurado em 1720. Charmoso e elegante, impressiona pela beleza, obras de arte e espelhos. Suas mesas já foram ocupadas por personalidades como Giacomo Casanova, Lord Byron, Alexandre Dumas e Ernest Hemingway entre muitos outros.

Mas prepare-se para dividir o espaço com a multidão que visita a praça diariamente – cerca de 50 mil turistas de todas as partes do planeta.

Basílica de São Marco

Construída no ano 828 para guardar os restos mortais de São Marcos. Tem cinco lindas cúpulas que misturam estilos bizantino, românico e renascentista. Possui um coro elevado acima de uma cripta e colunas decoradas com relevos do século 11. O retábulo é a famosa Pala d´Oro – um trabalho em metal bizantino de 1105. Os dois púlpitos de mármore da nave são ornamentados com estatuetas dos irmãos Massegne.

Chama a atenção os objetos utilizados na decoração e que eram trazidos de várias partes do mundo pelos navios que retornavam à cidade. Destaque para os cavalos de bronze trazidos do hipódromo de Constantinopla (atual Istambul). O interior é revestido do piso ao teto por mais de 8 mil metros quadrados de mosaicos recobertos de camadas de ouro 24 quilates. O piso do século 12 é uma mistura de mosaico e mármore em padrões geométricos.

Passeios de gôndolas

Primeira providência em Veneza é pegar no hotel um bom mapa da cidade. Achar um endereço por lá é missão das mais difíceis. Os pequenos canais, pontes e ruelas formam um verdadeiro labirinto. Não vou dizer para ter cuidado para não se perder porque você irá se perder com certeza. Mas aí é que está o charme do lugar. A cada momento descobrirá algo novo e surpreendente antes de chegar ao destino procurado. Acaba sendo divertido. Tenha sempre como referência a Praça de São Marco.

Não deixe de fazer um tour nas famosas gôndolas, símbolos da cidade. Não é barato – cerca de 80 euros – mas vale muito à pena. Se estiver com mais pessoas o preço individual cai, pois elas transportam até seis passageiros. Casais apaixonados nem olham o preço. É puro romantismo.

São seis roteiros com duração entre 30 e 45 minutos. Alguns gondoleiros (gondolieris) cantam durante o trajeto, mas todos gritam para evitar colisões nas curvas cegas.

Pontes e canais

Nas 118 ilhotas banhadas por mais de 150 pequenos canais cortados por mais de 400 pontes. Seus antigos e encantadores prédio afundam, lentamente, nas águas da lagoa. A principal “avenida” da cidade é o Grande Canal, que tem 4 quilômetros de extensão e largura de 30 a 70 metros. Ele começa em Punta della Dogana e é cortado por quatro pontes: Accademia, Rialto, Scalzi e Constituição.

Entre as pontes que cruzam os canais do destino, duas delas recebem maiores atenções dos turistas: a di Rialto e a dos Suspiros.

Ponte di Rialto – É um dos pontos mais tradicionais e também a mais antiga. Ela cruza o Grande Canal e foi a primeira construída com pedras no século 16. Casais apaixonados costumam colocar cadeados com seus nomes na ponte e jogam as chaves na água. No seu entorno funciona um pequeno centro de compras com diversas lojas e barracas. Nas imediações está, também, o principal mercado local, uma boa opção para quem quiser comprar queijos, embutidos, verduras e frutas frescas.

Ponte dos Suspiros – Ela liga o Palazzo Ducale ao prédio onde no passado funcionou uma antiga prisão. Uma lenda local conta que o nome da ponte é em referência aos prisioneiros que ao a atravessarem suspiravam ao verem a cidade pela última vez antes de seguirem ao cárcere.

Museu a céu aberto

Palácios, igrejas e outros antigos edifícios históricos formam, naturalmente, um verdadeiro museu a céu aberto em Veneza. E são muitos. Quem aprecia artes não vai se decepcionar na cidade que está repleta de museus.

Palazzo Ducale – O elegante edifício na Praça de São Marco foi a casa dos governantes locais, os poderosos doges da República Veneziana, entre os anos de 697 a 1797. A construção gótica com delicadas colunas e fachada com mosaicos em rosa e branco tem cômodos decorados com ouro e pinturas. Tem até uma sala de torturas. O maior dos aposentos é o Maggior Consiglio, onde está o imenso quadro Paradiso (inspirado no Paraíso de Dante) de Tintoretto. No andar de cima fica o sótão-prisão onde Casanova foi confinado em 1756 – e fugiu.

Galleria dell’Academia – Localizada junto à igreja de Santa Maria della Carità Farto e do mosteiro de Canonici Lateranensi, possui um vasto e interessante acervo de artistas de Veneza e do Vêneto, do século 14 ao 18. Entre os destaques estão obras de Tintoretto, Ticiano, Tiepolo, Veronese e Canaletto, entre outros.

Coleção Peggy Guggenheim – Inaugurado em 1951, no Palazzo Venier dei Leoni, um imponente edifício do século 18, reúne em seu acervo importante coleção de arte do século 20, incluindo obras de Miró, Pollock, Dalí e Magritte.

Ca’ d’Oro – Palácio do século 15, está no distrito de Cannaregio e voltado para o Grande Canal. Guarda a coleção de arte de Giorgio Franchetti que inclui peças em bronze, esculturas, pinturas e tapetes. No seu pátio interior a atração é o poço renascentista em brocatello – mármore italiano.

Punta della Dogana – A antiga casa da alfândega atualmente é uma importante área de exposição de arte contemporânea com uma exposição permanente da coleção da Fundação François Pinault. Aproveite para conhecer a igreja Santa Maria della Salute nas proximidades. Erguida no século 17, abriga obras de Tintoretto e Ticiano.

Teatro La Fenice – Principal teatro lírico de Veneza, foi destruído várias vezes e reconstruído. A última grande tragédia aconteceu na década de 1990, quando foi completamente consumido por um incêndio. Após oito anos de obras que custaram 90 milhões de euros, foi reinaugurado em dezembro de 2003 com um concerto dirigido por Riccardo Muti.

Igreja de San Giorgio Maggiore – Projetada pelo famoso arquiteto italiano Andrea Palladio, foi concluída em 1610. Seu design clássico renascentista tem fachada de mármore e altas colunas simétricas. Está localizada em uma ilha em frente à Praça de São Marco. Para chegar até lá basta pegar um vaporetto, barco que funciona como ônibus no transporte coletivo local.

Murano e os vidros coloridos

Veneza está rodeada pelas ilhas Burano, vilarejo de pescadores com casinhas coloridas e famosa pela produção de rendas; Murano, pelas fábricas de vidros; Pellestrina, caracterizado por dunas e palhetas; e Torcello, uma das comunidades mais antigas na área.

As famosas peças produzidas em vidros coloridos fez de Murano a mais procurada pelos turistas. Distante apenas 2 quilômetros e acessível por vaporetto, tem lojas especializadas, fábricas e um museu dedicado ao vidro, o Museo dell’Arte Vetraria. Desde o século 13, os cristais são feitos com técnicas passadas de geração em geração, onde o material é moldado em altíssima temperatura apenas com o sopro e movimentos manuais.

O Carnaval em Veneza

Documentos antigos dão conta que a folia veneziana tenha começado em 1094, pouco mais de 400 anos antes de o Brasil ter sido descoberto. Porém, durante muitos anos, a prática foi proibida e quem se atrevia a sair mascarado às ruas acabava na prisão.

A tradição ganhou força a partir do século 16, quando a nobreza se disfarçava e usava máscaras para sair às ruas e misturar-se com o povo. As máscaras eram confeccionadas artesanalmente com papel machê sobre moldes de rostos feitos de argila.

A folia veneziana também tem origens religiosas e acontece sempre no final de fevereiro e começo de março. Tal como no Brasil, a festa se espalha pelas ruas e com atrações musicais, além de locais privados com ingressos caríssimos.

Lojinhas e banquinhas vendem máscaras e fantasias de carnaval. Para comprar ou apenas conhecer como são produzidas as máscaras, o lugar mais conhecido é a loja Ca ‘Macana, em Dorsoduro. Saíram de lá as utilizadas por Stanley Kubrick no filme “De Olhos Bem Fechados”, bem como outras, exclusivas, para apresentações no Wiener Staatsoper, o teatro de ópera mais importante de Viena. É possível participar de oficinas de pinturas de máscaras mediante agendamento prévio.

Serviço

Localização – A cidade está na região do Vêneto, no Nordeste da Itália, tem 412 km² – incluindo as ilhas de Murano, Burano e Torcello. Formada por ilhas na Laguna di Venezia, está ligada ao Mar Adriático por três aberturas: Lido, Malamocco e Chioggia. Uma parte da cidade está em terra firme, na localidade chamada Mestre. Está a 530 km de Roma.

Idioma – Italiano

Moeda – Euro (€)

Visto – Não é necessário para cidadãos brasileiros.

Fuso Horário – +4h em relação ao horário de Brasília.

Saúde – A Itália não exige nenhum tipo de vacina

Clima – As melhores épocas para viajar são durante a primavera (março a junho) e o outono (setembro a novembro), quando as temperaturas são amenas. Normalmente nos meses de novembro e dezembro a cidade sofre com os alagamentos – chamados acqua alta. Mas não se preocupe porque a cidade está preparada e o volume de água não ultrapassa a altura do joelho.

Como Chegar – A Alitalia oferece voos diários e diretos para Roma a partir de São Paulo e Rio de Janeiro (cinco frequências semanais). Se estiver em Roma, Milão ou Florença a melhor opção é o trem. A partir das principais capitais europeias é melhor pegar um voo de conexão.

Onde Ficar – Hospedagem em Veneza de maneira geral custa caro. Há, claro, opções mais econômicas em pensões simples, porém, é necessário levar em conta a distância dos principais pontos de interesse e como chegar até eles. Os melhores estabelecimentos estão em antigos palácios totalmente restaurados e adaptados com as conveniências modernas.

Onde Comer – Veneza oferece opções para todos os bolsos. Você encontra sem muito esforço bons locais para uma pizza al taglio – pedaços de pizzas espessas e quadradas – ou um jantar estrelado regado a um bom vinho italiano. Os peixes e frutos do mar são abundantes na região de Vêneto e, ideais para acompanhar uma massa, arroz ou polenta. Entre os pratos típicos venezianos estão o risoto negro, o escabeche de sardinha, o antipasti (azeitonas, anchovas marinadas e frutos do mar) e cichéto (petiscos). Para beber experimente o Spritz, drinque preparado com vinho branco, Campari e água com gás.

Transportes – Para circular em Veneza utilize o vaporetto, um tipo de ônibus-barco. A linha principal é a 1, que percorre todo Grand Canal. Para chegar a distritos mais distantes como Murano, Burano e Torcello, utilize as linhas LN, 41 e 42. Máquinas automáticas vendem os bilhetes (6,50 euros cada viagem), que também podem ser comprados dentro das embarcações. Se for utilizar várias vezes é melhor adquirir bilhetes válidos para 12, 24, 48 ou 72 horas. Outra opção, mais cara, são os táxis aquáticos. Para atravessar o Grande Canal utilize a gôndola pública Traghetto.

Dica – Em Veneza as pontes têm escadas e o melhor a fazer é separar em uma mochila somente o necessário para o tempo que ficará na cidade e deixar as malas no guarda-volumes da estação de trens Santa Lúcia (padroeira da cidade). O depósito funciona das 6h às 23h d cada volume custa 13,50 euros por dia.

Informações: enit.it/pt/  |  turismovenezia.it

Fotos: Pixabay
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