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Ghent, uma volta no tempo rumo a Idade Média

Como tudo que é bom chega ao fim, hoje encerramos nosso Especial Bélgica com um giro por mais um destino digno de algum conto de fadas. A medieval cidade de Ghent, que é daqueles lugares que nos conquistam de cara e que conseguimos conhecer em um dia – e batendo muita perna. Afinal, é o melhor jeito de apreciar e descobrir cantinhos.

Mesmo que durante nossa passagem estivesse um dia um tanto cinza e chuvoso, a pitoresca cidade no meio do caminho entre Bruges e Bruxelas não é em vão tida como um segredo bem guardado. E uma ótima surpresa quando se conhece. Quase uma volta no tempo, mais precisamente para a Idade Média, foi fundada no século 7, ao redor de duas igrejas importantes: St. Bavo e St. Nicholas. Seu ar medieval é perceptível até hoje no centro histórico, na arquitetura de muitas edificações e nas ruas de pedras.

Siga em direção à região central, através da Veldstraat, rua comercial com todas as lojas queridinhas dos brasileiros, como C&A, Zara, H&M e The Body Shop. É no final dessa via que você irá se deparar com o cartão-postal de Ghent: a combinação no horizonte de St. Nicholas, o Belfry (campanário) e St. Bavo, que formam as três torres e as principais atrações turísticas do destino.

A primeira igreja, em estilo gótico, teve sua construção iniciada em 1440, porém foi finalizada apenas em 1825. Tem como destaques o órgão produzido pelo francês Aristide Cavaillé-Coll e obras como Cristo na Cruz de Anthony Van Dyck.

Na sequência está o campanário erguido entre os séculos 8 e 9. Com 91 metros de altura, é o mais alto do país. Patrimônio Mundial da UNESCO, tem carrilhão de 44 sinos e um dragão colocado no topo da torre em 1377 para ser o guardião simbólico da cidade. Aliás, quem encarar subir seus 256 degraus (por € 6 ) será recompensado com um visual daqueles dignos de cartão-postal.

Por fim, na Praça de Korenmarkt, a St. Bavo, do século 14, guarda um tesouro e tanto:  a pintura Adoração do Cordeiro Místico, mais conhecida como Retábulo de Ghent (datada de 1432). Bom, ao menos 8 de 24 painéis dessa obra-prima que passa por uma restauração.

Assinada pelos irmãos Van Eyck, foi a mais disputada da história, atraindo a cobiça de diferentes personalidades, incluindo Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler. É, inclusive, uma das peças procuradas em Caçadores de Obras-Primas, filme estrelado por George Clooney e baseado em um livro sobre fatos reais de especialistas em arte que, durante a Segunda Guerra Mundial, recuperam milhares de obras roubadas pelos nazistas.

Outro ponto que não pode ficar de fora do roteiro é o suntuoso Gravensteen: originalmente uma fortaleza construída pelo Conde Baldwin I, foi reconstruída como castelo em 1180 por Felipe de Alsácia, o Conde de Flandres. Símbolo da época medieval, fica ao redor de belos canais.

Ao longo de sua história, passou de casa da realeza para sede de julgamento de crimes, prisão e local de tortura. Ainda é possível ver alguns objetos usados naquela época – incluindo uma guilhotina. Bem próximo, não deixe de dar uma passadinha na loja da mostarda Tierenteyn, que data de 1860!

Nos arredores, dá para contemplar a região de Graslei, um dos lugares mais bonitos de Ghent. O cenário vai render muitas fotos e é de onde partem os barcos para passeios pelos canais. A área também é repleta de lojas, bares e restaurantes.

E por falar neles, em qualquer um que sirva comida típica, como o De Witte Leeuw, prove o stoverij, ensopado de carne num molho de cerveja. Para acompanhar peça batata frita (claro!) e uma Gruut – único chope elaborado artesanalmente na cidade.

De despedida, passe no rústico pub Dulle Griet, onde há uma seleção de 250 rótulos, como as trapistas e exclusivas Gueuze e Kriek. Belo jeito de se despedir, hein?

Apesar de termos dado fim a este especial, não significa que eventualmente não iremos abordar a Bélgica por aqui. Afinal de contas, o que é bom é eterno! 😉

Você sabia?

Ghent é uma das cidades da Europa com mais vegetarianos, por isso tem vários restaurantes especializados. O destino, inclusive, criou a “quinta-feira vegetariana”, que tem como mote encorajar as pessoas a deixar de comer carne por pelo menos um dia.

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Fotos: Pixabay e arquivo pessoal

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*O Travelpedia viajou em virtude do prêmio recebido pelos jornalistas Carolina e Roberto Maia no Concurso Europa de Jornalismo – realizado anualmente pela Comissão Europeia de Turismo. Além das cidades belgas o roteiro contemplou ainda o glamoroso Principado de Mônaco e um stopover em Lisboa a convite da TAP e do hotel Dom Pedro. Durante a viagem os profissionais contaram com o seguro da GTA – Global Travel Assistance.

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