Meus amigos, como todos vocês que visitam o TRAVELPEDIA, eu também amo viajar. Sem querer parecer esnobe, já tive a chance de andar por alguns lugares, mas nenhum deles me preparou para a maior aventura da minha vida até aquele momento: a Romênia, no centro-sudeste da Europa, no norte da península dos Balcãs e na costa ocidental do Mar Negro.
Digo isso porque existem particularidades que só a Romênia pode te oferecer, dentre as quais podemos citar a confusão do tráfego, o ar meio decadente das construções, as lendas urbanas e paisagens incríveis com um preço beeeem baixo.
Bucareste, sua capital, e principal porta de entrada de estrangeiros, figura todos os anos entre as dez cidades mais baratas do mundo, de acordo com o estudo do The Economic Intelligence Unit’s. Contudo, mesmo com a vantagem monetária, a cidade é uma das menos procuradas da Europa e isso é uma baita injustiça!
Abra sua mente
Pousei em Bucareste sem grandes expectativas, mas disposta a ser surpreendida, uma vez que minha intenção era conhecer a Transilvânia. E logo nos primeiros minutos tive uma boa impressão: funcionários da imigração simpáticos e que me indicaram um ônibus baratinho (menos de 2 euros) para chegar ao centro.
Troquei 20 euros por um punhado de leus, a moeda da Romênia, somente para me manter até o dia seguinte já que fazer câmbio no aeroporto nunca é uma boa opção e corri para o busão. Quarenta minutos depois lá estava eu – perdida à 0h – em meio a uma infinidade de prédios de arquitetura Belle Époque e ruas mal iluminadas.
Corta para o dia 2. Saí cedo do hostel e dei de cara com o Brasil dos anos 1940. Carros antigos estacionados nas calçadas, construções bem cuidadas e um povo sorridente e apressado. O clássico e o moderno se cruzam nas avenidas, nos monumentos que exaltam a expulsão dos soviéticos e o fim da sangrenta ditadura de Ceaușescu, nos imensos parques e na vida noturna pulsante.
Ao lado de restaurantes com gastronomia única, você encontra ruínas da Corte Velha, na frente uma igreja suntuosa, atrás uma mesquita com adornos lindos cercada por um mural grafitado. Esse contraste causa um estranhamento inicial, o que não impede que Bucareste seja um destino interessante.
Beleza melancólica
O charme da capital é justamente esse ar renegado de um povo que tenta se livrar do seu passado de guerras, crise econômica, fome, desigualdade social e preconceitos. Tirando a parte dos conflitos continentais, a Romênia lembra quem? A nós mesmos e é esquisito dar de cara com a nossa realidade mesmo que seja em menor escala.
Apesar dos pesares, o centro histórico é um dos mais marcantes do Leste Europeu, com edifícios lindos e cheios de atitude, como o imponente Palácio do Parlamento, a sede da prefeitura e o Arco do Triunfo (você leu certo, não é só Paris que tem um desses), então vale se perder em sua ruelas um dia inteiro.
Casarões elegantes dividem espaço com estátuas de escritores e pichações com termos conhecidos para os falantes de português. Como, por exemplo, a palavra “revolta” que significa grande perturbação ou agitação.
Se quiser se afastar da correria e dos insistentes pedintes (ciganos, em sua maioria) vá para os parques Gradina Eden e Herastrau, verdadeiras ilhas verdes de sossego. Prefere algo mais desbravador? Caminhe pelos becos para encontrar bares, restaurantes e rooftops visitados apenas por moradores. Ah! E sem medo, pois a cidade é considerada segura* graças às taxas de crimes baixíssimas.
Arte e história combinam mais com seu estilo? Mosteiro Stravropoleos, Teatro Nacional, Memorial do Renascimento e a sede do Partido Comunista são excelentes pedidas. E, caso tenha tempo sobrando, visite as termas que ficam pertinho do centro e relaxe em piscinas/saunas nas quais se pode pedir uns drinques para sair bem na foto. 😉
O que não foi o meu caso, pois me programei para ficar apenas 3 noites e seguir rumo a Transilvânia. E é justamente sobre esse lugar maravilhoso que falarei no próximo artigo. Como diria nosso querido Sílvio Santos: “aguardemmmm”…