Como bem disse Mário Quintana: “Viajar é mudar a roupa da alma”. Não em vão, vez ou outra, sentimos a necessidade de cair no mundo. Seja num bate e volta ou numa aventura mais longa. Perto, longe, aqui ou acolá. Não importa, desde que se vá para algum lugar. Mas, para chegar, onde quer que seja, não basta apenas arrumar as malas e ir. Antes deve-se pesquisar a respeito. Há quem prefira deixar todo o trabalho para as agências e comprar o pacote fechadinho, sem se preocupar com nada. E tem os que preferem organizar tudo.
O que é melhor?
Para Lê Lalim, de 31 anos, cada uma das opções tem seu lado positivo e negativo. “Via agência você não tem trabalho, já que te entregam tudo pronto com passagens, hospedagem, transfers, passeios… Em compensação, a sensação é que, para tal, se paga o triplo do preço. Resolvendo tudo por conta pode-se encontrar opções mais baratas. Mas, de fato, dá trabalho”, diz.
No entanto, para algumas pessoas, como a Taís Santos, 33 anos, com pacote é melhor. Tanto pela praticidade de ter tudo montado, quanto pelo fato que algumas vezes sai mais barato, por conta dos bloqueios. “Sou preguiçosa, gosto de ter todos os serviços na mão. Então 85% das minhas viagens são via agência. Comprei um pacote para Buenos Aires, e se trata de um destino que muita gente vai por conta. Cheguei a consultar eu mesma, mas minha agente é muito boa e encontrou um preço melhor. Mas, nem por isso deixo de olhar coisas bacanas que quero fazer. E, quando vou para locais que conheço bem, como o Rio, resolvo eu mesma pela internet e Airbnb”, conta.
Além da praticidade, outro ponto muito recorrente com relação às agências é quanto a segurança que elas passam aos viajantes. É o que acredita Karina Rodrigues, de 29 anos. “A pessoa tem a assistência necessária ao longo de todo o processo. Para quem deseja receber tudo pronto, com passagens, reservas de hotel e até roteiro, esta é uma ótima opção”, afirma. Porém, mesmo assim ela ainda prefere fechar tudo por conta, pesquisar e analisar cada detalhe. “Além de ser mais barato, pois me livro de várias taxas, monto com calma, busco referências, acompanho os melhores preços. Acredito que seja questão de perfil de cada pessoa. E com certeza me encaixo neste”, relata.
O quesito economia é o que leva Maria Carolina Contrasti, 33 anos, a nunca utilizar agências e organizar suas próprias aventuras pelo mundo. “Prefiro eu mesma montar, pois acredito que me livro de taxas. Bem como obtenho tarifas promocionais. Também garanto mais flexibilidade quanto aos dias em cada cidade, o dia a dia nela e até mesmo a ordem do roteiro”, pontua.
Já para nossa colunista do Mundo da Gi, Giovanna Ferraz, de 24 anos, a flexibilidade e mobilidade de não estar presa ao pacote comprado é o que torna uma das principais vantagens. “Já viajei com ambas, mas por conta vale mais a pena. Sim, através da agência você tem tudo esquematizado e pronto. Além da possibilidade de parcelamento. Mas prefiro definir eu mesma meus destinos, passeios, horários, o hotel que mais me deixa confortável, na localidade que eu quiser e no valor que posso pagar. Mas tudo depende do lugar e estilo de viagem. Se você for ficar uma semana no Nordeste, por exemplo, fechar por agência talvez seja melhor, pois ela te faz um pacotão com tudo. Porém se for múltiplos destinos, é melhor fechar por conta”, pondera.
Em contrapartida, Juliana Assumpção, 36 anos, é uma fiel defensora e cliente das agências. “Com elas estou segura em diferentes aspectos. O profissional que me atende é um consultor com mais conhecimento. Já recebi dicas de passeios e outras informações importantes para que a viagem fosse inesquecível. Além disso, posso parcelar, deixando mais dinheiro para gastar no destino. Ou seja, o custo benefício é ótimo! Sem contar que não quero ter surpresas desagradáveis que comprometam meu passeio e se tiver, desejo ter alguém que resolva efetivamente, enquanto sigo visitando alguma atração ou aproveitando um bom restaurante”.
Na visão do consultor Robert Grantham, de 71 anos, tal escolha depende muito da pessoa. Para ele viajantes novatos certamente se sentem mais seguros comprando um pacote de agência. Viajantes mais experientes, com boa fluência em inglês e com facilidade em navegar na internet podem optar por fechar tudo sozinho. “O avanço digital contribui muito para isso. Nos anos 80 e 90 eu tendia a utilizar agências. Depois passei a organizar pessoalmente minhas viagens. Na minha opinião o pacote restringe muito as opções de passeio ou visitas. Hoje, o tempo despendido pesquisando pelo computador para mim é uma atividade muito prazerosa, pois vou descobrindo e montando o roteiro, antecipando o que ver ou fazer. Talvez eu viesse a utilizar uma agência se fosse fazer uma viagem para algum destino muito exótico e menos conhecido”, analisa.
Frente a tantas opiniões, e ao fato que ambas opções tem suas vantagens e desvantagens é difícil dizer o que vale mais a pena. Para o economista Felipe Queiroz de fato tudo depende do perfil de cada um e do estilo da viagem. No ponto de vista segurança e praticidade, comprar um pacote de agência é melhor. Bem como se levar em conta as promoções, bloqueios e o parcelamento. Agora, para quem quer flexibilidade e algo mais personalizado de acordo com sua personalidade e gostos, o ideal é fechar tudo sozinho mesmo.
Lembrando que, por conta da infinidade de comparativos se chega ao custo que mais agrada e cabe no bolso de cada um. Contudo, é preciso estar atento as famosas entrelinhas dos sites e as avaliações de terceiros, para evitar cair em alguma roubada. E fica a dica: independente da sua escolha opte por adquirir um seguro viagem e assim evitar uma possível dor de cabeça, desde de mala extraviada a questões médicas. Afinal de contas, já diz o ditado: o seguro morreu de velho!
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