Olá leitores do Travelpedia! Tempos atrás, mais especificamente em 1º de outubro do ano passado, nossa querida traveler Giovanna Ferraz deixou o time das solteiras e entrou no das casadas. Nossa editora Carolina Maia inclusive “participou” junto a tantos outros amigos da Gi da bela cerimônia, porém de forma online. É… Tempos modernos! Diga-se de passagem, primeira experiência para ambas, uma de casar e a outra de assistir tudo pela internet ao vivo. Nos dois casos algo memorável.
Enfim, deixamos nossa traveler em paz para resolver todos os tramites para o grande dia, depois aproveitar a vida de casada, as festas de final de ano e uma viagem em família. Tudo bem que ela, traveler que só, nos mandou material neste meio tempo. Mas agora vamos contar como é dizer o “oui” na França. Confira!
Oi pessoal, tudo bem?
Para quem não sabe, ou não se recorda, eu casei na França. Inclusive contei aqui no Travelpedia tudo sobre os documentos necessários e etapas para se casar no país. Quem perdeu esse post é só clicar aqui. Dessa vez, vim contar como funciona no dia do casamento dentro da mairie. Aliás, para relembrar: a mairie é a sub-prefeitura daqui, o equivalente ao nosso cartório aí no Brasil. É onde franceses casam, pedem e retiram documentos e recebem auxílios burocráticos.
Bom, o meu casamento estava marcado para o dia 1/10, às 16h e a funcionária, quando escolhemos a data e horário, nos deixou bem claro que a tolerância de atraso era de apenas 5 minutos e que nós devíamos chegar ao menos 15 minutos antes. No fim das contas, nos atrasamos e chegamos à mairie de Reims, cidade em que eu e o Amine casamos, exatamente às 16h.
A nossa sorte é que uma noiva atrasou e eles tiveram que adiar os casamentos seguintes, então nós tivemos uma folga de 10 minutos. Não sei se eles agem assim sempre, mas acredito que um atraso ou outro sempre deve acontecer e eles devem estar habituados a isso – mas é melhor não arriscar e chegar no horário recomendado!
Entrando na mairie, havia uma funcionária que nos perguntou os nossos nomes e nos explicou o caminho que devíamos seguir até a sala. Na porta havia outra funcionária que verificou os nossos documentos, assim como os de nossas testemunhas (as minhas foram meus pais e as dele dois primos).
Como não sou francofônica, por lei, precisava de uma tradutora juramentada para fazer a cerimônia. Assim, todo o processo foi feito em francês e, em seguida, em português. Quem faz a leitura das leis e une os noivos ou é o prefeito da cidade ou um funcionário indicado por ele. No meu caso, foi uma mulher bem simpática que tornou esse momento sério em uma memória bem leve.
Após o oui e sim, nos dirigimos a outra sala e nós e nossas testemunhas assinamos o livro de registros, pegamos a certidão de casamento provisória (a definitiva só saiu na segunda-feira, dia 3/10) e o Livret de Famille, um documento válido apenas na França, onde se registra tudo relacionado ao casal, inclusive o nascimento dos filhos.
O processo todo demorou cerca de 30 minutos e logo em seguida já tinha outra noivinha subindo as escadas para o seu “sim”. Apesar de todo o estresse selecionando os documentos, levando para traduzir e esperando prazos longos, valeu a pena cada minuto. A emoção é indescritível, em qualquer país que você escolha casar.
A emoção da Carol – que chorou inclusive – só não foi maior por não poder dar aquele abraço apertado na amiga depois. Mas, com um pequeno atraso, de alguns meses, vai poder dar em breve, já que a Gi desembarca nesta quinta-feira, dia 19, em São Paulo. Já adiantamos que ela vai curtir uns dias Campos do Jordão, Rio de Janeiro e então Porto de Galinhas, ou seja, pode apostar que vai ter bastante coisa boa por aqui depois.
Após o cerimonial do civil foi hora de festejar e com toda a pompa que uma festa nos moldes da cultura muçulmana tem. Ou seja, houve CINCO trocas de vestidos – um mais lindo que o outro -, fui carregada, fiz henna na mão… Uma experiência incrível, totalmente diferente e igualmente especial. (Aqui entre nós, um verdadeiro conto de fadas ao maior estilo Jasmine de Aladdin).
SOBRE A RENOVAÇÃO DO VISTO
Como foi? A funcionária confere documento por documento, cópia por cópia e, se tudo estiver certo como pedem, ela emite na hora o seu recepissé, um visto temporário de 3 meses. Se estiver faltando alguma coisa, ela te oferece à chance de retornar à prefeitura no mesmo dia e entregar o que falta sem que o seu processo atrase. Caso você não possa voltar, a opção é enviar através dos correios, mas, é lógico que demorará mais para iniciarem o processo do visto.
Com o seu recepissé, você pode viajar pelo território europeu, tem direito a trabalhar 40h semanais e viver como um cidadão francês. No dia 9/01 o meu atual expirou e eu retirei o permanente, válido por 1 ano. Assim, de ano em ano tenho que o renovar, e após 4 ou 5 anos de casamento posso solicitar a cidadania francesa. Este visto que antecede a cidadania me oferece os mesmos direitos que meu marido possui, como se eu realmente tivesse nascido aqui – o que é muito bom para quem pretende morar a vida toda na França. (O que não é o caso da nossa traveler, pois já adiantamos que em breve ela trocará não só de país, como de continente, voltará para a América, dessa vez a do Norte, e com isso teremos mais uma correspondente no Canadá!).
Como não encontrei muitas informações sobre todo esse processo na internet e tive que pesquisar e ir atrás sozinha achei interessante contar essa aventura aqui no TRAVELPEDIA. Espero ter ajudado futuros noivos que queiram casar no civil pela Europa e, em especial, aqui na França. Ainda estamos decidindo a lua de mel, que ficará só para 2018, depois que fizermos uma cerimônia também no Brasil, mas aqui no site não faltam inspirações de destinos para nós, não é mesmo?
Obrigada, Travelpedia, pelos votos de felicidade!
See you soon!
Bisous,